Há tempos este blogue dedicou-se à semiótica aplicada aos gestos (sinais) do senhor ministro Vitor Gaspar.
A semiótica pode ter aplicações até na criminologia, na avaliação do grau de verdade do que um suspeito diz, mas não era o caso.
Como não é agora o caso a observação de algumas formas de falar de senhores ministros e do senhor presidente da Republica. Já aqui tambem tinha sido comentada a forma desabrida como o senhor ministro da economia fala ("isso tem de acabar"), mesmo nos casos em que lhe dou razão , ou pelo menos, alguma. Mas tambem não é agora o caso.
Vejamos então:
1 - "o diabo às vezes está nos detalhes", presidente da Republica, a propósito dos detalhes técnicos das decisões do Conselho Europeu . É um dito interessante, possivelmente regionalista. Na minha região diz-se mais "o esfolar do rabo é que é dificil", mas concordo. O meu problema não é esta forma de falar. O meu problema é parecer-me de uma grande ingenuidade o que também disse na conferencia ibero-americana: que os mercados andam a funcionar com "falta de transparencia" e "insuficiencia de regulação". É que tambem estou de acordo, mas falta de transparencia e insuficiencia de regulação é o que acontece quando se deixam os mercados funcionar, que é o que postula a cartilha liberal que orienta a posição ideológica do senhor presidente da Republica e do senhor primeiro ministro. Quanto à transparencia, este blogue já propôs uma coisa muito concreta (ver "Justiça Fiscal", de Saldanha Sanches, ed. Fundação Manuel dos Santos) : levantamento imediato do sigilo bancário. Quanto à regulação, estamos de acordo, mas penso que a regulação em que estou a pensar não é a mesma regulação em que o senhor presidente pensou. Enfim, esperar que o setor privado melhore, quando tem uma divida maior do que o setor público, parece-me que não há mercado que consiga, por mais transparente e regulado que esteja, mas enfim, eu sou um ignorante em economia.
2 - "a diplomacia deve ser a vanguarda das exportações, da internacionalização das PME e da captação de investimento estrangeiro", Paulo Portas. Estou de acordo, sinceramente o digo, e se Paulo Portas diz isso e eu também, tão afastado que estamos no pensamento, é porque é verdade. Difícil compatibilizar com a cartilha neo-liberal da escola de Chicago tão defendida pelo governo, não é? Mas deixe-me fazer-lhe um alerta: é que vanguarda tem conotações leninistas, embora seja legítimo desenvolver o princípio, em certas condições em que os mercados funcionam sem transparencia, desregulados e com algumas crises de inibição e falta de flexibilidade; porém, o objetivo deve ser o das atividades serem fruto de trabalho em equipa e de debate generalizado (ver "A sabedoria das multidões", de James Surowiecky, ed.Lua de Papel).
3 - "Muitos países da UE só têm 12 vencimentos", Miguel Relvas, a propósito da supressão dos 13º e 14º vencimentos. Acho que os meus cabelos brancos me autorizam a supor que houve aqui uma imprudencia adolescente do senhor ministro. Penso que não é ofensa. Ser-se adolescente é ser-se generoso, embora essa generosidade possa ser consequencia de não se atribuir valor a alguns conceitos, como o da garantia do pleno emprego e da segurança social, por exemplo. Os mecanismos cerebrais da mielinização não foram ainda executados em toda a sua plenitude, e os psiquiatras estão de acordo em que a conclusão desse processo está a fazer-se cada mais tarde nas novas gerações. Nestas condições, os adolescentes têm dificuldaed em "se