quinta-feira, 2 de julho de 2015

Estaleiros de Viana do Castelo, junho de 2015

Continuação de
http://fcsseratostenes.blogspot.pt/2015/05/estaleiros-de-viana-do-castelo-em-maio.html


As notícias vão correndo discretamente.
Material que tinha sido comprado para o Anticiclone, o "irmão" mais pequeno do Atlântida, estará no estaleiro da Figueira da Foz para a construção de um navio para Timor. Porém, o estaleiro está com dificuldades financeiras, ignorando-se se vai mesmo iniciar a construção. É evidente que , por uma questão de escala, a construção em pequenos estaleiros ou em pequenas séries nunca poderá ser competitiva relativamente aos grandes estaleiros coreanos, finlandeses e italianos, o que explica alguns dos prejuízos dos ENVC.
Em dezembro de 2014 a Martifer/West Sea, subconcessionária dos estaleiros de Viana, assinaram o o contrato para a cosntrução de um navio de cruzeiros para a Douro Azul, no valor de 12 milhões de euros.
Consta que o Atlântida terá sido vendido em maio de 2015 para a Noruega por 14 milhões (a Douro Azul tinha-o comprado por 8 milhões).
Ainda em dezembro de 2014 o senhor ministro da Defesa, segundo informação da Cargo News, contratou por ajuste direto de 77 milhões de euros a construção de dois patrulheiros pela Martifer/West Sea. Ver:
 http://www.cargoedicoes.pt/site/Default.aspx?tabid=380&id=11519&area=Cargo

Em maio de 2015 a união europeia informou que o governo português nunca defendeu junto dela o estabelecido nos artigos 107, 346 e 349 do tratado da união, relativos a equipamentos de defesa e a regiões em dificuldades ou de custos insulares, como era o caso dos patrulheiros ou do Atlântida. Ver:
http://www.cargoedicoes.pt/site/Default.aspx?tabid=380&id=11578&area=Cargo

Parece assim que este argumento será usado para justificar o ajuste direto agora, com a Martifer/West Sea, quando anteriormente o governo afirmou que os dois patrulheiros construidos pelos ENVC tinham sido objeto de ajudas ilegais do Estado, cancelando a encomenda de novos patrulheiros e estrangulando assim os ENVC.

A confirmarem-se estes factos, parecerá evidente o favorecimento pelo governo de grupos privados, o que por sua vez só confirmaria a economia política clássica e a justeza da utilização das palavras infâmia e indignidade para referir a extinção forçada dos ENVC. Citando um antigo chefe das forças armadas, é um exemplo da superioridade da gestão privada quando é financiada pelo erário público.
Ver:
http://www.cargoedicoes.pt/site/Default.aspx?tabid=380&id=11444&area=Cargo

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