quinta-feira, 26 de setembro de 2013

Cumprimentos aos senhores do FMI, compreenderam as privatizações em Portugal


Cumprimentos aos senhores do FMI, que depois de muitos anos já compreenderam que as privatizações não são rentáveis para fins de redução da dívida (implicando o equilibrio orçamental como fator principal da redução da dívida – embora o crescimentodo PIB pareça ser importante). Bastava terem lido umas paginas de Karl Marx que dificilmente poderia ser de outro modo, isto é, dificilmente se encontraria uma entidade privada que esteja disposta a cortar nos seus lucros e dividendos para que o montante destes seja inferior ao diferencial entre os níveis de rentabilidade da gestão publica e da gestão privada.

Ver a notícia:

No relatório 'Dealing with High Debt in a Era of Low Growth' ('Lidar com uma dívida elevada numa era de fraco crescimento'), hoje , 23 de Setembro de 2013, divulgado pelo FMI, os autores dão mesmo o exemplo de Portugal, cujas receitas das privatizações corresponderam a cerca de 16% do Produto Interno Bruto (PIB) entre 1996 e 2000.

Mais uma vez se verifica que a análise á distancia pelos técnicos do FMI ignora as realidades concretas do país. Possivelmente, na sua ânsia de manter os privilégios do setor bancário e financeiro internacional, não quer fazer um esforço para perceber as carateristicas especificas de Portugal, escandalizando-se com os 50% da produtividade per capita relativamente ao indicador europeu.

Este é um tema interessantíssimo, porque em todas as reuniões com técnicos homólogos em que eu participei, sempre os indicadores do metropolitano de Lisboa, mesmo em gastos com pessoal de manutenção e nas taxas de cobertura das despesas operacionais pelas receitas estavam dentro da média ou melhores.

Porque não se passa o mesmo nas outras áreas?

Resposta: porque existem grupos económicos e financeiros cujos interesses não coincidem com os conhecimentos dos técnicos de todas as especialidades em todas as áreas de atividade.

Se o FMI quisesse identificar esses grupos, bastava perguntar aos técnicos de cada area de atividade.

Mas isso seria coisa que nunca poderia passar pelo atual governo, cuja incompetência técnica ou incapacidade de contrariar os grupos é patente na área dos transportes, das florestas, da produção de energia, da produção alimentar.





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