domingo, 21 de dezembro de 2025

Imagens do Google Earth do corredor atlântico

 

1 - do lado português

imagem divulgada pela IP; tabuleiro de via única; as bases dos futuros pilares para o segundo tabuleiro estão na sombra

imagem de out2025;  viaduto de cerca de 530m, com 2 arcos, a cerca de 5km a NE de Redondo e a 30km da futura concordancia de ligação à linha convencional de Évora; notar as bases dos futuros pilares da 2ª via e o fim da plataforma para via dupla nas extremidades do viaduto






imagens de outubro de 2024; exemplos a cerca de 37 e 44km da ligação à linha convencional de Évora, de viadutos para via única apenas com as bases para futuros pilares para o tabuleiro da 2ª via






2 - do lado espanhol

imagem de set2025, entre Malpartida de Plasencia e Navalmoral de la Mata. Tabuleiro para duas via, suportado por pares de pilares


sexta-feira, 19 de dezembro de 2025

Algumas notícias internacionais da ferrovia em dezembro de 2025

 Graças à Rail Tech, comento algumas notícias.


1 - Eslováquia

Depois de uma série de acidentes, depois dos quais o ministro respetivo declarava que um inquérito rigoroso iria realizar-se, o governo anunciou um investimento massivo para melhorar a segurança da rede ferroviária.

https://www.railtech.com/safety/2025/12/04/slovakia-approves-e6-billion-rail-safety-plan-after-recent-crashes/

O investimento será de cerca de 6.000 milhões de euros, mairitariamente para o ETCS . O GSM-R (parte de radiocomunicações complementar doo ETCS no ERTMS)também será considerado. Dada a extensão temporal do investimento, eu diria que deveria também instalar-se um sistema pontual simples de controle de ultrapassagem de sinal vermelho, com travagem automática, que serviria futuramente de garantia de segurança em caso de ERTMS fora de serviço. Convirá também organizar rigorosamente os trabalhos noturnos de transição do sistema atual de sinalização para o ERTMS. Parecerá também dispensável a polémica sobre a instalação de câmaras, quando o dispositivo "hoomem-morto" há anos que faz o controle do estado de atenção do maquinista.

 

2 -   China

Num acidente no período fora de operação noturno difícil de entender considerando a evidencia duma falha grave na planificação da ocupação da linha durante a noite e confirmando que mesmo no caso de via dupla há riscos no trabalho numa via e circulaçao na outra, lamenta-se a morte de 11 trabalhadores, atopelados por um comboio que testava sensores sísmicos. Estes são um investimento útil na prevenção de situações de risco de acidente por sismos. Aguarda-se mais informação.

https://www.railtech.com/safety/2025/11/27/eleven-rail-workers-killed-in-chinas-deadliest-train-accident-in-more-than-a-decade/


3 - Itália

Na sequencia do acidente em Livraga  em fevereeiro de 2020                                                    https://www.railwaygazette.com/high-speed/frecciarossa-1000-derails-at-high-speed/55737.article

Um tribunal italiano condenou a penas de prisão o diretor de produção e trabalhadores da RFI (Rete Ferroviaria Italiana, gestora de infraestruturas) e da Alstom fornecedor do sistema de sinalização. 

https://www.railtech.com/safety/2025/12/18/lodi-high-speed-derailment-ex-rfi-executive-alstom-workers-sentenced-over-fatal-2020-crash/

Segundo as informações disponíveis o acidente ocorreu porque após trabalhos noturnso de substituição do aparelho de via este ficou na posição de desvio e inibida a informação para o ATP da posição das agulhas. Morreram  os dois maquinistas na colisão com uma viatira de manutenção que se encontrava na via desviada.

Não tenho elementos para pôr em causa o fundamento jurídico, mas será que os juízes podem imaginar a pressão de quem está a trabalhar num equipamento de ssegurança e que tem de dar o trabalho por ponto para que a operação contiinue, sem que o tempo disponível seja coompatível com a responsabilidadde das ações? Porque não foram realizados ensaios de passagem de um comboio de ensaio antes da passagem do comboio de alta velocidade? Guardadas as devidas proporções, recentemente ocorreu um descarrilamento na estação Alvalade do metro de Lisboa, porque foi dada precipitadamente a informção de que estavam repostas as condições de segurança de circulação, sem uma comprovação presencial do funcionamento do aparelho de via antes da circulação dos comboios de operação .

 








quarta-feira, 17 de dezembro de 2025

Um trabalho dos técnicos do LNEG sobre o potencial das energias renováveis em Portugal

 

https://www.lneg.pt/relatorio-lneg-potenciais-tecnicos-de-energia-renovavel-em-portugal/


É um relatório de facto muito importante e que não conhecia. 
Pessoalmente eu diria que a hídrica teria aqui lugar (apesar da reação negativa à barragem do Pisão e à do Alvito/Ocreza, sendo inegáveis as vantagens da bombagem reversível) mas provavelmente estará noutro documento. 
Sobre a oceânica não tenho fé nas ondas por razões de fadiga mecânica e corrosão, exceto em instalações aproveitando o ar comprimido pós rebentação. 
Sobre a biomassa penso que a inércia e o deixa andar à portuguesa com a desculpa da grandeza dos investimentos desprezam o potencal dos resíduos e as instituições públicas ainda  não assumem o dever de criar empresas públicas para proporcionar a preços justos o corte, recolha e abastecimento das centrais (recordo que o custo do corte do mato e árvores roça os 1000 euros por ha se conforme a legislação). 
Também seria interessante considerar a energia térmica por diferença de temperatura entre as camadas baixas do oceano e a superfície (aplicação na Madeira). 
E nos Açores, com a Islandia no pensamento, a energia geotérmica. 
Finalmente, sobre a solar de concentração, embora exija muita água (e consequentemente dessalinização) conviria olhar para os exemplos da Andaluzia de centrais com sais que permitem a produção solar depois do pôr do sol.