pôr na pele" dos outros, por exemplo dos que não usufruem dos privilégios que eles usufruem, como os iPhones e os iPads, e por isso são insensíveis, não por maldade mas incapacidade de processamento, não racional, mas emocional, das circunstancias decorrentes das condições de vida ou da deterioração dessas condições. Mas deixemos os adolescentes e centremo-nos no que qualquer jornalista de especialidade foi correr investigar. Que o salário bruto anual médio holandês, sem 13º e sem 14º meses, é 3 vezes o salário médio português, com 13º e 14º meses. Bom, a Holanda é um misto de off-shore e in-shore, com práticas fiscais que deveriam merecer um puxão de orelhas dos burocratas de Bruxelas, mas vamos então para a Islandia, que disse que não pagava a irreponsabilidade dos bancos e por isso não pode "ir aos mercados". A comparação nas mesmas condições dá 4 vezes a favor dos islandeses (e noruegueses tambem). Estará a Irlanda mais próxima? os irlandeses tambem têm de pagar as aventuras de bancos com prejuizos 5 vezes maiores do que os do BPN; mas têm um salário bruto 3,5 vezes superior. Bom, o salário bruto português é 4 vezes superior ao da Roménia. Depois disto, terá o senhor ministro aprendido que não podem apresentar-se numeros apenas sobre uma parte do problema (sim, já sei que a produtividade é maior nesses países; a produtividade, o controle dos custos dos fatores de produção e a planificação da distribuição de rendimentos entre o setor transacionável e o não transacionável)? Terá? estuda-se na matemática e na lógica... mas sobre este assunto quero acrescentar duas pequenas observações, embora, por simplicidade, eu prefira que os 13º e 14º meses sejam integrados nos 12 vencimentos (evidentemente que, perante as comparaçoes anteriores, eliminar simplesmente iria piorar o nosso "ranking") .
3.1 - Seja uma taxa de juro de 2,4% ao ano e 0,2% por mês; se o subsidio de férias fôr de 1000 euros e só se pagar em Julho, o orçamento de estado pode contar com uma capitalização de 1000x0,002 (6+5+4+3+2+1) = 42€ ; quanto ao subsidio de Natal temos 1000x0,002 (11+10+9+8+7+6+5+4+3+2+1) = 132€ ; total capitalizado por funcionário público graças aos subsídios de férias e de Natal: 42+132 = 174€; e para 700.000 funcionários públicos: 121,8 milhões de euros; o senhor ministro disse que é disparate haver 13º e 14º meses? funciona como aforro do estado e garantia de disponibilidade para o consumo de férias e de Natal ;
3.2 - não seria melhor uma campanha publicitária intensiva do estilo "faça férias cá dentro" e "compre o que é nosso", para limitar as férias no estrangeiro e a importação de bens para as compras do Natal, sem estes cortes antipáticos? e não seria mais correto "correr" o pessoal todo a certificados de aforro, mesmo com um prazo de carência de 5 anos e a juros ainda mais baixos em lugar de corte simples? seria uma parceria publico-privada democratizada; não acha imprudente provocar um corte tão brusco? as leis da Física explicam que variações de estado bruscas induzem forças de readaptação de grande amplitude... enfim, vamos ver como evoluem as coisas, mas por favor não venha com a desculpa de que a troica não apreendeu bem nas primeiuras negociações a dimensão da dívida das empresas públicas, que há muitos anos que um pequeno grupo de funcionários das empresas públicas vem protestando que não está certo recair nas empresas públicas o serviço da dívida dos investimentos nas grandes infra-estruturas... é que já era coisa sabida há muito...
