terça-feira, 4 de novembro de 2025

A linha circular do metropolitano de Lisboa em outubro de 2025. Declarações da Secretária de Estado da Mobilidade

 


https://observador.pt/2025/10/31/governo-assume-beneficios-da-linha-circular-do-metro-de-lisboa-que-e-para-manter-contra-um-passado-de-criticas-do-psd-e-moedas/

A senhora Secretária de Estado, pela sua experiência em empresas públicas de transporte, conhece o problema . Por definição, qualquer expansão de uma rede ferroviária exige o concurso de especialistas de muitas disciplinas. O caráter pluridisciplinar de qualquer investimento para uma expansão exige um planeamento rigoroso e um controle periódico de malha apertada da evolução dos diferentes componentes do investimento. Ora, não é possível dominar todas as disciplinas, é necessário recorrer a assessores para formar uma opinião e tomar decisões. Mas como saber que o assessor consultado está dentro do assunto se quem pergunta está fora dos meandros que demonstram a razão das coisas? Forçoso é ouvir várias opiniões e afastar as orientações que a priori foram definidas quiçá em âmbito partidário, longe da realidade, ou porque suscitam o apoio da opinião pública.   Mas infelizmente é vulgar os decisores definirem uum “lado bom” e rejeitarem ouvir qualquer opinião contrária.

Foi o que aconteceu com o projeto da linha circular do metropolitano de Lisboa.

Alguém nos gabinetes ministeriais e nos idos da primeira década do século XXI pôs de parte o PROTAML de 2002 e seduzido pelo conceito de linha circular do metro de Londres, que precisamente nessa altura se transformava por ironia do destino em linha em laço, elaborou um plano de expansão do metro com uma pequena circular (em comparação com as linhas circulares de outros metropolitanos)  e várias expansões para as periferias com que seduziu e obteve a aprovação dos senhores presidentes de câmara contíguas a LIsboa.

Seguiu-se a disseminação da ideia pelos dirigentes do próprio metropolitano  de nomeação por confiança política, que disciplinadamente encarregaram os técnicos de promover o projeto da linha circular sem admitir alternativas. E assim se obtiveram, para reforço da decisão, “estudos” que dizem que é a melhor solução. Neste caso, apesar de em várias sessões públicas, nomeadamente na Assembleia Municipal na presença de representantes do metro, terem sido pedidos esses estudos, eles não foram fornecidos.  Não devia utilizar-se este argumento, próprio dos tempos medievais do “magister dixit”. Desde o século XVI que os promotores do método científico requerem o referendo dos seus trabalhos pelos pares.

Em vão moradores apresentaram queixas no TAF(Tribunal Administrativo e Fiscal/Interesses Difusos, o simpático procurador que me ouviu como testemunha achou que o melhor era arquivar o protesto para não agitar as águas e  porque a gravura da página 76 do PROTAML 2002  que mostra o prolongamento da linha amarela do Rato para Alcantara/estação da linha de Cascais afinal não mostrava o prolongamento para Alcântara.

Em vão a Assembleia da República aprovou a lei 2/2020 que mandava suspender a construção da linha circular, em vão porque o TdC se apressou a contrariar o poder legislativo e apôs o visto.

Em vão entreguei ao antecessor da senhora Secretária de Estado os “estudos” que eu próprio fiz e publiquei. Não perdeu tempo a lê-los. Se a senhora Secretária de Estado estiver interessada, terei muito prazer em lhos enviar.

Dispenso-me de transcrever os artigos 48, 65 e 165.1.z sobre o direito à participação dos cidadãos e da AR no ordenamento do território. Certamente que se aduziriam contra-argumentos jurídicos irrebatíveis.

Mas não resisto a recordar a não conformidade da linha circular e a comentar os seus “benefícios”:

1 – contradiz o PROTAML 2002 que asseguraria o acesso dos utilizadores da linha de Cascais ao centro graças a correspondência em Alcântara e que propunha uma circular externa Algés-Loures-Sacavém em metro ligeiro de superfície

2 – beneficia zonas já servidas em detrimento dos eixos de penetração das periferias ao centro. A ligação Cais do Sodré- Campo de Ourique, por exemplo, poderia ser alvo da modernização e pedonalização parcial da linha de elétrico.

