terça-feira, 26 de março de 2024

Incêndio em 19mar2024 na subestação de Cais do Sodré da linha de Cascais

https://observador.pt/2024/03/22/obras-do-metro-provocaram-incendio-que-parou-linha-de-cascais-e-que-ainda-afeta-servicos/ 


De acordo com as informações divulgadas pelas entidades envolvidas, IP,CP, Metropolitano de Lisboa, o incidente terá tido origem em corte de cabos no estaleiro do metro na obra de escavação a céu aberto da ligação da linha circular entre a futura estação de Santos e a estação de Cais do Sodré do metro.  

Aguardam-se os resultados do inquérito que decorre, mas tratando-se de um assunto de interesse público por perturbar a mobilidade de muitos cidadãos e por aparentemente ser elevada a gravidade dos danos para os componentes do sistema de tração da linha de Cascais, é importante que a comunicação social mantenha a pressão sobre as entidades envolvidas para o progressivo esclarecimento do caso.

Sublinha-se que não se pretende punir responsáveis, até porque erros profissionais devem ser compreendidos, mas tão somente que a opinião pública conheça, à medida que forem sendo esclarecidas até à conclusão do inquérito, as causas e circunstancias do incidente para evitar a sua repetição, com informação prestada por todas as entidades envolvidas, incluindo o empreiteiro, Mota Engil.

Será importante o esclarecimento das seguintes questões diretamente relacionadas com o incidente:

1 – confirma-se que a causa foi o corte de cabos por uma máquina do empreiteiro do metro?

2 – o local desse corte foi na zona de desvio provisório das vias da linha de Cascais no interior do estaleiro do metro?

3 – os cabos eram de alimentação da catenária (1500 VDC)? Quantos? A que distancia da subestação de Cais do Sodré?

4 – foram cortados outros cabos?

5 – os cabos estavam acondicionados, depositados, suspensos? Assinalada a sua presença?

6 – quais as medidas já aplicadas pelo metro junto do seu empreiteiro para informação sobre os locais de qualquer cablagem e de preparação do trabalho com a fiscalização ou direção da obra sem pressas (o alarme foi dado pouco depois das 8:00 de dia 19 de março)?

7 – quais as medidas já aplicadas pela IP para controle da conformidade da subestação e da alimentação da catenária?

8 – porque as proteções da subestação não evitaram o incêndio? O disjuntor não atuou? Anterior intervenção deixou erros de ligações?

9 – que componentes na subestação arderam?

10 – O (ou os) grupo(s) transformador-retificador está operacional?

11 – quais os tempos de reparação ou de aquisição para os componentes ardidos?

 

Será também importante, para além do esclarecimento das questões anteriores, considerando que no local decorrem obras não só da responsabilidade do metro mas também da IP, que sejam divulgados os planos de obra com as intervenções em curso com indicação dos atrasos e prazos de conclusão, quer para a linha circular (mantem-se o objetivo de operar a linha circular ou foi aceite a sugestão de operação como linha em laço?), quer para a linha de Cascais (mantem-se o objetivo de mudar a tensão para 25 kVAC apesar dos inconvenientes da atmosfera marítima? com construção de uma nova subestação em Sete Rios? O novo material circulante será bitensão para facilitar a mudança? Mantem-se o objetivo de ligar a linha de Cascais à linha de cintura apesar do grau de saturação desta e que não está quadruplicada na travessia do Tejo? Mantem-se o objetivo de construção de uma estação subterrânea em Alcântara para desativação da atual Alcântara Terra apesar da complexidade técnica da sua construção e da ligação subterrânea à linha de cintura?).


                                                                                                                                 (texto enviado  vários jornalistas)

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