Pequeno exercício para representação gráfica da capacidade de uma linha de Alta Velocidade de via dupla e de uma linha convencional de mercadorias de via simples

1 - Linha do Norte saturada? 

Alguns meios de comunicação social referiram que a linha do Norte pode não estar tão saturada como isso, encontrando-se mesmo "desafogada" nalguns troços. Porém, como é um circuito em série, a sua capacidade e velocidade são condicionadas pelos troços de partilha com suburbanos ou  mercadorias.
Fiz um pequeno gráfico ilustrativo



 Ilustração de como a linha do Norte pode ter troços em que o intervalo entre comboios é grande, mas que em troços partilhados com tráfego suburbano ou de mercadorias o intervalo entre comboios rápidos pode manter-se com velocidade reduzida mas o intervalo entre comboios sucessivos (rápido, suburbano ou mercadorias) é menor do que nos troços em que só há comboios rápidos. 
Uma hipótese não representada é a ultrapassagem numa estação com resguardos para os comboios lentos. 
No gráfico os pequenos traços verticais representam paragens em estações.



Ver pág.144 do manual condensado de transportes metropolitanos


2 - Linha convencional de mercadorias em via única

Gráfico para calcular o intervalo entre comboios e a capacidade num percurso com 2 cruzamentos em via única. Ilustração simples de que a via única limita a capacidade da linha pelo que apesar da implementing decision referir uma avaliação para a eventual duplicação do troço Évora - Caia, ela deveria desde já ser planeada. Igualmente paragens representadas por traços verticais.



 



domingo, 14 de dezembro de 2025

Aluimento de terras e muro na estação de Santarém em janeiro de 2024

 

A fotografia da edição de 10 de dezembro de 2025 do Notícias do Sorraia diz respeito a um aluimento de terras e muro junto da linha do Norte na estação de Santarém que ocorreu em 19 de janeiro de 2024. Em agosto de 2025 o jornal O Mirante informou que o concurso para reforço das barreiras e contenção dos taludes (e, espero eu, para drenagem de águas sob os terrenos e sob as barreiras sem o que novos aluimentos acontecerão) será lançado em janeiro de 2026, dois anos depois do aluimento, seguindo-se o tempo do concurso, adjudicação e obra.  As notícias de aluimentos por essa Europa fora vão aparecendo, mais ou menos elacionadas com alterações climáticas. De modo que, nós por cá, todos bem.


https://omirante.pt/sociedade/2024-06-22-aluimentos-de-terras-condicionam-vias-ha-meses-em-pernes-e-santarem-eb773110



imagem de junho de 2024

imagem de agosto de 2025 indicando-se o local do aluimento; estimo o declive so talude à esquerda em 70%

terça-feira, 9 de dezembro de 2025

Apresentação da proposta do Consórcio para a Alta Velocidade na Área Metropolitana do Porto na Ordem dos Engenheiros da Região Norte, 5 de dezembro de 2025

 

video da apresentação  :