3 – ignorou o peso das validações dos utilizadores da linha de Odivelas  comparativamente com as validações na estação Cais do Sodré , obrigando aqueles a um transbordo (esquecendo também o “estudo” que do Cais Sodré para a zona da avenida da República basta um transbordo em Alameda e não dois transbordos)

4 – o “estudo”  ignorou também que em igualdade de circunstancias topológicas a fiabilidade de duas linhas independentes é superior à de uma linha circular  porque a probabilidade de ocorrência simultânea de uma avaria em cada linha independente é inferior à probabilidade de ocorrência de uma avaria na linha circular, perturbando toda a circulação (o que, juntamente com melhor capacidade de recuperação de perturbações  por ter términos,  compensa a desvantagem das duas linhas exigirem mais comboios no caso dos términos habituais)

5 – o desperdício de obras em zonas de grandes dificuldades geológicas conforme já se sabia da experiência da ligação Rossio-Cais do Sodré da linha verde, e que já foram responsáveis por graves avarias na linha de Cascais

Em 2021 o senhor ministro de então perdeu a oportunidade de refazer todo o plano de expansão, sem sequer ter entendido a inutilidade da obra dos novos viadutos de Campo Grande, por desconhecimento da operação e das infraestruturas ferroviárias, ele que tinha experiência de administração portuária. Nos novos viadutos do Campo Grande, dispensáveis se fosse adotada a linha em laço, as caraterísticas da via saem das normas até agora seguidas no metropolitano em termos de curvas verticais e horizontais, que obrigarão a restrições de velocidade para minimizar o incómodo dos passageiros e os desgastes na via e no material circulante, além de maiores requisitos de manutenção nas juntas de dilatação dos tabuleiros.

Sobre a hipótese de transformação em linha em laço (como fez o metro de Londres) que segundo o antecessor da senhora Secretária de Estado não seria necessária por poder fazer-se uma exploração em partilha durante as horas de ponta para servir a população da linha de Odivelas ( nas agulhas de Campo grande, vindo da Cidade Universitária,  um comboio segue para Odivelas  e o comboio seguinte segue para a linha circular para Alvalade), direi que quem tem um mínimo de experiência de operação reconhecerá que por razões de segurança (comprovação da correção dos itinerários) essas manobras aumentarão o intervalo de  tempo entre comboios na linha circular, precisamente na hora de ponta. A evitar.

Mas tem razão a senhora Secretária de Estado, transformar agora a linha circular em laço tem custos, principalmente do sistema de sinalização. Talvez não chegue aos dez milhões, mas requer custos, mas não os impute a quem há tanto tempo, desde o PROTAML de 2002, defendia o prolongamento da linha amarela para a estação de Alcântara  da linha de Cascais (em viaduto para fugir à construção em aterro e evitando a ligação da linha de Cascais à sobrecarregada linha Norte-Sul).

Sobre a linha violeta regista-se que o seu traçado em “U” poderia evitar-se com o prolongamento de 5km em túnel do metro de Odivelas ao Hospital Beatriz Ângelo para correspondência com o tráfego da A8 (a linha violeta de metro ligeiro requer 3,5 km de túneis) e a integração do troço Patameiras-Infantado no projeto da linha circular externa do PROTAML 2002.

Em vez disso, vem a senhora Secretária de Estado, provavelmente para compensar os utilizadores da linha de Odivelas pelo transbordo em Campo Grande, anunciar “estudos” para o prolongamento de Telheiras ao Colégio MilitarvMilitar e a Benfica. Não parecerá ser um troço prioritário se comparado com uma ligação à periferia.

