sexta-feira, 11 de setembro de 2020

Comentário à estatística de passageiros da CP olhando para o mapa da rede do metropolitano

 

 

Noticia com a estatistica de passageiros das dez estações mais carregadas da CP:

https://www.publico.pt/2020/08/26/economia/noticia/dez-estacoes-concentram-38-passageiros-pais-1928706

O facto da estação Cais do Sodré ser a mais movimentada quando a linha de Cascais tem apenas 26 km e não tem ligação operacional à linha da CP não surpreende porque a natureza desta linha é claramente metropolitana, isto é, tem caraterísticas de metropolitano, serviço de zonas populosas, de concentração de empregos, frequencias elevadas, percursos curtos, distribuição de população por zonas atrativas da cidade (destinos). 

Nesta perspetiva evidencia-se o erro da linha circular do metro por, através da facilitação do percurso Cais-do Sodré-zona da Av. da Republica, se esperar uma sobrecarga maior da estação (16 milhões de validações na rede de metro) quando o recomendável seria a correspondencia em Alcantara Mar ou Algés. 

Da mesma forma se critica a ligação à linha da cintura, considerando o estrangulamento do nó de Campolide, conforme esquema em   

 https://fcsseratostenes.blogspot.com/2020/08/se-quiserem-ligar-linha-de-cascais.html

e a saturação da linha Norte-Sul. 

Isto revela a inexistência dum plano consistente de mobilidade da área metropolitana de Lisboa  o erro da espécie de tratado de Tordesilhas de 1993, que atribuiu o serviço urbano da parte oriental de Lisboa ao metro e a parte ocidental à CP.

Assisto com pena à insistência do MAmbAC e da CML na linha circular do metro e na ligação da linha de cintura à linha de Cascais. 

Não parece ser uma visão estratégica do planeamento da mobilidade urbana, ou por outra, será, mas enviesada, orientada por motivações estranhas às boas práticas da exploração e manutenção de linhas urbanas.

Pobres cais sul da estação Campo Grande do metro, condenados a deslocarem-se para nascente para satisfazerem a querença da linha circular. Pobre estação Cais do Sodré, sobrecarregada com a construção da linha circular, em vez de se servir a parte ocidental da cidade, com correspondencia com a linha de Cascais em viaduto em Alcantara-Mar, poupavam-se as dificuldades da colina da Estrela, abreviava-se a chegada dos passageiros da linha de Cascais à Avenida da República...

Mas nada querem ouvir, os decisores, nem mesmo depois da Assembleia da Republica ter decretado, na aceção literal do termo, a suspensão da linha circular.

E quando um governo se está nas tintas para uma decisão da AR, quem sou eu para inverter o rumo.

Mas olhemos para o mapa da rede atual do metro e sobreponhamos manchas correspondentes a áreas que atualmente não estão servidas por metro ou metro ligeiro de superficie. Vermelho escuro as zonas que parecem mais urgentes, vermelho as restantes. Notar onde acabam as atuais linhas de metro.

Zonas não servidas por metro ou metro de superficie; grau de escuridão equivalente a urgencia. Não parece urgente intervir no centro da cidade, servido pellas 4 linhas

Ou imaginemos uma hipótese de expansão de algumas das linhas de metro existentes:




Pena, o MAmbAC e a CML continuarem soberanamente surdos às propostas. Podiam ao menos comentar este powerpoint:

https://fcsseratostenes.blogspot.com/2020/02/planeamento-estrategico-na-area.html



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