segunda-feira, 12 de setembro de 2011

Leitura de fim de semana I - Petit traité de la décroissance

Sugestão para leitura de fim de semana: Petit traité de la décroissance, de Serge Latouche.
(ver
http://pt.wikipedia.org/wiki/Decrescimento_sustent%C3%A1vel)

Não  li o livro, apenas uma referencia no DN, mas podiamos aproveitar a crise e o inevitável decréscimo do PIB com as medidas de austeridade,  para teorizar um bocadinho sobre a ideia.
Não nos concentrarmos tanto no indicador PIB, que é suposto só trazer felicidade se crescer.
Aliás, da simples teoria da entropia resulta que não é possivel um crescimento infinito do PIB.
Porém, já dei dois exemplos em que a felicidade não cresce com o PIB: o roubo da carteira faz subir o PIB, um acidente de automóvel também.
Então, selecionar aquilo que deve entrar para o PIB deveria ser uma grande preocupação dos decisores e dos teóricos da economia, não seria?
No caso dos dois exemplos, uma forma de selecionar seria colocar um dilema moral inevitável aos autores do roubo da carteira: aceitar um emprego na agricultura ou ir trabalhar para as oficinas de recuperação do sistema prisional. Quanto aos acidentes, para o PIB contribuiria a campanha de prevenção rodoviária e a fiscalização dos limites das velocidades, diminuindo a sinistralidade.
Teriamos um PIB menor mas mais eficaz para a felicidade da comunidade.
E as medidas de seleção de contribuições para o PIB sobrepor-se-iam às medidas de austeridade.
Salvo melhor opinião, claro.
Mas não sei se o senhor ministro da economia, julgado invisivel e silencioso pelo senhor Francisco Van Zeller, antigo presidente da Confederação industrial portuguesa ("todos nós, empresários, estamos admirados com o silencio do governo relativamente ao crescimento económico; parece que há um desamparo"), alinhará na ideia, embora a reivindicação deste sejam medidas para o crescimento económico, o que parecerá também uma boa ideia. Porém, a tal preocupação com a felicidade da comunidade deveria dar a prioridade ao combate ao desemprego, o que não parece vir do ministério da economia.
Nem medidas de crescimento, nem medidas de combate ao desemprego, nem medidas de seleção de contribuições para o PIB.
Pelo menos por enquanto.

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