terça-feira, 1 de outubro de 2019

Um homem pikante, ou a poesia de Alberto Pimenta

https://youtu.be/1zJpp9ueWEw



Alberto Pimenta não é um autor cotado no meio cultural português. Um meio pequenino no sentido mesquinho e compartimentado, de grupos autosatisfeitos que pedem elogios. E pelos vistos, os meios de comunicação social também não apreciam as suas ideias.
Do documentário de Edgar Pera que passou na RTP2 retirei alguns excertos da sua entrevista ou da sua poesia:
"o filho da puta em tempos chamava escravos aos que hoje chama emigrantes"
"cada tema, cada assunto, exige um novo estilo, exige o seu estilo próprio, não é aquele estilo que serve sempre para tudo"
"a guerra não é
nunca de ideias,
é sempre de falta delas"
"há mil anos 
nas bibliotecas de Bagdad 
havia mais livros
que num milhar
de conventos dos cristãos"
"sacrificaram tudo a deus,
e o que não sacrificaram a deus,
sacrificaram aos vindouros,
e assim sucessivamente"
"dizes, eu é que sei
quais são os interesses de todos
e não sabes que todos sabem também 
quais são os teus interesses; 
dizes, essa forma não se ajusta às nossas necessidades;
eu registo, continuas usando um plural majestático, 
dizes, eu quero a paz,
sim, acredito,
já seria altura de usares o que ganhaste na guerra;
dizes, é necessário construir o futuro, 
agora compreendo
porque afundas o presente
para lançar os alicerces;
dizes, o que eu faço é bom; 
dizes, o que eu faço é para teu bem; 
eu digo, há quem não esteja contente contigo; 
tu dizes, cala-te"

Ou de como fala um político de sucesso, majestático, sofrendo do complexo de hubris. 


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