https://www.youtube.com/watch?v=g4K1D7kEUgI


Felicito a Ordem dos Engenheiros, Região Norte pela realização deste webinar. O tema é de um assunto público com elevado impacto na economia nacional e como tal deve ser atempadamente discutido e resolvido. A participação no webinar, quer presencial quer on line confirma o interesse público.
Contudo, como aliás dito no webinar, atualmente estaremos mais numa fase explicativa das soluções possíveis, tendo-se ultrapassado a fase de definição de traçados e de requisitos mínimos.
Como também referido  por um assistente presencial, houve uma altura em que se pensava a estação de Alta Velocidade em Devesas, com correspondência com o metro e partilha com este da nova ponte a nascente da ponte da Arrábida e seguimento em túnel para o Aeroporto, hipótese que mereceu a concordancia de princípio do então presidente de Câmara. O traçado pela nova ponte a nascente da ponte da Arrábida economizaria cerca de 3 km relativamente ao percurso por Campanhã, o que, considerando a necessidade de túneis na zona urbana até ao aeroporto, não será de desprezar. Prevaleceu porém a ideia de juntar a reurbanização, incluindo a demolição dos edifícios da moagem, do lado nascente da estação de Campanhã e fazer desta uma estação de AV, ficando assim uma extensão de menos de 20 km com 3 estações de AV, o que não parecerá correto embora não inédito.
Provavelmente com elevada probabilidade, neste momento não será possível fugir a esta situação, consequência da estrutura de decisão, que veio a ser consagrada na RCM77/2025 enquanto atribuição à IP da decisão de soluções de traçado, e enquanto prioridade dos critérios ambientais da APA. Como inscrito nos relatórios finais das consultas públicas, os fatores técnicos específicos dos modos de transporte são considerados irrelevantes perante a relevância dos fatores ambientais. Isto é, as melhores soluções técnicas podem vir a ser desprezadas, não só por razões financeiras, mas também por considerada irrelevância perante as questões ambientais. Como consequência, a sucessão de investimentos poderá ser um conjunto de elementos pouco compatíveis funcionalmente entre si, ou por outras palavras, após a escolha e execução do traçado de um troço poderá ser difícil encontrar uma boa solução técnica de expansão por falta de uma visão integrada no início das tomadas de decisão. Permito-me, pois, sustentar que a solução 3 estações de AV numa curta extensão releva a inconformidade de não se estudar um plano integrado abrangendo, no caso nacional, todas as componentes das redes transeuropeias interoperáveis TEN-T no território nacional e sua interligação com a rede espanhola de Alta Velocidade, incluindo os planos de mobilidade das áreas metropolitanas e as ligações aos portos, tudo conforme o regulamento 2024/1679 (evoco a natureza jurídica vinculativa dos regulamentos cujo incumprimento pode provocar uma decisão de execução ou implementing decision pela Comissão Europeia). Por outras palavras, o tema exigiria que, em caso de insuficiência de recursos humanos, como referido pelo colega vice-presidente da IP ("o Estado não tem gente nem tempo"), fosse promovido um concurso público internacional, e nunca por ajuste direto, para seleção de consultores de referência internacional para elaboração do mencionado plano integrado em coordenação com a DG-MOVE/coordenador do corredor atlântico, com o coordenador do governo espanhol do corredor atlântico e com a entidade francesa do corredor. Dado o período crítico vivido internacionalmente, será indispensável obter apoio não só financeiro mas também técnico, precisamente para melhorar as candidaturas a fundos comunitários compatibilizando as especificações com os requisitos do regulamento citado (recordo que não foram aprovadas candidaturas de Portugal ao CEF de julho de 2025). Igualmente seria provável que o plano integrado recomendasse a redução do número de lotes e revisse com o compardor público o esquema financeiro das PPP a 30 anos.
É verdade que a aplicação estrita dos princípios constitucionais arrastaria a discussão no tempo com o consequente aumento de custos. Mas esses princípios existem, nomeadamente inscritos no artigo 48 (direito à participação e à informação), e no art.165.1.z (competência exclusiva legislativa da Assembleia da República, não do Governo, a menos de autorização explícita no seguimento). E não será respeito por esses princípios o deixar as explicações para uma altura em que já não será razoável introduzir alterações de fundo.

Cingindo-me às explicações fornecidas no webinar,  listo os seguintes comentários adicionais:  




Informação relacionada :

Comunicação apresentada no 11º congresso do CRP em maio de 2025

Carta aberta para o senhor ministro das Infraestruturas em 29 de novenbro de 2025

          Reiterando as felicitações pela realização do webinar e na expetativa da divulgação do respetivo video na totalidade e do regresso ao tema dentro de pouco tempo, nomeadamente para o debate de ideias para as consultas públicas dos restantes troços da LAV Porto-Lisboa, apresento os meus melhores cumprimentos


Fernando Santos e Silva,  O.Eng nº 10973, esp. Transportes e Vias de Comunicação  



PS em 13dez2025 - Comentário ao artigo                            https://www.sabado.pt/opiniao/convidados/joao-paulo-batalha/detalhe/o-tgv-vai-de-mota     

 De facto,a tática usada pela IP e pelo Consórcio (são realmente amigos para as ocasiões contrariamente aquele ditado amigos, amigos, negócios à parte) é sábia, conseguem desiar as atenções para a questão da localização da estação ou em Sto Ovidio ou em Vilar do Paraíso e então eternizar-se-á a discussão qual a versão em que há mais túneis e a versão em que há mais expropriações. Claro que fazer a estação à superfície é mais barato se as expropriações forem pequenas. Mas o desvio é o de um traçado mal amanhado concebido para aumentar as receitas da CMP com a reurbanização de Campanhã quando  o traçado original era o correto Devesas-Aeroporto (menos 3 km de tuneis do que por Campanhã e pelo norte do Porto, ligação pela linha rubi do metro a Campo Alegre, na zona da faculdade de arquitetura a nascente da ponte da Arrábida;  2 estações de AV, Devesas e Aeroporto e não 3).. Tambem o desvio serve para não se falar na inconformidade face ao regulamento 1679 do tráfego exclusivo para passageiros e de bitola ibérica, quando o regulamento diz tráfego misto e bitola europeia.
E assim vamos, a ver se o TdC diz uma coisa muito simples que o BEI já disse, o caderno de encargos dizia uma coisa e o o concurso foi ganho pelo consórcio com base no caderno de encargos logo tem de se perguntar aos concorrentes que perderam o que acham da mudança do local da estação. No caso de Taveiro e Coimbra B o concurso foi anulado embora a versão estação em Taveiro seja superior à estação em Coimbra B (evita a quadruplicação da linha suburbana embora exija uma ligação de metro que agora com a moda do metrobus não existe).
Pobre linha de Alta Velocidade Porto-Lisboa. E quanto à de Lisboa-Madrid, pobre implementing decision.

