https://www.cm-almada.pt/o-metro-vai-chegar-a-costa-da-caparica-e-trafaria
https://1drv.ms/b/c/1ebc954ed8ae7f5f/Ef6J6eqYgGJIiMPjUiaCMkoBb_tt7hJaeTdCcheCcZTDxg?e=VMGewp
No seguimento do programa de consulta pública promovido pela câmara de Almada e organizado pela FCT da Universidade Nova sobre o prolongamento do MST enviei em 27 de fevereiro de 2025 o seguinte parecer, sem nenhuma expetativa de que as minhas observações sejam tidas em conta:
Parecer MST Costa da Caparica
A dificuldade aumenta ao enquadrar o traçado nos projetos esperados para
esta parte da Área Metropolitana de Lisboa, requerendo a cooperação das suas
CCDRs e citando-se o desenvolvimento da zona de lazer da Costa da Caparica, o
fecho da Golada, a construção de um porto de águas profundas Cova do
Vapor-Bugio, a construção da quarta travessia do Tejo rodoferroviária em túnel
ou ponte, o traçado de uma linha férrea
para mercadorias do novo porto, o desenvolvimento de toda a margem do Tejo
integrada na projeto do Arco Ribeirinho Sul, a reabilitação urbanística dos
polos habitacionais, o serviço destes mediante linhas transversais com
interfaces com a A33 e as estações de Corroios e do Fogueteiro (exemplos: linha
Costa de Caparica centro-Funchalinho-Capuchos-Corroios;
linha Costa de Caparica sul-Charneca de Caparica-Amora-Fogueteiro).
A integração do novo traçado no quadro geral da mobilidade da AML
evitará a repetição dos erros no desenvolvimento do metro de Lisboa, por
exemplo, em que pequenos prolongamentos contrariando uma visão geral vão
sucessivamente inviabilizando uma expansão coerente e eficiente da rede.
Recorda-se que a revisão do PROTAML é uma imposição da
regulamentação comunitária, de que se cita o art.41 do regulamento 2024/1679 que
determina a apresentação até julho de 2025 de um programa nacional para a
adoção até dezembro de 2027, nos nós urbanos da AML, de SUMPs (sustainable
urban mobility plan).
Dadas as incongruencias no planeamento dos
transportes na AML, será conveniente o recurso a concurso público internacional
dirigido a entidades com referências internacionais na especialidade ou,
minimamente, ao método seguido no estudo do aumento da capacidade aeroportuária
da região por uma Comissão Técnica Independente (CTI). Sempre com a
participação ativa do CSOP, DGT, CCDRs, AML e autarquias, sociedade do Arco
Ribeirinho Sul, IMT e operadores, e com o apoio técnico da DG MOVE.
Julga-se assim que para a ligação do MST à Costa da Caparica deverão ser apresentados à discussão pública
não um, mas vários traçados alternativos e para cada um deles estimados os
custos de construção, operação e manutenção e os benefícios para cada hipótese
de traçado, incluindo a capacidade estruturante para desenvolvimento de áreas habitacionais e de produção agrícola
e industrial, e os ganhos pela transferência de deslocações individuais para o
transporte coletivo.
Nesta perspectiva, para além do traçado apresentado adjacente ao IC20 e viragem
para a Trafaria, propõe-se para comparação o estudo de um traçado da FCT à
Trafaria (por sua vez com uma alternativa de menor extensão, em túnel até à
Trafaria) e seguimento pela N10-1 para a Costa da Caparica com possibilidade de
futuro prolongamento para sul pela N377-2. Para minimizar os gradientes e evitar
curvas de raio pequeno estudar eventuais ligações por funicular. Para servir
zonas populacionais de baixa densidade como Funchalinho sugere-se complementar
o traçado principal com ligações transversais de pistas segregadas sobre-elevadas (sem
conflito com as rodovias) de 4m de largura para transporte “a pedido” em
cabinas autónomas com gestão centralizada a cargo do MST. No caso do
Funchalinho, com ligação a Pêra ou, na alternativa com túnel FCT-Trafaria, com
ligação à praça da Avenida 1º de maio.
Reitera-se a conveniência de escolher o traçado FCT-Costa Caparica já
integrado num plano de futura expansão da rede do MST na península de Setúbal
em que as várias linhas do MST seriam complementadas com as pistas segregadas
de cabinas autónomas “a pedido”.
No traçado oficialmente proposto, sugere-se o recurso na zona de Pêra a
vala/talude adjacentes ao IC20 e depois ao longo da descida para a Costa,
viaduto para reduzir o gradiente. A razão disto é a economia de energia, uma
vez que a energia regenerada na descida é sempre inferior à energia consumida
na subida, mitigando assim os custos mais elevados de construção de viadutos.
Sugere-se ainda o recurso a viadutos nas avenidas N10-1 (Av.Afonso de
Albuquerque) e N377-2 de modo a evitar conflitos com o trânsito automóvel
(semáforos automáticos com prioridade têm limitações quando de afluência
excessiva) e aumentar a segurança dos peões e a velocidade comercial. O aumento
de custos aqui é mitigado pelo valor das horas ganhas pelos passageiros
(critério obrigatório nas análises de custos benefícios da UE). Complementarmente, deverá reformular-se o
estacionamento automóvel, mediante construção de silo-autos com pisos
subterrâneos.
Junto um esboço para um traçado FCT-Trafaria-Costa Caparica e outro esboço para hipóteses de linhas
futuras de metro ligeiro (LRT) no noroeste da Península de Setúbal:
Com os melhores cumprimentos
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