No longínquo ano de 2013 apresentei num congresso da então ADFER um pequeno trabalho* sobre a utilização do hidrogénio na tração de veículos terrestres e marítimos e na conveniência de ir preparando as infraestruturas para isso, considerando, para além da teoria, os bons resultados da experiência de autocarros a hidrogénio no Porto, em 2005.
Não me surpreendi pela absoluta indiferença a que os decisores votaram o assunto. Confesso que me surpreendi com a reação emotiva de colegas que mais tarde se entusiasmaram com os veículos de baterias de lítio, e que até me chamaram ignorante por acharem que o hidrogénio não tinha aplicação na tração de veículos.
Não me devia ter surpreendido porque as pessoas gostam de arranjar trincheiras para defender os seus pontos de vista, em vez de analisarem com calma as vantagens e os inconvenientes de cada solução e os domínios em que uma solução é preferível, segundo análises custo benefício e multicritério. O rendimento do hidrogénio na tração é baixo, mas o vapor das antigas locomotivas também e atualmente até é rentável em explorações turísticas.
Por tudo isso, gostei muito de ler um artigo da Railway Gazette que explica, muito melhor do que eu, em que domínios se deverão explorar as diversas tecnologias.
Também aqui, na escolha de soluções de tração, fui apresentando em sessões públicas em que me julgaram digno de aparecer, o critério de consumo energético, nas rodas ou na origem da energia (do poço à roda) como fator de decisão a considerar com ponderação elevada na escolha de um modo de transporte. Contas e pressupostos das caraterísticas das redes de transporte, dos veículos e da operação, da minha responsabilidade, tendo indicado ligações para os cálculos, normalmente em Excel.
Por exemplo, os quadros seguintes foram apresentados em sessões na Ordem dos Engenheiros e no LNEC, no 10ºcongresso ferroviário de Portugal. Mas os resultados não foram contestados, embora pessoalmente me pareça que confirmá-los ou corrigi-los fosse um bom exercício para os académicos de transporte e energia. Veja-se o caso da emergência do metrobus. Em Coimbra, Braga , Porto e possivelmente em Lisboa, é apresentado como uma solução ideal. Claro que para valores de baixo tráfego e veículos pequenos a economia energética de um sistema carril-roda de ferro relativamente a um sistema asfalto/cimento-pneu não justificaria a prineira opção, mas para volumes de tráfego elevados a opção pelo metrobus indicia que os decisores esqueceram que a resistencia ao rolamento do npneu é superior à da roda de ferro.
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Verifica-se assim, numa altura em que comboios de hidrogénio já circularam em testes na linha do Minho, https://www.razaoautomovel.com/noticias/mobilidade-comboio-hibrido-hidrogenio-testes/
que a solução mais eficiente em termos de rendimento é a convencional eletrificação com catenária de 25 kVAC, o que deverá ser considerado nas análises de custo benefício contabilizando o custo da energia poupada.
Reprodução do artigo https://www.railwaygazette.com/in-depth/traction-technology-the-weak-case-for-hydrogen/66055.article :
* Viabilidade das energias renováveis nos transportes https://onedrive.live.com/redir?resid=1EBC954ED8AE7F5F!271&authkey=!AJ13kVhRdW451KE&ithint=file%2cpptx
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