Infelizmente a expansão das redes de transporte público na AML vem-se fazendo por troços desligados de um plano integrado, privilegiando propostas de metrobus que são menos eficientes energeticamente, e criando-se paulatinamente “puzzles” de cada vez mais difícil correção. Esta observação é oportuna quando o regulamento 1679, nas cláusulas 40 e 41 relativas aos nós urbanos, requer a elaboração de um SUMP (plano de mobilidade urbana sustentável) até dezembro de 2027,  A resolução RCM 77/2025 ameaça perverter esta disposição, ao encarregar a IP de avaliar os investimentos essenciais na AML, nomeadamente o traçado para o NAL , a TTT e o serviço metropolitano/suburbano, regional, intercidades e de mercadorias. Receia-se o desrespeito pelas disposições do regulamento 1679, dificultando o acesso aos fundos comunitários (beneficiando os promotores das PPP), e pelas disposições constitucionais dos artigos 48, 65 e 165.1.z  (natureza participativa e competência legislativa sobre ordenamento do território).

 

Em síntese, parecerá que a correção dos erros que sucessivos governos têm cometido na expansão da rede do metropolitano exigirá investimentos ao longo de  muitos anos até ser atingido um equilíbrio entre  o ordenamento do território da AML e a mobilidade em termos de distribuição modal, com uma rede de transportes públicos energeticamente eficiente e assumindo uma quota superior a 70% das deslocações motorizadas. 


sexta-feira, 24 de outubro de 2025

Liberdade e mobilidade

 

Os paineis publicitários nasruas de Lisboa mostram uma campanha de promoção de segurança na mobilidade

https://www.lisboa.pt/liberdade-responsavel

São mostradas imagens de 2 pessoas numa trotineta ou numa bicicleta seguindo-se a retirada de uma delas por manipulação das imagens, pretendendo-se transmitir a mensagem que por razões de segurança só deve haver um utilizador de cada vez. Porém, o que o subconsciente regista é a imagem que gera prazer, e essa é a de 2 pessoas abraçadas na trotineta ou bicicleta. Isto é, a campanha tem o efeito exatamente oposto ao que pretendia, divulgando a perceção de que é engraçado andar em duo.

A observação nas zonas de proximidade de escolas secundárias, à hora de almoço, confirma. Grande número de jovens utilizando trotinetas e bicicletas com a agravante de muitos deles violarem sistematicamente as regras do Código da Estrada (circulação em contramão, ultrapassagem de semáforos vermelhos, circulação nas passadeiras de peões e nos passeios) e muitos outros circularem dois por trotineta ou bicicleta (neste caso é vulgar o passageiro estar deitado sobre o guiador no sentido do movimento.

Não se vê qualquer tipo de fiscalização. O retorno que existe (informações dos hospitais sobre receção de vítimas de acidentes) não é investigado com rigor (as estatísticas são publicadas pela ANSR com atraso sem discriminação por tipo de veículo e cidade) e não é divulgado. Isso significa que há uma aprovação tácita para a manutenção do estado de coisas, validada por exemplo pela proibição em dezembro de 2018 à PSP do então secretário de Estado da Administração Interna de aplicar multas a utilizadores de trotinetas e bicicletas sem capacete de segurança, eliminando do Código da Estrada as alíneas que os obrigavam ao seu cumprimento. A justificação dada foi a de não querer prejudicar o negócio das empresas de partilha de trotinetas e bicicletas.

Lamentavelmente, os sucessivos governos mantiveram esta atitude de complacência com a falta de segurança, tornando-se assim cúmplices enquanto causa dos acidentes. 

Repetindo que não se fazem estimativas com rigor, com base nos dados tornados públicos (10.000 viagens diárias de 5km) estimei com base no relatório da PSP de maio de 2025  a probabilidade de ocorrencia de acidente com velocípedes/trotinetas em100 acidentes por milhão de km percorridos (ou 1 acidente por 10.000km ou 5 acidentes por dia):                   https://fcsseratostenes.blogspot.com/2025/05/relatorio-de-sinistralidade-de.html

É inadmissível não haver fiscalização.