Declaração de interesse - serve esta declaração para me justificar junto dos meus amigos do Norte que a minha proposta de 2 estações de AV apenas, em Gaia/Devesas e no Aeroporto de Pedras Rubras assenta nos mesmos princípios do que proponho para a Área Metropolitana de Lisboa, a estação central em Sacavém ou no AHD e travessia do Tejo a partir da zona da foz do Trancão para Alcochete Norte, eventualmente com ilha artificial junto da margem esquerda, e outra estação no NAL, em linha com a LAV Madrid-Lisboa.

Carta aberta em 29 de novembro de 2025 para o Exmo Senhor Ministro das Infraestruturas sobre a linha de Alta Velocidade Madrid-Lisboa e a política ferroviária nacional

  

 Carta aberta para o Exmo Senhor Ministro das Infraestruturas sobre a linha de Alta Velocidade Madrid-Lisboa e a política ferroviária nacional



Tomamos a liberdade do envio desta carta aberta na esperança de que a nossa posição, sobre o desenvolvimento da rede de Alta Velocidade em Portugal, seja melhor acolhida pelos decisores governamentais e pelos partidos com representação parlamentar, num contexto em que a inoperância de sucessivos governos vem contribuindo para uma complexidade cada vez maior na problemática da integração da parte portuguesa no corredor atlântico das redes TEN-T e consequentes constrangimentos para a economia nacional através das dificuldades para o crescimento das exportações de bens e para a transferência de passageiros e cargas de outros modos energeticamente menos eficientes para a ferrovia. 

Rede única ou duas redes 

Os recentes acontecimentos de um modo ou outro ligados à Alta Velocidade em Portugal, nomeadamente a "implementing decision" de 30 de outubro de 2025, permitem-nos ter essa expetativa, embora se mantenha a divergência principal entre nós. A IP e o MIH insistem no PFN (à exceção daquela frase no ponto 2.2 "são inegáveis as vantagens da bitola europeia ... para as exportações portuguesas"), uma rede única de bitola ibérica, enquanto nós advogamos, a exemplo de Espanha - ADIF convencional e ADIF AV - a gestão de duas redes, uma de bitola ibérica, existente, e outra de bitola europeia, de Alta Velocidade e de alto desempenho para mercadorias (uma linha de pendentes reduzidas e curvas de raio elevado para mercadorias permite esperar um consumo de 30 Wh/ton-km, cerca de 75% do consumo específico em percursos como o da atual Beira Alta). Também destacamos o exemplo do Rail Baltica em que as ligações em bitola russa entre a capital da Lituania Vilnius e Kaunas coexistirão na primeira fase com o corredor Talin-Polónia em bitola europeia. 

 A definição dos traçados na AML 

 Recordamos a aparente inconformidade do PFN com a legislação sobre a gestão dos instrumentos de ordenamento do território, ignorando por exemplo, na definição de traçados, o PROTAML de 2002, por atualizar em cooperação com a AMT, o IMT, as CCDR, a AML, a academia, inconformidade em que incorre igualmente a RCM 77/2025 ao entregar à IP a decisão de traçados e de localização da TTT, independentemente da já existência de consultorias sobre os traçados das ferrovias na AML, TTT e serviço do NAL. Não existindo legislação que valide um monopólio na gestão de infraestruturas e não sendo a IP operadora, não parecerá que a sua indigitação por aquela RCM deva prevalecer sobre, por exemplo, a constituição de uma comissão técnica independente que estabeleça o programa de um concurso público internacional para seleção de um consultor de referência, de preferência sem ser por ajuste direto (o que nos leva a interrogarmo-nos sobre a evolução da auditoria externa ao Ferrovia 2020 pedida pela AMT). 

 O caso do troço Lisboa-NAL-Évora 

A seleção dos traçados é uma questão crítica, numa altura em que ainda se discute a ligação da LAV Porto-Lisboa a Lisboa pela margem direita ou pela margem esquerda e a localização da TTT em função do serviço ao NAL de passageiros e de mercadorias. Sublinha-se que o traçado por Chelas Barreiro se traduz num percurso Lisboa-NAL de mais de 10km relativamente aos traçados Beato Montijo ou Foz do Trancão-Alcochete com o consequente consumo de energia superior. Embora se possa considerar como um problema jurídico delicado e com contra-indicações, poderia negociar-se com o consórcio ELOS a eliminação da indemnização devida pelo Estado por desistência do contrato, integrando-o na revisão do projeto da ligação Lisboa-NAL-Évora. 

 Disposições constitucionais 

 Recordamos que a informação sobre a evolução de todo o processo não deve limitar-se a uma consulta pública do EIA quando já nada se pode alterar por ser dada maior relevância aos fatores ambientais aprovados, antes deve cumprir o artigo 48 da Constituição (direito à participação em assuntos públicos e à informação sobre eles ). Igualmente lembramos que a competência legislativa sobre as bases do ordenamento do território, de que a mobilidade é fundamental, é exclusiva da Assembleia da República, não do Governo (a menos de autorização deste, obrigatoriamente expressa, art.165.1.z). 

