terça-feira, 4 de maio de 2010

Ester e o TGV

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Ester será agora uma simpática senhora velhinha, espero.
Ester era a minha professora primária.
Contava-nos as histórias dos antigos romanos.
A fábula da greve dos escravos e dos artesãos, que a sociedade era como um corpo em que o cérebro decidia como alimentar o estômago e para isso precisava da força muscular (não me falou porém de Espártaco, nem por que a maioria teria de ser sempre músculo).
A história do general Aníbal e dos seus monstros de guerra, os elefantes, a atravessar os Alpes. Aníbal não gostava da ideia do solo romano como um corpo com a sua rede de comunicações através dos seus membros.
E o último dos Horácios, a fugir aos 3 sabinos para os separar e derrotar um a um, que é o que o método científico ensina com os estados simples.
Falo de Ester porque ela insistia muito na importância das estradas romanas como fator de agregação da republica e do império romanos.
Talvez conhecesse vestígios de estradas romanas em Portugal.
Construídas de acordo com os requisitos exigentes de Vitruvio.
Resistentes ao passar dos séculos.
E que serviam ainda para jovens professoras primárias explicarem aos seus meninos que as vias de comunicação rápidas e de utilização segura são como a rede nervosa e a rede de circulação sanguínea do corpo humano.
Já se sabia isso no tempo dos romanos.
Por isso, eu gostava muito que Ester pudesse ir de Lisboa a Madrid de TGV.
Gostava.
A ver se ela ainda aguenta estes anos que faltam.
Não vale a pena suspender nada, os atrasos naturais são suficientes para diferir os pagamentos no tempo...
A ver se o general Aníbal, adepto das redes cartaginesas de transporte marítimo, não consegue derrubar Roma e as suas estradas de bitola certa.
Nem , evidentemente, os bárbaros que clamam (sem ofensa, que os financeiros de Carlos Magno também eram bárbaros).

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