Parecer sobre a avaliação ambiental do PMMUS

 

Relatório para consulta pública do PMMUS em julho de 2025:

https://participa.pt/pt/consulta/aae-do-pmmus


Parecer que enviei sobre o Relatorio da Avaliação Ambiental e PMMUS

 

O presente parecer é uma discordância principalmente  porque, pelo menos nesta fase, não estão ainda definidos os corredores principais de transportes públicos em sítio próprio na AML , não foram seguidos os requisitos do regulamento 1679/2024 nos seus artigos 40 a 42 e Anexos II e V relativos aos nós urbanos e linhas de orientação para elaboração dos SUMP, não é clara a satisfação dos objetivos do PROTAML 2002 (ainda em vigor apesar da tentativa de revisão de 2008), não tem sido suficientemente alargada a participação cidadã na discussão sobre a mobilidade nomeadamente no relativo às linhas de Alta Velocidade, ás ligações de passageiros e de mercadorias ao NAL, às ligações ferroviárias suburbanas entre e nas duas margens.

Não se põe em causa a competência técnica dos colegas da TML , da consultora, IMT e  AIA na preparação do PMMUS e nos relatórios diagnóstico, estratégia  medidas, e avaliação ambiental. Mas considerando a experiência profissional no metropolitano de Lisboa no estudo dos investimentos das expansões e na coordenação da integração das disciplinas ferroviárias na construção civil e da preparação dos processos de homologação, não posso deixar de referir a discordância relativamente à situação atual em que o XXV Governo entregou á IP a definição dos corredores principais sem considerar os instrumentos jurídicos de ordenamento do território,  relativamente à abordagem feita aos corredores principais de TCSP (com informação em estudo), relativamente à crítica na pág.522 do RAAE que me parece infundada ao PROTAML (que não pretende negar nenhuma realidade mas apontar proposta para a sua correção).

Sobre o regulamento 1679 sublinho que os instrumentos jurídicos comunitários são vinculativos para os Estados membros e sobrepõem-se à legislação nacional, contrariamente à prática do XXV  Governo que com base nos critérios da IP se recusa a cumprir as prioridades expressas no regulamento insistindo nas medidas contrárias do PFN e do PNI2030 (reitero a referência aos arts 40 a 42, Anexos II e V no relativo à interação entre as infraestruturas dos nós urbanos e a rede transeuropeia TEN-T. Para além duma inconformidade jurídica, trata-se de um fator que dificulta o financiamento pela União Europeia.

Sobre os objetivos para o transporte metropolitano, critico a insistência na linha violeta em Loures/Odivelas, quando o correto seria o prolongamento da atual linha amarela (infelizmente já condenada a diluir-se numa linha circular longe do objetivo da ligação das periferias ao centro) até a um parque dissuasor no Hospital Beatriz Ângelo. De salientar que o troço Odivelas-Infantado deve fazer parte da linha circular externa prevista no PROTAML 2002 para LRT, mas não é essa a ideia do projeto da linha violeta. Igualmente se critica a proposta de metrobus  e mesmo de metro ligeiro em zonas em que não há condições à  superfície para sítio próprio (habitação densa). Relembra-se que em Bogotá se preferiu a solução metro pesado para ampliar a rede de TP originalmente dominada pelo metrobus. A solução metrobus, em igualdade de desenvolvimento tecnológico, é energeticamente pior do que a solução metro ferroviário, uma vez que a resistência ao movimento do pneu sobre o asfalto ou cimento é superior à resistência ao movimento do contacto roda-carril. Acresce que, para uma capacidade instalada de 1000 kWh de baterias num autocarro elétrico o peso das baterias e do equipamento de proteção é da ordem de 10 toneladas, cerca de 3 vezes o peso de um sistema de tração com a mesma capacidade de células de combustível/Hidrogénio.