 Normalização. O regulamento 2024/1679 

 Sublinhamos ainda o nosso acordo com as palavras do senhor ministro num dos seus "tens um minuto?". Graças à sua formação de engenheiro, afirma que a normalização é essencial para a interoperabilidade, mas depois reduz a interoperabilidade à relação com a rede ibérica de Espanha, que de facto se atrasou no desenvolvimento da rede de mercadorias, apesar do regulamento 2024/1679 referir o objetivo 2050 (rede "comprehensive") e repetir a prioridade da integração em interoperabilidade plena das linhas de mercadorias nos corredores internacionais segundo o considerando 31 e os artigos 12.1.a, 13.a, 13.b, 20.a, 44.a, 44.c e 44.e do regulamento. Daí a crítica ao projeto do troço da linha de AV Porto-Oiã com pendentes de 2% e curvas de raio inferior a 3000 m. 

  As vantagens da bitola europeia para as exportações 

 A questão da rede de mercadorias interoperável com a Europa é essencial para planear o futuro da economia nacional. Já na atualidade exportámos em 2024 para a Europa além Pirineus, por modos terrestres (por modo ferroviário 1% em valor e por modo rodoviário 99% em valor das exportações por modos terrestres) 6 milhões de toneladas no valor de 26855 milhões de euros e para Espanha 11 milhões de toneladas no valor de 17295 milhões de euros (dados do INE). É a interoperabilidade com a Europa que deve ter prioridade, sem menosprezo pelos nossos parceiros ibéricos, sendo para mais imperativa a transferência de carga rodoviária para a ferrovia por razões ambientais e de congestionamento das estradas (o camião elétrico terá um consumo específico por ton-km 4 vezes superior ao do comboio). 

 O alinhamento dos planos nacionais com a política de transportes da União 

E chegados aqui não podemos deixar de recordar outra afirmação do senhor ministro numa entrevista na TV: "não podemos contrariar os regulamentos europeus" ... o que nos leva ainda para além da discussão sobre os componentes essenciais da interoperabilidade e seus prazos, a bitola, o ERTMS, o FRMCS sucessor do GSM-R, os 25 kVAC, os 740 m de comprimento do comboio de mercadorias e sua desejável duplicação ... e que também nos remete para o art.60 do sistematicamente citado regulamento 1679, "Os Estados membros assegurarão o alinhamento dos planos nacionais com a política de transportes da União e as prioridades e os prazos do regulamento". 

 Os eixos variáveis 

Longe vão os tempos em que os defensores da continuidade da bitola ibérica diziam que a bitola não era um problema, ou que era uma falsa questão quando já existiam os eixos variáveis. É um princípio experimental da engenharia que qualquer componente adicional vai reduzir a fiabilidade do sistema e aumentar as necessidades de manutenção, conduzindo a novos componentes para correção desses efeitos. A experiência dos comboios de eixos variáveis na linha de Alta Velocidade da Galiza comprovou-o, pese embora o elevado nível da engenharia da Talgo, penalizada pelo seu voluntarismo. Assiste-se a um impasse na promoção dos vagões de mercadorias de eixos variáveis, e não consta que algum fabricante esteja disposto a investir em locomotivas de eixos variáveis. Comprometida assim a passagem "seamless"nas fronteiras de bitolas diferentes do artigo 13.a . 

 Acontecimentos importantes relativos à Alta Velocidade com impacto em Portugal 

 Perdoe-se-nos a extensão do que pretendíamos ser uma introdução à situação atual, em que acontecimentos importantes relativos à Alta Velocidade com impacto em Portugal ocuparam a comunicação social durante alguns momentos: 

