terça-feira, 1 de novembro de 2011

10 medidas para aumentar a taxa de ocupação no metropolitano de Lisboa

                           

Nalguma coisa haviamos de estar de acordo, o senhor ministro, da economia e transportes, e eu.
Na conveniencia de aumentar a taxa de ocupação do metropolitano de Lisboa.
Provavelmente por razões diversas, e seguramente sem os mesmos objetivos.
Há anos que os técnicos vinham pedindo a atenção da alta direção do metropolitano de Lisboa para a necessidade de melhorar a taxa de ocupação, por razões de eficiência energética e com o objetivo do metropolitano melhorar a economia dos transportes da área metropolitana de Lisboa, que atualmente padece do desperdício em combustíveis fósseis (não se pense, contudo, que seja possível atingir uma taxa, quociente entre os passageiros.km transportados e os lugares.km oferecidos, superior a 30%).
Os meios propostos giravam em torno da ideia de transferir 10% das deslocações diárias na área metropolitana do transporte privado individual para o transporte ferroviário, mas podemos ensaiar algumas hipóteses, algumas delas sugeridas pelas táticas comerciais das "low-cost".
Será evidentemente desejável pôr em prática mecanismos de participação nas soluções a adotar dos trabalhadores das empresas e dos seus orgãos representativos, em debate alargado.

1 - explorar a linha verde com comboios de 3 carruagens em vez das 4 carruagens atuais. Tem a vantagem de melhorar a eficiência energética porque os comboios de 3 carruagens são mais eficientes do que os de 4. Tem o inconveniente de exigir mais 33% de comboios em linha e, consequentemente, mais 33% de maquinistas para a mesma capacidade de transporte oferecida na hora de ponta; fora das horas de ponta, mantendo os mesmo intervalos atuais, a taxa de ocupação melhora, com o inconveniente de má capacidade de resposta às pontas de afluencia do fim dos espetáculos (decorrendo as obras de ampliação para comboios de 6 carruagens dos cais da estação Areeiro, ficando apenas a faltar a ampliação de Arroios, e considerando que a exploração com 6 carruagens durante as horas de ponta é mais eficiente, considerar a hipótese de obras provisórias dessa ampliação)
2 - manter a solução atual de, ao longo do dia, adaptar os intervalos entre comboios ao diagrama da procura, e, fora das horas de ponta, circular com comboios de 3 carruagens em vez de 6 carruagens
3 - generalizar a aplicação do bilhete combinado parque de estacionamento-metro/Carris
4 - intensificar a fiscalização do estacionamento indevido nas zonas servidas pelo metro (eventual apoio administrativo por pessoal do metro)
5 - portagens rodoviárias à entrada da cidade com criação de parques dissuassores junto de estações de metro
6 - forte penalização fiscal de empresas que abandonem o centro da cidade e estimulos fiscais para a instalação de empresas dos setores secundário e terciário no centro da cidade
7 - estimulos fiscais à construção nova e à reabilitação da habitação nas zonas servidas pelo metro (receia-se que a ideia de sobrecarregar o IMI desincentive a construção e reabilitação; em alternativa a essa sobrecarga, atribuir ao metro competencias de empresa urbanizadora, reabilitadora e comercializadora nas zonas servidas)
8 -instalação de lojas do cidadão nas áreas comerciais do metro, nomeadamente na estação Amadora Este
9 - bilhetes combinados cinema/museus/cinemateca/teatro/concertos-metro/Carris fora das horas de ponta, a preço zero para o metro/Carris e cartões de desconto em centros comerciais associados ao bilhete metro/carris
10 - gestão integrada metro-Carris-suburbanos CP-suburbanos rodoviários

4 comentários:

  1. Disparates. Por essa lógica, vendiam-se bilhetes a metade do preço depois das 21.

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  2. Pode ter razão. Podem ser disparates. Mas como se pode ver no blogue, em http://fcsseratostenes.blogspot.com/2011/10/brain-storming.html
    sou um apreciador do brainstorming/tempestade de ideias. Como dizia Einstein, se uma ideia não começar por parecer um disparate, é porque não é boa (demonstração simples e relativisticamente temporal: se não parecesse um disparate já teria sido adotada e evitado o problema que deu origem à sua necessidade). Nós, portugueses, sofrendo do complexo do "achar mal", estamos sempre com medo de que os outros classifiquem o que dizemos como "disparates". E isso dificulta o progresso.
    Por isso proponho a redução do preço do bilhete para metade depois das 21:00 . Boa ideia. Lateralmente, ir reduzindo a percentagem de utilizadores do passe, dado que o seu preço abaixo do preço de custo favorece os utilizadores de maiores rendimentos, e aumentando a percentagem dos utilizadores dos títulos por numero de viagens ou periodo de tempo limitados.
    Bom seria que do brainstorming surgissem ideias para a sua eventua aplicação ser devidamente avaliada.

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  3. A revolução tarifaria teria vantagens,sim. mas recomendo a pura extinção de todos as assinaturas(passes), aproximando o preço da viagem ao preço médio pago neste momento. teria a vantagem dos utentes poderem optar pelos operadores que no momento mais convenientes, podendo assim poder seleccionar também pelo transporte colectivo nas deslocações extemporâneas e pouco usuais.
    não faz sentido que um utilizador do metro e carris, fique mais barato utilizar o carro para no fim de semana ir ver o mar à Costa da Caparica.

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  4. É provavelmente a questão central: não fazer sentido a utilização do carro poder ficar mais barata, porque o transporte rodoviário consome mais energia e emite mais CO2 por passageiro.km do que o transporte ferroviário. Que medidas para que haja uma transferencia para o TC (transporte coletivo)? Pena o governo não dinamizar um debate aberto.

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