1 - Felicitações aos colegas do metro e seus fornecedores que executaram com exito os seus trabalhos de melhoria da sinalização e preparação para o CBTC (communications based traffic control) no fim de semana de 4 e 5 de fevereiro. Bom trabalho.
2 - não posso dizer o mesmo do elevador de superfície da estação de Entrecampos do metro desde 19 de dezembro passado. Na sequencia da chuvada, a água acumulou-se numa depressão da calçada à portuguesa,
a calçada foi rapidamente reposta, mas não foi eliminada a depressão, isso exigiria mais trabalho e mais fiscalização |
infiltrou-se no teto do corredor para a estação da IP, provocando uma pequena queda do reboco do teto
e caindo na casa das máquinas do elevador avariou-o. Os dois elevadores átrio-cais mantém-se em serviço, o elevador de superfície mantem-se, em 8fev2023, fora de serviço.
O problema da acessibilidade de pessoas de mobilidade reduzida revela o desprezo por estas dos decisores , desde os financeiros a gestores e titulares governamentais ou autárquicos, contrariando as boas intenções dos comunicados oficiais. Falo por experiencia própria, que nunca consegui apoio das administrações para dinamizar a instalação de elevadores e instalações sanitárias adaptadas. Por outro lado, na estação da IP mantém-se paralisados os elevadores desde 19 de dezembro. Não é aceitável (as escadas mecânicas, porém, estão a funcionar).
elevadores da estação de Entrecampos da IP fora de serviço |
Perante esta triste realidade, em contraste com as declarações de intenções, gostaria que se considerasse o que qualquer gestor de serviços mínimos proporia, a substituição de equipamentos menos fiáveis por solução de recurso, e diminuição do número desses equipamentos. Concretamente, em toda a rede: 1 - adoção da solução da estação Roma (um elevador superfície-átrio-cais + um elevador átrio-cais + canais de acesso ao nível dos cais; 2 - substituição do elevador de superfície-átrio por rampas). No caso de Entrecampos, é perfeitamente possível a solução de rampa superfície-átrio. Também em Campo Grande esta solução é viável desde que se coordene com a construção dos novos edifícios no local do antigo estádio do Sporting.
Informação no site do metro em 8fev2023 (https://www.metrolisboa.pt/institucional/informar/investimentos/):
3 - Também não gostei de, a pretexto de se aproveitarem dinheiros do PRR, terem formalizado o anúncio do concurso para o prolongamento da linha vermelha, passando por cima das críticas que alguns profissionais fizeram ao traçado (já viram bem uma estação espetada na rampa de acesso à ponte 25 de abril que obriga à construção de um novo acesso cujo orçamento não é público?) .
Aqui recordo as objeções, para além da estação de Alcantara Terra encravada na rampa de acesso à ponte:
- omissão de correspondência com a estação de Alcantara Mar da linha de Cascais contrariando assim o PROTAML de 2002 (mantendo-se a não atualização deste, ao arrepio das diretrizes comunitárias quando se propõem traçados na área metropolitana de Lisboa) que seria, em viaduto, uma alternativa mais eficiente que não foi estudada na análise comparativa de viabilidade, do que a correspondência com o LIOS ou a ligação da linha de Cascais à linha de cintura,
- traçado sinuoso que deveria ter sido corrigido, sem as desculpas apresentadas nas sessões ditas de esclarecimento depois da consulta pública terminada, evitando as interferencias com o jardim da parada, o recinto interior triangular dos edifícios da av.Infante Santo e o baluarte do Livramento
- omissão do estudo da alternativa de contorno do centro comercial das Amoreiras e depósito de água por Poente
Fotos da carruagem-exposição no Terreiro do Paço
4 - e por fim, outro fim, o fim da linha amarela como a conhecemos, que a partir de maio perderá a ligação de Odivelas ao centro da cidade, por se iniciarem os trabalhos de ligação das vias e dos tabuleiros dos novos viadutos nos encontros com os atuais. Fim da linha amarela que conhecemos desde 2003, mantendo-se durante 3 meses, de maio a agosto, possivelmente para o metro não ser acusado de perturbar as JMJ, o serviço entre Odivelas e o Campo Grande, e entre a Cidade Universitária e o Rato. Longe portanto a defesa da linha em laço, que evitaria a agressão à estação e aos viadutos do Campo Grande, feita na campanha eleitoral pelo atual presidente da câmara de Lisboa. Impressionante o argumento que vem das altas instancias do metro, que se o novo esquema não correr bem, volta-se à ligação Odivelas-Rato, não foi para se dizer coisas destas que se desenvolveu a engenharia.
A propósito das obras dos novos viadutos, temos este anúncio do metro de perturbações na Av.Padre Cruz de rebaixamento do pavimento rodoviário de 30 cm (o que será mais barato do que ter construido o viaduto 30 cm mais acima) de modo a garantir 5 m livres para o tabuleiro do novo viaduto, o que reduzirá de outro tanto a distancia do pavimento à abóbada da galeria do metro. Reparar que a altura dos caixões do tabuleiro na via da fotografia abaixo é menor do que a dos tabuleiros vizinhos, ficou mais esbelto; o que devem ter sofrido e debatido os colegas a quem passaram o trabalho de conciliar o inconciliável com as regras da arte (pergunta: qual a carga máxima suportada a meio pelos outros tabuleiros e por este).
https://projetos.metrolisboa.pt/inha-circular-condicionamentos-de-transito-na-avenida-padre-cruz/
Confirma-se assim o que informei numa sessão pública a um senhor arquiteto diretor da obra de remodelação da segunda circular, julgo que em 2016, que a nova ligação da segunda circular à Av.Padre Cruz não era boa ideia porque, no sentido sul-norte, teve de passar primeiro por baixo do viaduto de ligação Telheiras-Campo Grande e depois por cima da galeria Campo Grande-Cidade Universitária. Foi-me dito que ainda não tinham feito o projeto. Aliás, no nosso país primeiro decide-se, e depois faz-se o projeto, mesmo que este mostre que o seu objetivo é asneira.
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