4 - "a subida do salário mínimo para 600 euros, como pretendem os comunistas (aqui ficaria melhor o PCP, ou então "como pretendem comunistas", porque pode haver comunistas que não se identificam com o PCP, ou comunistas que trocariam a subida do salário mínimo por outras medidas, como o levantamento do sigilo bancário e uma efetiva equidade fiscal, ou comunistas que não se identificam com as práticas de outros comunistas em outras coordenadas de espaço ou de tempo) seria demagógico e condenar a economia portuguesa ao que aconteceu a seguir ao 25 de Abril, com aumento de salários e o maior recuo das exportações dos ultimos anos", Alvaro Santos Pereira. Outra vez o senhor ministro da economia. Mais uma vez, só uma parte da verdade iluminada pelos números. Falta a outra parte. O senhor ministro gosta de focar a grandiosidade de uma parte da realidade. Gosta por exemplo de dizer que a produtividade por habitante teve um recuo muito grande logo a seguir ao 25 de Abril. Pois teve mas quando fala disso não diz que o país teve na altura o regresso de 500.000 cidadãos e cidadãs (acréscimo de 5% no denominador da produtividade por habitante) e que o relatório dos economistas do MIT de novembro de 1975 foi positivo; diz que o modelo foi de crescimento antes do 25 de Abril mas não diz que houve um afluxo de capitais durante e após a segunda guerra mundial e como sua consequencia; diz que as exportações recuaram a seguir ao 25 de Abril mas não diz que se vivia na altura as consequências da crise do petróleo de 1973, em que muitas empresas, especialmente inglesas, praticaram um boicote vergonhoso a Portugal (ver exemplos em próximo texto sobre experiência disto no metropolitano de Lisboa, quanto a boicote ao fornecimento de peças sobresselentes), e em que a fuga de capitais para o estrangeiro alarmou os economistas no ultimo trimestre de1973; efetivamente, houve uma translação da linha separadora da distribuição de rendimentos do capital e do trabalho no sentido do trabalho, mas isso foi porque ela estava muito chegada à direita, ao lado do capital. Salvo melhor opinião, são afirmações perigosas por ocultarem parte relevante da realidade e assim estimular a ilusão dos eleitores; salvo melhor opinião, claro, na parte do perigo das afirmações e na parte da ilusão, claro, claro.
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domingo, 30 de outubro de 2011
Formas de falar dos senhores políticos neste fim de outubro de 2011
terça-feira, 1 de fevereiro de 2011
Deolinda - Que parva que eu sou
O concerto dos Deolinda foi um exito. A sua nova canção "Que parva que eu sou" começou logo a circular na Internet:
Sou da geração sem remuneração
e não me incomoda esta condição.
Que parva que eu sou!
Porque isto está mal e vai continuar,
já é uma sorte eu poder estagiar.
Que parva que eu sou!
E fico a pensar,
que mundo tão parvo
onde para ser escravo é preciso estudar.
Sou da geração ‘casinha dos pais’,
se já tenho tudo, pra quê querer mais?
Que parva que eu sou
Filhos, maridos, estou sempre a adiar
e ainda me falta o carro pagar
Que parva que eu sou!
E fico a pensar,
que mundo tão parvo
onde para ser escravo é preciso estudar.
Sou da geração ‘vou queixar-me pra quê?’
Há alguém bem pior do que eu na TV.
Que parva que eu sou!
Sou da geração ‘eu já não posso mais!’
que esta situação dura há tempo demais
E parva não sou!
E fico a pensar,
que mundo tão parvo
onde para ser escravo é preciso estudar.
e não me incomoda esta condição.
Que parva que eu sou!
Porque isto está mal e vai continuar,
já é uma sorte eu poder estagiar.
Que parva que eu sou!
E fico a pensar,
que mundo tão parvo
onde para ser escravo é preciso estudar.
Sou da geração ‘casinha dos pais’,
se já tenho tudo, pra quê querer mais?
Que parva que eu sou
Filhos, maridos, estou sempre a adiar
e ainda me falta o carro pagar
Que parva que eu sou!
E fico a pensar,
que mundo tão parvo
onde para ser escravo é preciso estudar.
Sou da geração ‘vou queixar-me pra quê?’
Há alguém bem pior do que eu na TV.
Que parva que eu sou!
Sou da geração ‘eu já não posso mais!’
que esta situação dura há tempo demais
E parva não sou!
E fico a pensar,
que mundo tão parvo
onde para ser escravo é preciso estudar.
É toda uma geração que se identifica com esta letra.
Já se proclama que é a nova canção de intervenção.
E quando os protestos começam nos jovens, o poder pode tremer.
Sabes, Deolinda, quase que me apetece concordar, que parva que és.
Mas como diria Inês Pedrosa ("Fazes-me falta"), serás antes uma garota zonza.
