Com a devida vénia, reproduzo do artigo do musicólogo Mario de Carvalho no Público de 1 de setembro de 2022
https://www.publico.pt/2022/09/01/opiniao/opiniao/odio-absoluto-guerra-2018933
as frases nele citadas de Elias Canetti, a propósito da peça de Karl Kraus, "Os últimos dias da Humanidade":
"conseguia criar nos seus ouvintes, pelo menos, um sentimento uno e inabalável: o de um ódio absoluto à guerra.”
"as guerras não fazem sentido nem para os vencedores, nem para os vencidos, e por isso não podem acontecer".
É de facto uma manobra de propaganda dizer-se que graças à guerra o desenvolvimento tecnológico acelera e redunda em benefícios paraa sociedade civil. Dispensávamos se é devido à guerra.
Resolvi deixar este registo depois de ver na RTP2 o episódio Le Havre, da série Depois do caos, que foca a recuperação das cidades destruidas durante a segunda guerra mundial.
No caso da cidade do Havre, o seu centro, habitado por civis e sem presença militar, foi destruido pela aviação britânica, com a desculpa de que os comandos alemães se tinham lá instalado, coisa nunca provada, enquanto nos arredores da cidade as instalações de artilharia anti desembarque não foram bombardeadas.
https://www.rtp.pt/programa/tv/p42754
PS em 2 de setembro de 2022 - Curiosa a notícia em "Interesting Engineering", sobre uma decifração da escrita Elamita linear (de Elam, perto de Susa, oeste do Irão, 3º -2º milénio antes de Cristo)
Não havendo certezas sobre a correção da tradução, anoto a sua atualidade:
"Puzur-Sušinak, rei de Awan, Insušinak [uma divindade] ama-o ... quem se revoltar contra Puzur-Sušinak deverá ser destruido".
Há 4000 anos, como agora. Seguiu-se a escrita cuneiforme do código de Hamurabi, com a pena de Talião, e depois a Bíblia, sempre com o apelo à supremacia, e depois ...
escrita elamita |
Pena não se conseguir traduzir a escrita tartéssica ...
escrita tartéssica (sudoeste de Portugal, sécs VII-V A.C.) |
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