terça-feira, 11 de outubro de 2011

O prémio Nobel de Fisica

Sobre este tema não tenho muitas dúvidas, não percebo nada.
Vale que os especialistas afirmam que têm dúvidas e percebem pouco (contrariamente aos politicos, que têm certezas sobre tudo).
Modéstia deles, os cientistas, porque o trabalho da Fisica moderna é altamente complexo.

Temos então (reproduzo as informações  no livro a Criação imperfeita, de Marcelo Gleiser, editora Circulo de Leitores) que Saul Perlmutter, no seu observatório de Berkeley, na Califórnia, e Brian Schmidt e Adam Riess, no seu observatório de Monte Stromlo, na Austrália, registaram em 1998 dados  sobre as galáxias supernovas que provam a expansão acelerada do universo (predominancia do vermelho no espetro).
Revistos os resultados e eliminadas as hipóteses de erro, foram aceites as provas e assim se acabou com as dúvidas de Einstein sobre a expansão do universo (citação de Einstein: só parece haver duas coisas infinitas: o universo e a estupidez humana, mas sobre o universo tenho dúvidas).
Decorre dos resultados que a expansão, contrariando a constante gravitacional,  poderá justificar-se com a existencia da energia escura e de matéria escura, querendo dizer-se com escura que não é visivel e que não se faz ideia de como funciona e é constituida.
A estimativa é que 73% da energia total do universo é energia escura, 23% matéria escura e os restantes 4% é energia e matéria baseadas nos protões e eletrões do chamado modelo padrão, que obedecem às mesmas leis em qualquer ponto do universo.
Daqui talvez se pudesse concluir que o universo é assimétrico e não preenche um projeto coerente e determinista  de desenvolvimento, mas não há certezas.
Conclusão: contrariamente à opinião dos politicos muito seguros de si, a extensão do desconhecimento é ainda muito grande.

Até porque, saindo do campo da Fisica e entrando na Matemática moderna, assinalou-se em 2007 a descoberta notável pelo grupo Atlas da estrutura do grupo de Lie excecional E8 (evidentemente que não sei o que é um grupo matemático excecional de Lie e como eles podem representar modelos de particulas elementares, suas leis e movimentos, estou apenas reproduzindo informações do artigo de Jorge Buescu na Ingenium de Maio/Junho de 2011).
Acontece que no mesmo ano o físico-matemático Garret Lisi publicou um artigo ititulado "An exceptionally simple theory of everything" que pretende unificar (o sonho de Einstein) a teoria Física e o modelo padrão das partículas elementares (campo gravitacional, campo eletromagnético,forças nuclares forte e fraca),  embebendo as partículas conhecidas e desconhecidas no modelo da estrutura do grupo E8.
De então para cá os físicos discutem e não se consegue chegar a conclusão nenhuma.
Apenas que, se forem descobertas 20 novas partículas elementares previstas no modelo de Garrett Lisi, e se resolverem os problemas da 3ª geração dos fermiões ( não , não faço ideia nenhuma do que são os fermiões) a teoria fica provada.
Daí o frenesim com que se anda à procura do bosão de Higgs, nos aceleradores para colisões de particulas.
É que a teoria unificada permitiria concluir que existe simetria no universo (ou nos multiversos), sem prejuizo da assimetria da expansão acelerada.

(ver:
http://pt.wikipedia.org/wiki/E8)


Tudo ponderado, a complexidade do que está em jogo ultrapassa-nos completamente e deveria tornar-nos humildes nas nossas opiniões.
Entretanto, é uma maravilha existirem estruturas matemáticas que se vem a descobrir representarem fenómenos físicos (as equações de Maxwell e o eletromagnetismo, por exemplo).
Parafraseando a avó de José Saramago, o universo (ou os multiversos) são tão interessantes e é uma pena morrer sem assistir aos passos seguintes da sua descoberta.

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