Demasiado ingénua para pensares, enquanto andaste a estudar, que o mundo talvez não fosse o que lias nos jornais (ou vias na televisão), o que te diziam os teus professores de gestão que os mercados têm de ser competitivos e livres, que as maravilhas da Internet e das novas tecnologias tudo resolviam por si.
Garota zonza, que deste prioridade às noites da 24 de Julho ou da Ribeira.
Que te orgulhaste de, repentinamente, o teu país começar a ter a juventude nas universidades; já não havia aquela separação antipática dos filhos família que podiam tirar os cursos superiores enquanto os teus pais e os pais dos teus vizinhos tinham de procurar cedo trabalho nas lojas, nas oficinas, a aprenderem na universidade da vida em lugar de aprenderem nas escolas indutriais ou comerciais ou nos liceus, como se dizia antigamente das escolas secundárias.
Não reparaste, ocupada como estavas com os teus testes de gestão e com os programas de socialização e normalização que tinhas de preparar para as noites de fim de semana (porque senão não te integravas entre os teu pares e isso seria uma rejeição insuportável), que no teu país se estava a criar uma separação escandalosa entre os cada vez menos que têm a cada vez maior fatia do rendimento e os cada vez mais que têm a cada vez mais pequena fatia do rendimento.
Mas foste sempre acreditando que a culpa era dos malcheirosos que não queriam trabalhar nas fábricas, ou nos transportes públicos, ou então que a culpa era dos professores que ganhavam mais do que os colegas finlandeses.
E para ti nunca houve sindicatos, essa coisa do passado, já ultrapassada.
Nunca achaste importante ir votar.
Aliás, ainda nas últimas eleições, garota zonza, deixaste a abstenção ganhar a votação.
Tiveste coisas mais importantes para fazer, um filme em DVD, ou jogos na Wi.
Ou não tinhas confiança nos politicos.
Eu acho que não podes meter todos os politicos no mesmo saco, mas eu pertenço a uma geração já muito antiga, ultrapassada, jurássica como gostas de dizer, do tempo em que havia 30.000 homens e 15.000 mulheres com um curso superior (não era bom, evidentemente).
Não tenho os números de agora, mas quando acabaste o teu curso superior os numeros eram 260.000 homens e 370.000 mulheres. Essa foi uma vitória do teu país, juntamente com a diminuição espetacular da mortalidade infantil.
Coisas do estado social, ou providencia, como te habituaste, acrítica, a ouvir classificar, sempre para valorizar a iniciativa privada, o mercado desregulado.
Nunca pensaste que era isso, o acriticismo permissivo da desregulação, que os grandes grupos económicos estavam interessados em que tu e a tua geração pensasse, para poderem fazer as suas especulações mais descansados, os seus negócios com as "off-shores", os seus negócios entre amigos.
Achavas bem ires aos grandes centros comerciais e comprar fruta barata, embora ela viesse de países em que os apanhadores de fruta são explorados como se fossem escravos (estes sim,como se fossem escravos: só são aceites como apanhadoras de morangos na Andaluzia marroquinas com filhos, para haver a garantia de que regressam a Marrocos), ou comprares uns sapatos de marca italiana de tiras prateadas feitos na India por um miúdo cheio de fome.
Nunca quiseste saber desses pormenores desagradáveis.
Interessavam-te os melhores preços, mesmo que as empresas de cá fechassem.
Nunca quiseste saber desses pormenores desagradáveis.
Interessavam-te os melhores preços, mesmo que as empresas de cá fechassem.
Enquanto os teus amigos iam acabando os seus cursos, iam ganhando os seus recibos verdes, iam, como tu dizes,tendo a sorte de poder estagiar, ou, tendo ainda mais sorte, iam arranjando um emprego numa empresa pública, com garantia de trabalho remunerado, com um recibo suficientemente credivel junto dos bancos para viabilizar o empréstimo para a compra do andar nos suburbios de Lisboa ou para a compra da carrinha de prestígio para impressionar os vizinhos.
Isso não tem mal, tirando talvez essa ideia de querer impressionar a vizinhança com o carro potente, mas a cidade deixou de ser uma cidade para jovens.