  •  a nomeação do novo comissário europeu dos transportes, Apostolos Tzitzikostas e sua visita a Portugal em fevereiro de 2025. 
  •  a cerimónia em julho de 2025 de assinatura do contrato de concessão do 1º troço da LAV Porto-Lisboa, Porto-Oiã, em regime de parceria publico privada para projeto de execução, construção, manutenção e financiamento por 30 anos. Graças à participação da presidente do BEI Nadia Calvino, do diretor geral do BEI Christophe Laloux, da vice-presidente da CE para a Transição limpa, do comissário Apostolos Tzitzikostas, com declarações altamente elogiosas para as entidades portuguesas, esta cerimónia serviu de promoção da imagem da IP enquanto entidade coordenadora principal da Alta Velocidade em Portugal em sintonia com a CE. Todavia, algo parece não estar bem quando o financiamento atribuido pelo BEI a Porto-Oiã é um empréstimo de 875 milhões de euros (previstos 3.000 milhões para a totalidade da linha), além do financiamento de 480 milhões do CEF 2024. Como sinal de alarme verificou-se que o CEF 2025 não atribuiu a Portugal nenhum financiamento, provavelmente pelo não cumprimento dos requisitos de interoperabilidade como a bitola europeia e os limites das pendentes para tráfego misto. Situação preocupante considerando os custos estimados (Porto Oiã 2.000 milhões, Porto-Lisboa-9.000 milhões) e a dependencia do financiamento pelas próprias PPP a 30 anos. Em vez de discursos de satisfação pareceria mais indicado negociar com a CE uma assistencia técnica e financeira (recorda-se os arts 170 a 172 do TFEU) compatível com os requisitos da interoperabilidade, para alinhamento das estratégias nacionais e comunitárias. 
  •  a nomeação do novo coordenador do corredor atlântico, François Bausch e sua visita a Sines, ao troço Évora-Caia e à linha da Beira Alta em outubro de 2025, no que foi apresentado pela IP e pelo novo coordenador como "contribuição para uma rede mais interoperável de ligação da península ibérica ao centro da Europa", o que nos recorda, pelo contraste entre as felicitações de uns e a insatisfação do outro, as palavras do anterior coordenador Carlo Secchi, no seu workplan de 2022: "The completion of the high-speed line between Lisboa and Caia-border ... and a migration to European standard track gauge should also be considered. There are up to forty daily flights both ways between Lisboa and Madrid, we cannot afford to wait until 2050 to shift this traffic to rail.") 
  •  emissão pela CE em 30 de outubro de 2025 da implementing decision com o calendário da LAV Lisboa-Madrid, diferindo a data de inauguração com interoperabilidade plena de 2030 para 2034 considerando as dificuldades financeiras do país. 
  •  a comunicação da CE ao Parlamento Europeu de 5 de novembro de 2025 com o plano de ligação das capitais europeias "Connecting Europe through High-Speed Rail" 
  •  a comunicação da CE de 19 de novembro de 2025 sobre novo regulamento da mobilidade militar, que será mais um elemento de pressão para o cumprimento dos requisitos de interoperabilidade e aceleração da execução do regulamento 1679 ("dual use", considerando 45 e artigos 8.1.b e 12.1.f) 
 
A implementing decision de 30 de outubro de 2025 sobre a LAV Madrid-Lisboa 

 Porém, o acontecimento principal, contrariando a imagem pretendida de sintonia das estratégias da Comissão Europeia e de Portugal, foi a emissão em 30 de outubro de 2025 pela CE de uma decisão de execução ("implementing decision") propondo um calendário concreto para a execução da linha de Alta Velocidade Lisboa-Madrid. Pouco se falou antes, em Portugal sobre a eminência da publicação desta implementing decision (o assunto foi tratado no programa Negócios da Semana da SIC Notícias de 29 de outubro) embora se suspeitasse dela por algumas informações com origem em eurodeputados, veiculadas por orgãos de imprensa espanhola e debatidas num seminário em Madrid promovida em meados de outubro de 2025 pela associação Sudoeste Ibérico que defende a rápida construção da linha de Alta Velocidade Madrid-Extremadura-Lisboa. Neste seminário o comisionado do governo espanhol para o corredor atlântico, Sebastian Ruiz, insistiu na necessidade dos Estados membros cumprirem os regulamentos, sob pena de intervenção da CE. Mais uma vez o secretismo. Destaque entretanto para a concessão pelo BEI de um empréstimo de 1700 milhões milhões de euros para os últimos 93 km do Y basco.

 Comparativo dos textos da implementing decision e da nota do MIH 

 Logo o MIH se apressou a publicar uma nota de imprensa que não dizia exatamente o mesmo que a implementig decision. Diz o texto da implementing decision no art.2.3.a e 2.3.b: “Cada um dos países deve elaborar até ao f inal de 2027 um plano coordenado para a implantação da bitola nominal da norma europeia de 1 435 mm na linha de alta velocidade entre Lisboa e Madrid, em conformidade com o artigo 17.º do Regulamento (UE) 2024/1679;” 
 Ao que a nota do MIH contrapõe: "Portugal e Espanha comprometem-se a avaliar até 2027 os custos e benefícios socioeconómicos e impacto para a interoperabilidade da migração da bitola ibérica para a bitola europeia padrão. No caso de avaliação favorável, os dois países apresentarão um plano devidamente coordenado para a migração de bitola.” 

 A interpretação do MIH 

Pressente-se nesta frase a tentativa de evitar a introdução da bitola europeia no território nacional. Para isso, reproduziu o texto do artigo 17.3 que não é aplicável à totalidade da LAV no território nacional porque os trabalhos de construção dos troços Lisboa-Évora e Elvas-Caia ainda não começaram. Pode sim ser aplicado, embora não obrigatoriamente, ao troço Évora-Caia cujos trabalhos de construção se iniciaram antes de 18 de julho de 2024, marco fixado pelo regulamento 1679. No troço Évora-Caia, em que a bitola ibérica já foi instalada, pode falar-se em "migração", como referido no artigo 17.3, para a bitola europeia. O que não é o caso no troço Lisboa-Évora, o qual deve ser construido de origem em bitola europeia, conforme o regulamento. por fazer parte do corredor internacional atlântico da rede básica ("core"), independentemente de análises de custos benefícios. A IP também emitiu um comunicado sobre a implementing decision, garantindo para 2034 “a total interoperabilidade com a rede de alta velocidade espanhola”, o que deixa a dúvida se não será a interoperabilidade apenas com a parte em bitola ibérica da rede de alta velocidade espanhola (756 km em 3981km) em vez da rede europeia de bitola UIC.