O objetivo 2035 para o transporte pesado na AML não parece compatível com as datas requeridas pelo regulamento 1679, receando-se que os objetivos anunciados pelo XXV Governo sob a forma da sociedade Cidades Parque Tejo dificultem o projeto de uma rede equilibrada de TPSP ferroviário pesado, comprometendo os objetivos de melhoria do urbanismo da AML. Considerando a indefinição dos traçados de Alta Velocidade e das ligações ao NAL  , suburbanas e de mercadorias a fig.3-2 não parece portanto razoável. Apoia-se a referência aos modos complementares, mas receia-se a resistência a soluções verdadeiramente inovadoras como pistas reservadas a veículos autónomas a pedido, mas conflituando com as práticas urbanísticas e a preferência pelo modo automóvel e ciclovias. Por outro lado assiste-se à tentativa de municípios de imporem soluções como o metrobus ou o LRT (LIOS ?) em zonas de alta densidade urbanística que impedirá seguramente velocidades comerciais razoáveis, não desmobilizando o tráfego automóvel. Segundo as análises de custos benefícios adotadas na UE, deve contabilizar-se o tempo perdido pelos passageiros em modos de transporte de velocidade comercial reduzida (20€/h).

Finalmente, apela-se à melhoria do processo de participação cidadã, com realização de sessões descentralizadas abertas à população com divisão da assitencia em grupos e recolha das conclusões dos grupos por assistentes e subsequente integração das conclusões.

Apela-se ainda à maior proximidade com os requisitos do regulamento 1679 com o objetivo de facilitar a obtenção de financiamento comunitário.

 


domingo, 19 de outubro de 2025

sexta-feira, 17 de outubro de 2025

Medidas para redução de acidentes em passagens de nível

 




DL 77/2008
https://diariodarepublica.pt/dr/detalhe/decreto-lei/77-2008-249571

Concurso público para substituição de PNs
https://sapo.pt/artigo/infraestruturas-de-portugal-lanca-concursos-publicos-para-a-supressao-de-dez-passagens-de-nivel-na-regiao-68e51bfa68282aa2dd09852c

Plano da IP de 2024 pararedução sinistralidade PN
https://www.infraestruturasdeportugal.pt/sites/default/files/2025-04/Plano%20Reducao%20Sinistralidade%20PN%20-%202024%20-%202030.pdf

Processo de infração a Portugal INFR(2020)2092 por incumprimento da regulamentação comunitária de segurança ferroviária

 


 



https://fcsseratostenes.blogspot.com/2020/05/processo-de-infracao-de-bruxelas.html

Diretiva 2004/49/EC
https://eur-lex.europa.eu/legal-content/EN/TXT/?uri=celex:32004L0049

https://transport.ec.europa.eu/news-events/infringements-proceedings_en

https://fcsseratostenes.blogspot.com/2023/11/elevada-taxa-de-mortalidade-na-ferrovia.html 


https://fcsseratostenes.blogspot.com/2025/10/acidentes-de-alfarelos-2013-e-ademia.html

Maio de 2020, ponto 8. Rail Transport:
https://ec.europa.eu/commission/presscorner/detail/en/inf_20_859

Novembro 2023, ponto 5.Rail Transport. Reasoned opinion :
https://ec.europa.eu/commission/presscorner/detail/en/inf_23_5380

Diretiva 2016/798:
https://eur-lex.europa.eu/legal-content/EN/TXT/?uri=CELEX%3A32016L0798 este regulamento não é obrigatório para metros e tramways mas o seu art.1 determina que nada impede um Estado membro de o aplicar a esses modos

quinta-feira, 16 de outubro de 2025

Acidentes em Pardubice na República Checa em jun2024 e em Wales em nov2024

Pardubice, junho de 2024

https://observador.pt/2024/06/05/colisao-de-comboios-na-republica-checa-faz-pelo-menos-quatro-mortos-e-dezenas-de-feridos/

https://www.railvolution.net/news/tragic-accident-in-pardubice

UK/Wales, novembro de 2024

https://www.theguardian.com/uk-news/2024/nov/05/cause-of-fatal-train-crash-in-wales-revealed 

https://en.wikipedia.org/wiki/2024_Talerddig_train_collision

Acidentes de Alfarelos (2013) e Ademia (2017). 19 vítimas mortais em PN em 2019

 


Acidentes de  Alfarelos e Ademia. 19 vítimas mortais em PN em 2019 

https://fcsseratostenes.blogspot.com/2013/01/declaracao-de-interesses-o-comentario.html

[1] https://fcsseratostenes.blogspot.com/2017/04/descarrilamento-na-ademia-em-1-de-abril.html

