Centro cultural de Belem, em 28 de abril de 2017, pela orquestra Metropolitana e o coro princesa das Astúrias, Ivan o Terrível, de Prokofiev, musica dos filmes de Eisenstein em forma de oratória.
No início, referencia ao que se passava na Europa no mesmo tempo, século XVI, a obsessão pelo domínio da Europa por Carlos V, a Inquisição, as lutas religiosas...
Curioso comparar Ivan,o primeiro czar da Russia, com o rei de Portugal a que chamam principe perfeito, D.João II. Ambos ferozes inimigos dos senhores feudais e centralizadores. Ambos com profundas psicopatias. Ambos com fins de vida sem poder.
Interessante ver como Estaline tinha a política de enaltecer os herois da história russa, tentando incutir na população as suas próprias semelhanças com eles, e para isso se serviu de Prokofiev e de Eisenstein (e especialmente de Chostakovitch, honesto, ingénuo e sincero militante).
Prokofiev, que fez a sua vida com independencia, entrando e saindo da união soviética, e que de uma vez respondeu a Estaline, que criticara a sua música como sendo politicamente fraca, que a politica dele era musicalmente fraca. E que é sempre apresentado pelos comentadores ocidentais como um oprimido por Estaline.
É bom agora podermos utilizar os procedimentos de análise histórica e desmitificar os herois, podermos identificar os seus desatinos, as suas psicopatias, as suas insuficiencias, as suas formas de enganar o povo. E assim desmitificar também os salvadores de pátrias que se apresentam agora a recolher votos e elogios pelos comentadores.
Engraçado lembrarmo-nos como António Ferro fez o mesmo com a política cultural do Estado Novo, com a elegia de Camões, a exposição universal de 1940, o bailado Verde Gaio, a música com referencias populares (como Prokofiev ...), os filmes de temática popular (António Silva, Vasco Santana, Ribeirinho...).
Mas é extraordinária, a música de Ivan o Terrível.
E foi muito bem interpretada.
Interpretação da orquestra Philarmonia:
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