 O caso da via única do troço Évora-Caia 

 O que poderia ser uma empreitada relativamente simples, "migrar" a bitola para europeia se se tivesse adjudicado a construção de via dupla conforme o projeto anterior do consórcio ELOS e não via única, em bitola ibérica, com plataforma dupla, revela-se agora de gravosa resolução. Isto porque grande parte do troço é em viadutos e nestes apenas estão construidos os tabuleiros e os pilares para uma das vias. Não existem tabuleiros para a segunda via e os respetivos pilares apenas têm a base. Isto é, voltar à obra para instalar segunda via nos viadutos equivale a obra nova. A segunda via construida em bitola mista (3 carris) permitiria a sua utilização por comboios de passageiros de bitola europeia e por comboios de mercadorias de bitola ibérica. Manter-se-ia a primeira via em bitola ibérica, em travessas polivalentes, até à "migração" para a bitola europeia, com minimização das perturbações durante a mudança de bitola. 

 A implementing decision fixa para colocação em serviço: 
  •  da linha Évora-Caia em junho 2026 (art.2.1.b) , 
  •  do ERTMS entre Évora e Elvas em dezembro 2027 (art.2.1d) 
  •  do ERTMS entre Elvas e Badajoz em dezembro 2028 (art.2.1.f) 
  •  da segunda via Évora-Caia em 2034, dependendo de confirmação da justificação (art.2.2.b.ii) 
 Estranha-se o requisito de confirmação da justificação da segunda via para serviço em 2034, numa linha integrada no corredor internacional atlântico para AV de passageiros e para mercadorias para exportação para a Europa, com o benefício adicional de evitar perturbações da operação na primeira via quando da mudança de bitola de ibérica para europeia. 

 O que diz o art.17 do regulamento 2024/1679 

 A implementing decision é clara ao fixar no art.2.3.a a data de dezembro de 2027 para apresentação de um plano coordenado com Espanha para instalação da bitola europeia na linha Lisboa-Madrid, conforme o art.17 do regulamento 2024/1679 
  •  ponto 1 : os Estados membros garantirão que qualquer linha da rede básica ("core") cujas obras de construção não tenham começado até 18 julho 2024 será construida com bitola europeia de raiz (em espanhol: "se entenderá por nueva línea ferroviaria toda línea cuyas obras de construcción no hayan empezado antes del 18 de julio de 2024") . Será portanto aplicável ao troço Lisboa-Évora e Elvas-Badajoz, tal como referido no workplan de 2022 do coordenador do corredor atlântico. 
  •  ponto 2 : não é aplicável à LAV Lisboa-Madrid por já estar planeada há muito (no regulamento em espanhol :"No obstante lo dispuesto en el apartado 1 del presente artículo, aquellos Estados miembros en cuyo territorio no esté prevista a 18 de julio de 2024 la conexión de ninguna nueva línea ferroviaria ..."). Não se justifica portanto uma ACB negativa para não construir em bitola europeia 
  •  ponto 3 : pode ser aplicado ao troço Évora-Caia como visto atrás e, como já está construido em bitola ibérica, deverá realizar-se uma ACB para avaliação da viabilidade de "migração" para a bitola europeia, como descrito acima 
  •  ponto 5 : é verdade que este ponto diz que pode ser concedida pela CE uma isenção temporária para dispensa da bitola europeia que só será concedida pela CE mediante uma ACB e uma avaliação negativas do impacto na interoperabilidade, da continuidade da rede e do parecer de Espanha (que não se espera seja negativo, considerando todas as declarações do comissionado del corredor atlantico Sebastian Ruiz e do ministro Oscar Puente relativas à escolha da bitola europeia para o troço Talayuela-Madrid da LAV-Madrid-Lisboa e da nova linha Huelva-Sevilha) .
 
Relação das ações previstas na implementing decision e dos prazos para a ligação AV Lisboa Madrid 