[1]  https://fcsseratostenes.blogspot.com/2024/07/sobre-passagens-de-https://fcsseratostenes.blogspot.com/2013/01/declaracao-de-interesses-o-comentario.html

[1] https://fcsseratostenes.blogspot.com/2017/04/descarrilamento-na-ademia-em-1-de-abril.htmlnivel.html

Acidentes em Passagens de nível

 

Exemplos de acidentes com as barreiras fechadas e contornadas por pessoas ou veículos, registando a IP e o GPIAAF que os semáforos e os avisos sonoros estavam operacionais: acidentes nas passagens de nível de Carapeços (junho 2019) e de S.Pedro da Torre/Valença (janeiro 2023) que têm em comum a falta de visibilidade num dos sentidos e aproximação segundo um ângulo morto. Em junho de 2025, na passagem de nível de Adarse/Alverca, na linha do Norte, morte do condutor de um automóvel que contornava as barreiras. Em outubro de 2025 em   Casais dos Amiais/Torres Vedras

https://www.cmjornal.pt/portugal/detalhe/ferido-grave-depois-de-carro-ser-abalroado-por-comboio-em-torres-vedras

Exemplo numa passagem sem barreiras, sem aviso sonoro e com a aproximação  segundo um ângulo morto foi  o acidente em julho 2024 em Poço Barreto/Silves  . Em 20ago2025 a IP informou que esta passagem de nível será fechada, dada a proximidade de outra.

https://fcsseratostenes.blogspot.com/2023/11/elevada-taxa-de-mortalidade-na-ferrovia.html

https://fcsseratostenes.blogspot.com/2024/07/sobre-passagens-de-nivel.html              https://fcsseratostenes.blogspot.com/2023/06/acidentes-ferroviarios-em-passagens-de.html   

https://fcsseratostenes.blogspot.com/2017/01/morte-de-duas-adolescentes-em-vila-nova.html

https://fcsseratostenes.blogspot.com/2010/06/proponho-vos-que-vejam-esta-tabela-word.html

https://fcsseratostenes.blogspot.com/2020/04/o-acidente-do-alfa-em-vale-de-santarem.html

https://www.msn.com/pt-pt/noticias/ultimas/configura%C3%A7%C3%A3o-da-estrada-ter%C3%A1-levado-cami%C3%A3o-a-parar-na-passagem-de-n%C3%ADvel-no-fund%C3%A3o/ar-AA1HsAAR?ocid=msedgdhp&pc=U531&cvid=80cff0fde30a488194975ccce6977641&ei=25   

https://fcsseratostenes.blogspot.com/2019/06/a-tragedia-na-passagem-de-nivel-d.html

https://fcsseratostenes.blogspot.com/2023/04/os-gestores-e-os-operadores.html   

    

O método de Hondt nas eleições autárquicas de 12out2025

 

https://www.autarquicas2025.mai.gov.pt/resultados/territorio-nacional?local=1854

Fico contente por mais umas eleições livres. Sou do tempo em que não o eram. Mas há sempre coisas a melhorar. Temos uma Constituição que refere expressamente que a conversão de votos em mandatos se fará conforme a representação proporcional (art.113.5).
Tivemos por exemplo no círculo de Lisboa :
partido A  elegeu 8 vereadores, cada um deles com 13823 votos. 
partido B elegeu 6 vereadores, cada um com 15011 votos. 
partido C teve 2 vereadores, cada um com 13390 votos.
partido D teve 1 vereador, correspondendo a 26769 votos. 
Se matematicamente fosse possível uma conversão perfeitamente proporcional, cada vereador deveria ser eleito com 15206 votos (nºde votos expressos a dividir por 17 vereadores) e assim se cumpriria a determinação constitucional. 
Diz também a Constituição, a propósito da AR e das AR regionais, que deve utilizar-se o método de Hondt. Trata-se de uma contradição porque o étodo de Hondt, quando o número de mandatos é reduzido, favorece de modo grosseiro os partidos mais votados, limitando a representatividade das minorias. mas para o poder local não é referido o método de Hondt. 
Logo, a menos da minha ignorância jurisprudencial, temos aqui uma inconstitucionalidade. Dirão os bem pensantes (saudades do tempo de que falei acima?) que é melhor não mexer, por causa da governabilidade, para não acontecer o que aconteceu ao macronismo. 
Só que a CRP fala em proporcional, não em governabilidade, apela à cooperação, não à competição agressiva, quer ouvir a voz das minorias ... Então mude-se para o método Saint Lague, divisões sucessivas  por 1,3,5,7 ... daria:
A com 7 vereadores (15798 votos/vereador), 
B com 6 (15011), 
C com 2 (13390) e 
D com 2 (13385). 
Ou então aumente-se para 19 o nº de vereadores (média de 13605 votos/vereador): 
A com 8 (13823), 
B com 7 (12867), 
C com 2 (13390) e 
D com 2 (13385).

