segunda-feira, 4 de janeiro de 2016

Os candidatos à presidência da República


Os candidatos à presidencia da República começaram a sua campanha.
Espero que os meus amigos e amigas não façam como há 5 anos, em que a maioria se absteve.
Não gosto de falar de política, mas os temas de organização das comunidades (no caso português, mais de desorganização) são fascinantes.
Por isso me entusiasmou o aparecimento da candidatura de Henrique Neto, por fora das políticas partidárias, com um passado de iniciativas industriais, o que é importantissimo quando  a maior parte dos políticos não conhece o mundo real do trabalho produtivo, e sempre crítico da promiscuidade entre o poder económico e financeiro e o poder político.
Parecia poder desenvolver o mesmo papel de sobrevivência à crise que Giorgio Napolitano, um senhor de idade semelhante, desempenhou na Itália, aglutinando as forças interessadas em progredir, independentemente de serem de direita ou de esquerda.
Infelizmente, verifiquei que em torno da sua candidatura se agrupavam apenas sensibilidades de direita, o que se tornou patente no período pós eleitoral, em que Henrique Neto, surpreendentemente para mim, criticou a participação dos partidos mais à esquerda na solução do governo.
Não há nada de ilegítimo nisso, até porque se trata de uma direita democrática, mas eu pensava que a candidatura de Henrique Neto era aglutinadora. Certo que pelo peso da sua votação a PAF deveria participar no governo, mas a essencia da democracia é também castigar quem fez mal à população, e nunca deveriam ter o papel decisivo no novo governo.
Penso que deveriamos alterar a lei eleitoral para reduzir de 22 para 4 (continente, Açores, Madeira, emigrantes) os círculos eleitorais para aumentar o grau de proporcionalidade do método de Hondt. Que se deveria simplificar e informatizar o sistema de votação de emigrantes ou de cidadãos deslocados dos seus locais de recenseamento para reduzir a  abstenção. E como consequencia, habituarmo-nos a ter nos governos a representação de mais sensibilidades. Quanto ao sistema eleitoral para a presidência, seria desejável a introdução do voto  preferencial (por exemplo, cada eleitor pode dar, ou abster-se de dar, 4 pontos ao seu candidato preferido, 3 ao segundo preferido, 2 ao terceiro e 1 ao quarto) e a criação da figura do vice-presidente.
Lamento por isso não poder sugerir aos meus amigos e amigas a figura da pessoa mais bem preparada como conhecedora da realidade produtiva, mas certamente que dentre todos os candidatos saberão escolher. Não se abstenham.

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