  • 31dez2025 - conclusão das obras do troço Évora-Caia (art.2.1.b da implem.decision) (pressupõe-se da 1ª fase, bitola ibérica/travessas polivalentes/viaúnica ver comentário acima) 
  •   31dez2025 - concurso dos estudos para o troço Caia-Badajoz gerido pelo consórcio europeu de interesse económico AVEP (ADIF/IP) (art.2.2.c) (pressupõe-se para bitola europeia) 
  •   30jun2026 - colocação em serviço de Évora-Caia (art.2.1.b) (pressupõe-se da 1ª fase, bitola ibérica/travessas polivalentes/via única ver comentário acima) 
  •   30jun2026 - início das obras de duplicação da via convencional Poceirão-Bombel (art.2.1.a da implementng decision) (pressupõe-se não fazendo parte do traçado de Alta Velocidade e executado com travessas polivalentes, mas seria mais correto com travessas mistas (3 carris)) 
  •   19jul2026 - avaliação com uma ACB da viabilidade da "migração" dos troços existentes no corredor internacional (caso Évora-Caia) e do impacto na interoperabilidade (art.17.3 do regulamento 1679 ) 
  •   31dez2027 - plano coordenado com Espanha para implantação da bitola europeia na LAV Lisboa-Madrid conforme o art.17 (art.2.3.a da implem.decision) (deduz-se que a implementing decision faz a equivalencia entre o fim da isenção temporária do art.17.5 e o limite de 31dez2034 para colocação em serviço da bitola europeia na LAV Lisboa-Madrid conforme o art.2.3.b) 
  •  31dez2027 - colocação em serviço do ERTMS entre Évora e Elvas (art.2.1.d) 
  •   31dez2027 - conclusão dos estudos para o troço Lisboa-Évora incluindo a TTT (art.2.2.a) 
  •  31dez2027 - adoção de um PMUS para a AML conforme o art.41.1 do regulamento 1679 
  •  31dez2027 - conclusão dos estudos para o troço Caia-Badajoz e decisão sobre data para a sua construção em bitola europeia e eventualmente de estação internacional, de modo a ser colocado em serviço antes de 31dez2034 (art.2.2.d) 
  •  31dez2028 - colocação em serviço do ERTMS entre Elvas e Badajoz (art.2.1.f) 
  •   31dez2029 - colocação em serviço da 2ª via convencional de Poceirão-Bombel (art.2.1.a) 
  •  31dez2030 - ligação Lisboa-Madrid em 5 horas com troços convencionais e de alta velocidade (pressupõe-se maioritariamente em bitola ibérica) (art.2.1 da impl.decision) 
  •   31dez2034 - ligação Lisboa-Madrid em 3 horas em AV (deduz-se do art.2.3.a e 2.3.b que integralmente em bitola europeia) 


 Proposta de seguimento para os cidadãos interessados 

 Considerando o histórico, com todas as dificuldades de organização, planeamento e financiamento, afigura-se difícil cumprir os prazos da implementing decision e do regulamento 1679, o que é uma boa razão para desenvolver as seguintes ações, ao abrigo do art.48 da CRP: 
 
1 - Monitorizar a evolução das medidas e a exequibilidade de cumprimento dos prazos referidos acima na implementing decision e no regulamento 1679, incluindo os traçados do serviço ao NAL, passageiros e mercadorias.

 2- Acompanhar a realização anual das reuniões de ponto de situação do art.3.1 da implem.decision de representantes de Portugal e Espanha num grupo de trabalho sob orientação do coordenador do corredor atlântico conforme o art. 53.4 do regulamento 1679. 

 3 - Acompanhar, para tudo o que se relaciona com a parte portuguesa das redes TEN-T, os contactos com o coordenador do corredor atlântico, o comissário dos Transportes da DG-MOVE, o comisionado del corredor atlantico espanhol para apoio técnico e para melhoria do financiamento da Alta Velocidade conforme os arts 170 a 172 do TFEU 

 4- Acompanhar a preparação da próxima cimeira de Huelva, nomeadamente para o controle do calendário de colocação em serviço de todos os elementos da rede portuguesa "core", "extended core" e "comprehensive" integrada nas redes TEN-T com respeito pelos requisitos da interoperabilidade plena, incluindo ERTMS, bitola europeia, alimentação elétrica, comprimento dos comboios, pendentes e raios de curvatura. Será importante respeitar as prioridades do regulamento 1679 (rede "core": Linhas AV Porto-Lisboa e Lisboa-Madrid e Sines/Leixões/Aveiro-Salamanca. A aproveitar a próxima construção da ligação em AV Huelva-Sevilha para promover a ligação em AV Évora-Beja-Faro-Huelva programada para 2050) 



 Ligações

 Regulamento 2024/1679 
Tratado de Funcionamento da União Europeia 

 Assinatura do contrato de concessão Porto-Oiã 

 Financiamento do troço Porto-Oiã 

 RCM 77/2025 e Plano Ferroviário Nacional 

 Exportações de bens por modo de transporte e local de destino 

 Intervenção do comisionado do governo espanhol para o corredor atlântico no foro Sudoeste Ibérico em 16 de outubro de 2025 (não cumprimento do regulamento 1679 por França no minuto 6.26, por Portugal no minuto 7.24) 

 Implementing decision de 30out2025 da CE sobre a LAV Lisboa-Madrid 

 Comunicado do XXV Governo sobre a implementing decision 

 Comunicado da IP sobre a implementing decision 

 Plano para a rede ferroviária europeia de ligação das capitais 

 Comunicação de 19 de novembro de 2025 da CE sobre novo regulamento sobre mobilidade militar 

 Empréstimo do BEI para conclusão do Y basco 

 Programa na TV sobre financiamento das linhas de AV e a implementing decision 


 Mais uma vez pedimos desculpa pela extensão da missiva, mas a complexidade do tema e as implicações negativas que orientações menos corretas dos investimentos ferroviários poderão trazer para a economia nacional justificará os incómodos. 

 Com os melhores cumprimentos subscrevem-se, enquanto representantes dos subscritores em 2017 do Manifesto “Portugal, uma ilha ferroviária?” 

 Lisboa, 29 de novembro de 2025 



Fernando Santos e Silva, eng.eletrotécnico, ex técnico do Metropolitano de Lisboa
Fernando Teixeira Mendes, eng.eletrotécnico, empresário
Henrique Neto, empresário
Mário Lopes, eng.civil, professor no IST
Mário Ribeiro, eng.mecânico, ex técnico da TAP
Rui Rodrigues, consultor de Transportes