segunda-feira, 27 de abril de 2015

"Todos os políticos são assassinos ou têm de possuir a vontade de assassinar"

Com a devida vénia ao DN e ao seu crítico de cinema João Lopes, esta citação é de Beau Willimon, argumentista da série House of cards, nos bastidores da presidencia dos USA.
Esta série deriva de outra da BBC de 1990, a partir de um romance de Michael Dobbs, conselheiro de Margaret Thatcher.
Uma das técnicas usadas no software de segurança dos sistemas processorizados de controle da sinalização ferroviária consiste em, a partir dos mesmo dados ou condições, fazer as verificações e determinar as saídas através de dois programas ou caminhos diferentes. Se as conclusões forem iguais, estará garantida a segurança da saída (acender o sinal permissivo, por exemplo).
Analogamente, sendo o pensamento de um conselheiro de Thatcher tão diferente do que penso já ter expresso neste blogue, posso concluir que é verdadeira a afirmação "Todos os políticos são assassinos ou têm de possuir a vontade de assassinar".
E disse mais, Beau Willimon: "Encontramos aqui a dramatização do que permite aos políticos fazer o indizível, seja facilitar a morte de um congressista ou mandar cem mil soldados para a guerra...As pessoas podem morrer doutras maneiras. Podem morrer de desespero. A pobreza continuada pode levar-nos ao cemitério. Feitas as contas, a política é uma indústria de vida ou morte".
Impressiona saber que as coisas podem mesmo ser assim.
Ser um crime mandar soldados australianos e neo-zelandeses desembarcar em Galipoli em 1915, mandar soldados portugueses como carne para canhão na Flandres em 1917, ou para matar e ser morto nas guerras coloniais de Salazar e Caetano. Ou telecomandar drones que matam crianças alheias à guerra.
Ou morrer de pobreza porque a escola de Chicago diz que o desemprego baixa os preços e estimula a creatividade dos empreendedores.
Ou nos corredores dos hospitais (como é possível que um secretário de Estado diga que o serviço nacional de saúde tem de obedecer à lei da oferta e da procura, quando qualquer sistema tem um tempo de reação para adaptar a sua oferta à procura; para evitar as falhas nesse período existe o conceito de reserva operacional; e existe ainda a lei de Say, que diz que diz que a oferta estimula a procura, coisa muito utilizada nas leis de tráfego, como na descompressão das pontas).
Criminosos, os políticos e os economistas que mandam reduzir os salários, as pensões, as despesas de segurança social, da educação, da saúde?

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