domingo, 12 de novembro de 2017

Da igualdade

Com a devida vénia ao DV e a Pedro Marques Lopes:

https://www.dn.pt/opiniao/opiniao-dn/pedro-marques-lopes/interior/os-papers-do-inferno-8911100.html

“Sim, eles comem a nossa comida e respiram o nosso ar e esperam que nós o mantenhamos puro e saudável; eles exigem que sejamos educados para que trabalhemos para eles, e para esse propósito esperam que paguemos um bom sistema de educação pública. Eles também contam que vejamos os filmes deles, que compremos os seus produtos, que usemos os seus softwares. (...) Mas essas celebridades e empresários preferem nada fazer para que tudo isso exista. Deixam esse encargo para nós."
                      Frank Thomas, a propósito dos Paradise Papers,  numa crónica no The Guardian

O autor citado e o comentador do DN não são, como aliás confessado, revolucionários, apesar da escrita bem caraterizada, e acreditam honestamente que se pode viver numa democracia com leis perante as quais todos são iguais. É citado ainda o livro de um ex-secretário de Estado de Bill Clinton  “Salvar o Capitalismo para todos e não só para alguns".    A mim parece-me uma utopia, deixando o mercado livre, por mais regulações que se imaginem (de que serve regular se o regulado é mais forte ou mais esperto?), os mais fortes serão cada vez mais fortes (lei de Fermat-Weber) e os mais pobres cada vez mais pobres, quer sejam pessoas, quer sejam países. Nunca mais se cumpre o objetivo da revolução francesa, liberdade, igualdade, fraternidade, como um todo, não em partes soltas.
Será difícil, enquanto houver trincheiras, uns numas e outros noutras, cada  grupo  cioso das suas certezas, partilhando apenas a prática da agressão e do desprezo.
Convergencia precisa-se, conforme o caso (não há leis de aplicação universal...)



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