Tenho a esperança. talvez ingénua, que o desenvolvimento e a utilização dos veículos autónomos conduzam à aceitação geral de uma redução significativa da velocidade com que se circula nas zonas habitadas.
A propósito de mais um excelente artigo do Prof. Arlindo Oliveira, "Matar o bébé ou a avozinha"
destaco a conclusão que a inteligencia artificial pode contribuir para uma sociedade mais ética e mais justa.
Uma análise clássica de riscos (conjugação da probabilidade ou histórico de um acontecimento com o grau de gravidade das consequências) concluirá provavelmente que nos casos concretos do artigo os limites de velocidade quando o meio é partilhado terão de ser reduzidos.
Esperemos que o desenvolvimento dos autónomos venha confirmar isso.
Num dos exemplos do artigo, a pessoa que está na rua lateral para onde o elétrico poderá ser desviado pode de repente ficar acompanhado por uma senhora grávida que sai de casa. Ou pode ter uma doença terminal com menos tempo de vida do que a avozinha na linha do elétrico, e não vamos querer que o sensor e a base de dados saibam isso tudo quando decidem; isto é, a análise do acidente só a posteriori, registando cada tipo de acidente.
Há já décadas que a inteligencia artificial é usada em meios de transporte guiado automatizados, com deteção de ocupação da linha à frente e ajuste do controle de velocidade, ou com energização progressiva do condutor de alimentação do veículo à medida que ele se aproxima, mas trata-se de meio segregado. Se houver partilha, terá de ser reduzida a velocidade e regulada a circulação de peões (questão importante, num país em que as trotinetas e as bicicletas elétricas, consideradas pelo Código da estrada como veículos, passam sistematicamente os vermelhos, e em que os peões têm pouca paciência para esperar pelo verde).
A bem da segurança dos peões.
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