quinta-feira, 10 de setembro de 2015

Festa do Avante


Imagem obtida na exposição bienal da festa do Avante em setembro de 2015.

Carrier of nothing, Transportador de nada, ou a metáfora do que a humanidade anda fazendo, deixando nas mãos de uns poucos as decisões sobre o destino de muitos.
Valha a verdade que são dificeis, as tarefas de organização das sociedades de modo a produzirem-se bens e serviços úteis e tender-se, como diz a constituição norte-americana, para a felicidade.
Mas podiam ser melhor aproveitadas as conquistas tecnológicas (em vez de contribuirem para o desemprego por dispensa de trabalhadores) e os conhecimentos conseguidos na psicologia social e e organização e métodos.
Dei por mim a pensar assim vindo de outro barracão da festa, onde se expunham as propostas no campo da energia do partido organizador da festa:


Combate ao defice tarifário a suportar também pelas empresas de produção e distribuição, e não apenas pelos cidadãos que têm os seus rendimentos reduzidos, e revisão dos PRE, CAE e CMEC...
Assim como estamos, o transportador está vazio de esperança.
Diz o partido organizador da festa que essa esperança estará mais ou menos ligada à apropriação dos meios de produção de bens e serviços, especialmente os transacionáveis, o que contraria os teóricos de Chicago e os seus seguidores incondicionais de Bruxelas e o atual governo português (pobrs privatizadores compulsivos).
É verdade que a experiência dos partidos que se reclamavam do marxismo foi trágica e falhou.
Mas essa experiencia não incorporou os referidos avanços tecnológicos e do conhecimento das ciencias sociais e de gestão. E ensinou-nos que não deve haver pensamento único. É necessária diversidade, cooperação entre todos e não competição e supremacias , nem partidos únicos nem maiorias absolutas.
Já passaram 25 anos sobre a queda do muro de Berlim. Mas temos mais muros agora, está estabelecida a insegurança mundial , 20% dos europeus estão na pobreza e os gráficos de Picketty demonstraram que a desigualdade tem aumentado. Claro que a ONU mostra os indicadores do aumento da esperança de vida, mas não pode negar as desigualdades e a miséria dos sem abrigo nos paises dessenvolvidos; de que serve a profundidade média do rio ser de 1 metro se quem não sabia nadar se afogou na zona da profundidade de 3 m?
Será o mercado a funcionar na sua ordem espontânea (como combater a contribuição das emissões de CO2  para as alterações climáticas apenas com a ordem espontânea?).
Salvo melhor opinião, esses 25 anos provam que a "culpa" não estava nas experiencias ditas comunistas (longe de mim estar a propor tal modelo, mas que se devia ouvir com atenção o que os partidos comunistas têm para dizer, devia, e de preferência abrir-se-lhe a cooperação), que já houve tempo suficiente para se ter organizado  melhor a economia mundial. Não se conseguiu, aparentemente porque a estrutura do sistema financeiro e económico não admite melhorias (porque não aplica o pensamento único a teoria das reformas estruturais ao seu próprio sistema financeiro, em vez de, com a insegurança dos adolescentes, atribuir culpas aos pensionistas, aos desempregados e  aos trabalhadores de baixos rendimentos?).
Enfim, se não acontecer nenhuma catástrofe, natural ou social, teremos nova festa do Avante par ao ano.
Esperando que o Carrier of nothing tenha alguma coisa para transportar, mesmo pequenina.

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