sexta-feira, 25 de junho de 2010

A ponte de S.João no Porto




Fez 19 anos, no dia 24 de Junho de 2010, que foi inaugurada a ponte de S.João, sobre o Douro.
Tem muito interesse para quem trabalha em transportes esta inauguração.
Primeiro, porque é uma peça feita à medida, de alto valor, uma ponte de pórticos (não será uma recomendação para repetir muitas vezes, o ser à medida; é apenas um “lever du chapeau” à obra de engenharia com simulação analógica do engenheiro Edgar Cardoso).
Segundo, porque se deu o caso que nem o projetista, nem o presidente da Republica, nem o primeiro ministro, participaram na cerimónia de inauguração.
As mentes brilhantes de então, do gabinete do nó ferroviário do Norte, acharam por bem combinar com as câmaras municipais a inauguração no dia de S.João. Terão achado emblemático, e que esse caráter tinha prioridade relativamente a critérios técnicos; ou terão adotado critérios técnicos diferentes dos critérios do projetista. O projetista discordou porque ainda não tinha terminado os ensaios de segurança.
Prevaleceu o bairrismo e o novo riquismo de mostrar uma inauguração.
No próprio dia um comboio descarrilou à aproximação da ponte, do lado sul. Tinha-se improvisado um remendo com uma parte de um aparelho de via, que partiu. Não tinha nada que ver com o projeto da ponte, mas revelou o improviso da inauguração (coisa que, como se sabe, colide com um dos pilares da segurança ferroviária).
Homenagem, ao técnico que informou que os ensaios não estavam concluídos e não havia condições para a entrada em serviço.
Lamentação,  por ver estações abrirem, como a do metropolitano de S.Sebastião, sem que todas as instalações técnicas tivessem reunido as condições de homologação.
Mas estamos em Portugal, onde parece prevalecer a ideia tradicional da revelação e da missão de que são depositários os dirigentes, e de que a REFER continua a ser exemplo; como se viu nos casos da localização da terceira travessia do Tejo e da estação central do TGV em Lisboa, tão longe do debate alargado e da visão integrada.
Critérios.

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