terça-feira, 1 de abril de 2014

O tempo desta senhora e a esperança da zona costeira

A história recente do país pode dividir-se nos seguintes períodos:
- 1ª república, de 1910 a 1926
- tempo da outra senhora,  de 1926 a 1974
- 2ª república,  de 1974 a 2011
- tempo desta senhora, de 2011 a ?
- 3ª república, de ? a espera-se que muito tempo

O instante ? poderia ser nas próximas eleições europeias se os portugueses quisessem, apesar de, tal como o amor é diferente em Portugal (Julio Dantas) tambem a politica é diferente, pelo menos no tempo desta senhora, o primeiro-ministro não se demite quando as eleições demonstram que o povo não o quer.
Lembrei-me disto quando li a entrevista do pai do primeiro ministro desta senhora. Trata-se de uma pessoa séria que trabalhou como médico no SNS e de que já falei neste blogue
http://fcsseratostenes.blogspot.pt/2011/11/antonio-passos-coelho.html

Ao seu convite ao filho para "entregar isto", disfarçando o desgosto por ver amesquinhados os ideais  social democratas, respondeu o senhor primeiro ministro que isso "seria uma tragédia para o país... como é que eu posso fazer isso?"
Como médico, António Passos Coelho sabe que uma resposta assim pode ser sintoma de hipomania, que é a doença que afeta os profetas, e isso só o desgostará mais.
Temos assim que não se vislumbra o tempo da 3ª republica, nem parece estar já elaborado o programa para a redemocratização da república.

Aguardemos que os fundos comunitários contribuam para o aumento do peso do investimento no PIB e, consequentemente, na redução do defice orçamental (saldo orçamental = investimento menos poupanças, mais exportações menos importações).
Essa é a esperança, nomeadamente no combate ao desemprego, depois de ver a recente notícia de que foi aprovado o projeto de alargamento da zona costeira entre o Cabo Mondego e as Berlengas, através da construção de um molhe 10 km de prolongamento do cabo Mondego, no sentido nascente-poente e da ligação das Berlengas à nau dos corvos também com um molhe de 10 km. A acumulação de areias resultante permitirá o ganho de cerca de 1000 km2 ao mar e um aumento de 1% da superfície do território continental. A estabilidade do novo territótio será garantida com a construção de molhes e enrocamentos paralelos à costa.
É uma ótima notícia, encontrando-se em estudo com Espanha a aplicação de "receita" semelhante entre La Guarda, a norte de Caminha, e o porto de Leixões, invertendo-se o sentido do avanço do mar sobre o território.

PS em 2 de abril - como facilmente e infelizmente se compreende, a referencia aos fundos comunitários e às obras de intervenção costeira são uma mentira de primeiro de abril. Digo infelizmente porque, mesmo que houvesse dinheiro, muita gente se oporia a esse investimento. E mesmo que se conseguisse dinheiro, provavelmente escolher-se-iam más soluções. E contudo, enrocamentos no fundo do mar  e até à superficie paralelamente à costa são correntes em vários paises como proteção das zonas costeiras. Igualmente são frequentes noutros paises a construção de molhes e de aterros para ganhar espaço ao mar ou para evitar a perda de areal. Porém, a ideia em Portugal é a de não investir, haja ou não dinheiro, confirmando assim a análise de Luis Vaz, "nesta apagada e vil tristeza" (ficou como exemplo histórico a oposição ao fecho da Golada, que permitiria a construção de um porto de águas profundas junto da Cova do Vapor a poente da Trafaria, que evitaria o desassoreamento das praias da Caparica e que protegeria Lisboa de um maremoto). 






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