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domingo, 3 de junho de 2012

Os prejuizos das empresas publicas no 1º trimestre de 2012

O Publico de 2 de Junho de 2012 titulou: “Prejuízos das empresas do Estado duplicaram no 1º trimestre de 2012” (por comparação com o 1º trimestre de 2011).


O artigo resume o relatório da direção geral do tesouro e finanças. Os juros de empréstimos pagos no1º trimestre de 2012 atingiram 336 milhões de euros, quando em 2011 tinham sido de 199 milhões.

Assim não é possível as empresas de transportes não terem prejuízos.

Tanto o metro de Lisboa como o metro do Porto pagam mais de juros e serviço de dívida do que de fornecimentos e serviços externos e de gastos com pessoal.

O que não impede que os vociferadores enviem os seus comentários para o Publico propondo a extinção das empresas públicas.

Poderiam propor a extinção dos juros, mas não.

Até iam ao encontro do senhor secretário de estado dos transportes, Sérgio Monteiro, que acredita no equilíbrio operacional até ao fim de 2012, o tal de EBITDA positivo (continuando a cortar nos investimentos, na manutenção e nos gastos de pessoal, acaba por ser possível; agora pagar estes juros, amortizações e demais contabilizações da dívida é que é difícil).

Mais valia que ouvissem Victoria Grant, a explicar no youtube como, quem manda, induz o Estado a pedir empréstimos aos bancos privados, que pedir ao banco público é pecado para a biblia neo-liberal; a juros cada vez mais elevados; para isso tem de haver aumento de impostos (noticiou o DN de 3 de Junho de 2012 que este foi o primeiro dia livre de impostos de 2012; em 2011 tinha ocorrido 5 dias mais cedo, isto é, os impostos estão mesmo a aumentar), ou redução de salários nas empresas públicas; e assim vai o contribuinte pagando os juros aos bancos privados.

E para os comentadores na internet, continuam a ser os trabalhadores das empresas de transportes, que contribuem com menos de 25% para a formação dos custos, os responsáveis pelos prejuízos (dizem as boas práticas que as medidas mais eficientes para obtenção de economias são as aplicáveis aos fatores que mais contribuem para os prejuízos, neste caso os juros).

Mas parafraseando o professor Carvalho Rodrigues, a ciência não faz parte desta equação, nem é a ciência que convencerá os comentadores vociferadores seja do que for.

terça-feira, 8 de novembro de 2011

Novas falas de governantes, desta vez motivo de esperança

"Nenhuma capital europeia fecha o metro as 11 da noite. À partida, não  faz sentido", afirmou o senhor ministro da economia e transportes Álvaro Santos Pereira em 8 de novembro de 2011, na conferência "Notação  financeira, transparência e credibilidade dos mercados".


Verifico com satisfação que há uma convergencia. 
Tirando a expressão "à partida", subscrevo a afirmação. 
E como sou ingénuo e bem intencionado, penso que pode haver mais pontos comuns se o diálogo se desenvolver de forma aberta e franca, porque quem trabalha nas empresas públicas de transporte também está interessado em fornecer um serviço sustentável, com custos baixos e com a sobrevivencia dos postos de trabalho.


Por isso mesmo, sem negar a necessidade evidente de combater a divida de 17.000 milhões de euros das empresas públicas, discordo do argumento do senhor ministro quando diz que as dívidas são das empresas e que portanto elas abrirão falencia se nada se fizer.
Discordo porque já se sabe que a parte da divida correspondente a investimentos em infraestruturas de grande duração é do estado. E mesmo que fosse das empresas, o aval dos empréstimos que elas contrairam é do estado. Logo, a haver falencia, é nós todos, contribuintes, e não apenas do setor de transportes.


Mas não haverá faencia porque alguma coisa se via fazer.
Só pedia que desse o benefício da dúvida aos trabalhadores a quem disse que as regalias dos acordos coletivos são para acabar.
Experimente adiar o calendário das privatizações, perdão, das concessões.
Experimente dar às empresas públicas as mesmas condições que pensa pôr nos cadernos de encargos, isto é sem passivos.
Aguarde os resultados.
Pode ser que se surpreenda, pela positiva.
Mas se não quer fazer isso, possivelmente para não contrariar nenhum mantra (é assim que se diz nas faculdades de economia, não é? o nome da biblia da mitologia hindu) do mercado de regulação teórica a la Greenspan-Paulsen-Bernanke, ao menos prepare as empresas publicas de modo a poderem concorrer tambem ao concurso internacional para as concessões (vai haver concurso, não é assim?). Os ideólogos da união europeia defendem a concorrencia e não proibem a existencia de empresas publicas não monopolistas, certo?


Para que não se comprove esta ideia de que o lombo da exploração rentável com redução de custos de produção é para os privados e os ossos das dividas e da manutenão e investimentos não rentáveis é para o público.


Se puder, não esqueça ainda os riscos da redução dos custos na formação de pessoal, que deu em vários acidentes no tempo da Tatcher (coitada, tambem teve de nacionalizar a Chrysler inglesa e parte da BP).
Nem a triste história de um dos consórcios privados das Infracos (manutenção e investimento de um grupo de linhas do metro de Londres) que, apesar da politica de desinvestimento e da dispensa de obediencia às normas concursais europeias, faliu).


Não desperdice o muito de bom que existe nas empresas públicas de transportes.