sexta-feira, 22 de maio de 2009

As meninas afegãs

Não sei se a notícia se confirma. Mas há indícios de ser muito elevada a sua probabilidade.
Há zonas no Afeganistão em que as raparigas que frequentam a escola são envenenadas. Algumas apareceram com sintomas de intoxicação alimentar dificilmente explicáveis por outras razões.
São já conhecidos os casos de assassínio de professoras e de uso da violência para demover as raparigas de frequentar as escolas, nalguns casos em zonas urbanas.
Nenhuma tradição nem nenhum princípio religioso pode justificar isto (só para citar um exemplo, a mulher e a filha de Maomé eram mulheres instruídas que não viviam fechadas em casa).
Vejo-me forçado a recordar George Marchais, antigo secretário geral do Partido Comunista Francês. Era um homem honesto, adversário explícito da posições estalinistas, mas que perante a gravidade do estado da sociedade afegã afirmou em 1979 que não podia só condenar-se a invasão do país pelo exército soviético, tinha de se ajudar toda a sociedade afegã a libertar-se do feudalismo. Viu-se o que os USA e os rambos fizeram então: apoiaram os talibans.
Deu no que deu, semearam-se ventos e ainda andamos (há portugueses no Afeganistão) a colher tempestades.
A opinião publica apoiou na altura os USA, e até hoje Obama acha que as coisas se resolvem pela força militar (os imperadores romanos sabiam que o esforço de guerra para além de certos limites traduz-se pelo fracasso da economia).
E se a opinião publica desse ouvidos a George Marchais?
Quero eu dizer, se a opinião pública desse menos ouvido às versões oficiais?
Às versões que nos querem fazer crer?
O leitor faz parte da opinião publica…
Pode escolher...

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