quarta-feira, 18 de julho de 2018

A bicicleta elétrica - 2


A notícia já tem uns dias. Uma bicicleta elétrica incendiou-se ao subir a Av.Fontes Pereira de Melo, por alturas da Rua Tomás Ribeiro. Logo a EMEL informou que estavam a analisar com a Orbita, o montador das bicicletas, a questão das baterias da bicicleta elétrica. Consta que a bateria explodiu e gerou um incendio que bombeiros apagaram com facilidade. 
De acordo com a informação técnica da Shimano, o fabricante dos principais componentes, há duas hipóteses principais para surgir um incendio nas bicicletas elétricas, ambas porque a potencia obtida é superior à de uma bicicleta sem o apoio da bateria e do pequeno motor:
1 - os travões têm de ter mais potencia de travagem para segurar a bicicleta; para minimizar o inconveniente de uma travagem brusca e consequente queda por cima do guiador (já houve braços partidos) a Shimano insere no circuito de travagem um modulador de fricção, um pouco como o ABS dos automóveis,  para deixar que o esforço de travagem seja também assegurado pelo travão de trás. O sistema de travagem é por roletes, ou de tambor, como mostrado no segundo desenho. Um problema deste sistema é que necessita de lubrificação periódica, e se ela não é feita, a travagem pode ser brusca por mais cuidado que se tenha, e os restos de massa lubrificante seca podem incendiar-se com o aumento da temperatura devida ao atrito no interior do tambor (o que acontece, não havendo lubrificação, mesmo sem atuar o travão em descidas prolongadas)
2 - a bateria é de iões de lítio e tem uma densidade da ordem de 200 Wh/Kg, isto é, os elétrodos estão muito próximos e têm uma grande superfície. O lítio é um metal que, pela estrutura atómica, tem poucos eletrões. Funde a 180º e quando isso acontece o liquido da fusão derrama-se entre os elétrodos e com o curto circuito a bateria explode. Os 180º podem ser atingidos após um esforço violento ou uma sobrecarga ao carregar a bateria. Existe um sensor que monitoriza a temperatura, mas parece que o incidente ocorreu precisamente ao ser experimentada a bicicleta após esse alarme.
Tudo ponderado, embora se possa dizer que os acidentes que ocorreram por provável falta de lubrificação foi por falta de experiencia em funcionamento real e indefinição dos parâmetros de manutenção, o que parece estar resolvido, a assistencia técnica às bicicletas já tem a experiencia tambem com as baterias para reduzir a probabilidade disso acontecer com os utilizadores.

Há 5 anos, sem imaginar o sucesso que iriam ter as bicicletas em Lisboa, escrevi este texto:

Hoje, apesar dos incidentes verificados (parece que existe um incidente todos os 10.000 km, o que deve ser suscetível de melhoria através de uma campanha de segurança rodoviária) e apesar do comportamento pouco cívico dos ciclistas que não querem cumprir o código que veda a utilização dos passeios a ciclistas com mais de 10 anos de idade, tenho razões para me maravilhar com a engenharia das bicicletas elétricas (eu desejaria que o seu motor funcionasse como gerador e colaborasse na travagem, mas seriam mais caras, certamente), especialmente com a caixa de velocidades Nexus, montada no eixo da roda traseira,um prodígio de aproveitamento do espaço para conseguir 7 relações de binário, e cujo princípio tento mostrar no primeiro desenho.

Bons passeios, tenham cuidado com os automóveis (deviam cumprir os limites de velocidade, mas há falta de uma campanha de mentalização) e não andem nos passeios, assustam os velhinhos como eu, quando aparecem de supetão por trás, sem tocar a campaínha, sequer



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