Com a devida vénia ao Público, comento a publicação do artigo sobre o paradoxo dos minerais críticos, da autoria de profissionais com formação e experiência na extração e processamento de minerais integrados no programa Horizon Europe :
É tratada a oposição por parte de ambientalistas à atividade mineira citando-se os casos de Jadar na Sérvia e de Boticas em Portugal a propósito da exploração de lítio.
É compreensível a preocupação das populações locais, mas essa preocupação , em vez de ser uma oposição do poder loal ao inteeresse mais geral, deveria motivar o poder político e a engenharia a aplicar soluções de mitigação, de evitar prejuízos, e de compensação. Por definição a engenharia transforma materiais ou energia em bens úteis. Sem prejuízo de dever ser regulada a definição de utilidade em termos públicos e não em benefício de privilegiados, uma das vocações da engenharia é essa mitigação, essa compensação e esse evitar inconvenientes.
Sobre o lítio, cuja mineração na Europa tem vantagens, como diria David Ricardo, reduzindo as más condições humanas da extração no Congo, convirá contudo dizer que não é panaceia, uma vez que por razões de eficiência as baterias de lítio não deverão ser aplicadas em veículos pesados, sendo vocacionadas para veículos ligeiros citadinos de pequena autonomia e para instalações fixas de ãmbito local de armazenamento de energia.
A sistemática oposição da maioria das organizações ambientalistas não concordará, em maior ou menor escala, comigo. Curiosamente, na mesma edição do Público, lá vem a notícia da oposição de ambientalistas ao plano da água, recusando soluções contra a regularização das cheias e, no caso do Tejo, da subida da cunha salina, e esquecendo soluções como eclusas para peixes e arenadores . Plano esse que pelo que li, contempla soluções para a irregularidade da precipitação. Vi com apreço a inclusão no plano de barragens de Girabolhos, Alvito/Ocreza (que não dependerá dos caudais de Espanha), Foupana (atenção que há mais ribeiras no Sotavento para regularizar, Vascão, Cadavais). Claro que há obstáculos a vencer, os custos e o financiamento, nomeadamente na dessalinização, a melhor seleção das culturas em função das suas necessidades de ´água, o rigor necessário no projeto e execução dos alteamentos das barragens, a coompatibilização dos custos de produção com os preços cobrados. Referido no artigo que em Espanha não há transvazesde norte para sul, mas julgo que há, como haverá vantagem que haja em Portugalconsiderando os excessos no Douro.
Em resumo, impõe-se uma cooperação, como referido no primeiro artigo mas aplicável ao contexto do segundo artigo, entre o poder local e o poder central, acrescentando eu longe do caciquismo e do compadrio, isto é, que os poderes referidos representem e dêem nos termos constitucionais oportuniddes aos cidadãos de participarem no estudo e escolha das soluções.
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