Mas mesmo assim não te importaste muito.
Tu e os teus amigos têm o Facebook para trocar as mensagens de socialização e de normalização em torno da vitimização de quem é mal pago e vê as prestações do crédito subir.
Não terão estudado nos seus cursos o ponto de vista freudiano, que quem se sente remunerado abaixo do que considera o próprio valor, sofre de um problema grave de insegurança e de deficiencia de auto-análise?
Não tens uma palavra, Deolinda, para quem perde os seus empregos, para quem procura trabalho e não encontra?
E não tens nada a dizer sobre os senhores importantes que vão para a televisão dizer que agora não há dinheiro para fazer investimentos, apesar de ser isso que gera empregos (desde que reprodutivos e úteis, claro)?
E não tens nada a dizer sobre os senhores importantes que vão para a televisão dizer que agora não há dinheiro para fazer investimentos, apesar de ser isso que gera empregos (desde que reprodutivos e úteis, claro)?
O que te choca é ter um curso superior e ganhar mal?
Que mal tem se a tua amiga médica e o teu amigo engenheiro ganharem tanto como o teu vizinho serralheiro ou o teu primo pedreiro?
E se isso acontecer porque o bolo total do rendimento afinal é pequeno e não dá para mais?
Que mal terá isso se o bolo for nosso?
Será pequeno mas será nosso, e seremos nós que mandamos nele, no bolo do rendimento e na distribuição equilibrada do rendimento, não aqueles senhores importantes que falam com um ar tão sério na televisão.
Não vamos poder passar férias nas Caraibas, mas que importa se o bolo for nosso?
Que mal tem se a tua amiga médica e o teu amigo engenheiro ganharem tanto como o teu vizinho serralheiro ou o teu primo pedreiro?
E se isso acontecer porque o bolo total do rendimento afinal é pequeno e não dá para mais?
Que mal terá isso se o bolo for nosso?
Será pequeno mas será nosso, e seremos nós que mandamos nele, no bolo do rendimento e na distribuição equilibrada do rendimento, não aqueles senhores importantes que falam com um ar tão sério na televisão.
Não vamos poder passar férias nas Caraibas, mas que importa se o bolo for nosso?
Este país seguirá dentro de momentos.
Graças a quem trabalha em algo que possa ser exportado ou vendido no estrangeiro, que é o que poderá suportar isto.
Sabes, Deolinda, cantas bem e os teus músicos tocam bem.
Mas não deixes que o sucesso te estrague.
O teu poema é minimalista e coloquial.
Não tem mal, mas não é um bom poema.
Procura quem faça bons poemas ou já os tenha.
Procura quem faça bons poemas ou já os tenha.
Vai ser utilizado na Internet como aquelas mensagens em que se critica tudo, em que todos nos vitimizamos, mas em que não há soluções.
Reivindicar melhoria de remunerações para uma classe média enganada (desviada dos objetivos durante o seu período de formação)e que não conseguiu erguer uma estrutura produtiva saudável para a economia do país, pode colher muitas palmas nos coliseus (porque os ouvintes se sentem identificados com as tuas palavras, porque os seus centros de prazer antecipam o que lhes vais dizer), mas não resolve o problema da produção de bens uteis, dos investimentos reprodutivos e da distribuição equilibrada dos rendimentos.
Peço desculpa pelas minhas palavras amargas.
Não és a geração rasca nem és parva.
Mas achaste, tu e a tua geração, que a minha estava ultrapassada.
Está, de facto, na sua capacidade de mudar o mundo (onde vão os Beatles e o "Imagine")e na sua energia.
Mas, Deolinda, tu e a tua geração afastaram-se da realidade e acreditaram nas fadas virtuais do poder económico que nos dirige.
Não acredites agora nos mesmos que há 3 anos atrás propagandeavam os mercados desregulados.
Não enfies mais barretes, garota zonza, deixa-me tambem falar coloquialmente.
Vê se votas como deve ser nas próximas eleições e continua a cantar.
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