Amável correspondente enviou-me um video com parte de uma assembleia municipal de Odivelas, no princípio do mês de maio de 2019.
O tema é recorrente em Odivelas e é a proposta "partilha" da futura linha circular do metro com a linha existente de Odivelas ao Rato (injeção dos comboios de Odivelas na linha circular).
Segundo o senhor secretário de Estado da Mobilidade, "não haverá perda de conetividade de Telheiras e de Odivelas", e os comboios de Odivelas poderão ir ao centro da cidade sem transbordos.
ver https://fcsseratostenes.blogspot.com/2019/03/comentario-ao-artigo-metro-e-mitos-no.html
Porém, honra seja feita à administração do metro, esta tem sempre afirmado que, por razões de operacionalidade, essa "partilha" não está prevista nos projetos de sinalização.
E é isso que a deputada Sandra Pereira repete neste video, ao mesmo tempo que de forma assertiva diz ao seu colega da bancada do partido do governo que esse partido anda a enganá-lo com a essa hipótese de "partilha" das linhas circular e de Odivelas.
Ver ao minuto 12:48 no video https://youtu.be/R7-zauZnpcc
em
https://noticiaslx.pt/2019/05/15/em-odivelas-o-ps-vota-contra-mocao-que-defendia-as-atuais-condicoes-da-linha-amarela-para-os-utentes/
Oportunamente, enviei ao senhor presidente da câmara de Odivelas um texto justificativo da não operacionalidade da "partilha", acompanhado de quadros Excel com cálculos justificativos para várias hipóteses de exploração das duas linhas. Ver em
https://fcsseratostenes.blogspot.com/2019/03/email-para-o-sr-presidente-da-camara-de.html
Terá sido inútil. Os eleitos não ouvem os cidadãos. Acharão que receberam um mandato de infalibilidade e de discricionaridade inquestionável quando decidido pelo partido. Recusam receber quem contesta (ver https://fcsseratostenes.blogspot.com/2018/10/o-plano-de-expansao-do-metropolitano-de.html e
https://fcsseratostenes.blogspot.com/2019/03/email-para-o-sr-secretario-de-estado.html )
Não é o que diz a constituição da República portuguesa, nem tampouco os princípios definidores do método científico, que exigem referendo pelos pares.
O senhor ministro da Economia do XXI governo responde ao meu colega com um sorriso malicioso, a propósito de uma questão técnica crucial para o desenvolvimento do país,"os técnicos não se entendem"; eu diria que sim, em contexto de referendo entre pares de acordo com as regras de análise de comprovação da conformidade das propostas e de custos e de benefícios, que sim, que se entenderão; mas assim, com táticas de ocultação e de fuga à discussão, não.
Numa altura em que se aguardam as propostas dos concorrentes à construção dos toscos do túnel entre Rato e Cais do Sodré, em que a natureza excecional dos terrenos vai obrigar a técnicas dispendiosas de construção, de monitorização e de correção, em que as petições e propostas de resolução na Assembleia da República foram sabiamente não agendadas o que significa adiadas para a próxima legislatura, quando o metro já tiver assumido compromissos com os empreiteiros, e em que a própria complexidade da problemática da expansão do metro inibe as pessoas de tomarem atitudes fortemente críticas contra a prepotencia do XXI governo e da CML em imporem a linha circular, poucas esperanças há de evitar o erro.
Prepotencia será um termo adequado, quando os documentos base da aprovação do empreendimento (SAIA, TUA, EIA) dizem que o projeto não contraria o PROTAML de 2002 (ainda em vigor apesar de tentativas de revisão) quando ele na página 76 propõe um mapa de expansão do metro com o prolongamento da linha amarela a Alcântara e uma linha circular externa em LRT de Algés a Loures e Sacavem. Em lado nenhum no PROTAML está a linha circular agora imposta (ver
https://fcsseratostenes.blogspot.com/2019/01/porque-gostam-tanto-os-decisores-do.html ).
Poucas ou nenhumas esperanças há de evitar o erro.
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