Perguntem aos constitucionalistas o que acham (penso que não vale a pena queixarmo-nos ao Tribunal Constitucional). A propósito das legislativas, tem havido tentativas de interessar os deputados eleitos, mas os partidos mais votados não querem ceder privilégios, mesmo que os privilégios sejam inconstitucionais.



       
                                                                        método de Hondt

 

a amarelo os mandatos selecionados pelos quocientes maiores



Relacionado:

legislativas de 2025


legislativas de 2024

sobre governabilidade

CNE, sobre o método de Hondt


PS em 17out2025 - depois da recontagem de votos em S.Domingos de Benfica não se alterou a atribuição de mandatos de vereadores, junto o quadro Excel atualizado. Entretanto com a assembleia de apuramento da junta de freguesia de S.Domingos de Benfica, sugiram discrepancias, atribuindo ao CH 26755 votos e ao PCP 26752 votos, contrariamente às primeiras informações  sobre 61 votos não contados nos resutados provisórios. O importante aqui seria compatibilizar o método eleitoral com Constituição (proporcionalidade) substituindo o de Hondt pelo de Sainte Lague, ou aumentando o número de vereadores para dar voz às minorias:




segunda-feira, 13 de outubro de 2025

Vítimas mortais na ferrovia em setembro de 2025

 

Sábado trágico 13setembro, as 2 senhoras mortas em Mesão Frio/Ermida/Rede eram turistas canadianas com deficiência auditiva.
Junta-se uma 4ªvítima em Cristelo Covo /Valença. A vítima de Ribeira de Santarem terá sido na passagem de nivel principal.
passagem de nível particular onde terão morrido as duas turistas canadianas entre Ermida e Rede (Mesão Frio, Douro)



duas vistas da passagem de nível de Ribeira de Santarém na linha do Norte onde terá morrido a terceira vítima de dia 13 de setembro; recordo o recente falecimento na passagem de nível de Aderse/Alverca também na linha do Norte de um automobilista que tentou contornar as barreirs descidas. Em todo o caso, as passagens de nível são incompatíveis com as velocidades da linha do Norte



Vista da zona do acidente com a 4ª vítima, na zona do cruzeiro da Senhora do Socorro, em Cristelo Covo, perto de Valença, vendo-se a acessibilidade da linha a partir da estrada. O caminho de ferro deve estar completamente segregado das imediações, dispondo de passagens desniveladas, analogamente aos critérios para autoestradas




A "justificação" agora não era que a passagem de nível estava em perfeitas condições, era que era particular. O caminho de ferro tem de estar inteiramente segregado de outras vias, como as autoestradas que não são atravessadas por passagens de nível. Até para os animaizinhos se constroem passagens desniveladas quando o projeto da autoestrada está bem feito.
Até quando? Eu sei que o GPIAAF não tem meios para fazer o inquérito mas a pergunta fica para os decisores governantes, até quando?





Associei estas tristes notícias ao apelo, a propósito do acidente do ascensor da Glória, da dotação do GPIAAF com meios suficientes para a investigação completa e proposta de recomendações para evitar os acidentes:



Do relatório do Eurostat (o número elevado da Grécia deve-se ao acidente na lInha Atenas-Tessalónica: