sábado, 5 de maio de 2012

Um tema de sociologia, tratado à maneira dos problemas de Fermi

Considere-se uma distribuição arbitrária, como se fosse um modelo da realidade da população portuguesa dividida em faixas classificadas segundo o seu grau de afetação pela crise.
0 sem ser afetada ou até  a ser favorecida, 4 gravemente afetada:

0 -   2% da população - ricos ou muito ricos, incluindo as cem famílias "donas de Portugal"
1 - 18% da população  - classe média
2 - 25% da população  - classe média baixa, sendo que destes, 10% estão ligados à função pública  ou  a empresas públicas
3 - 30% da população  - desempregados ou em risco de pobreza ou exclusão,  sendo que destes,10%estão ligados à função pública ou a empresas públicas
4 - 25% da população -  pobres

Como disse, é uma distribuição arbitrária, com hipóteses à maneira de Fermi.
Mas seria interessante que os sociólogos estudassem o problema e encontrassem os numeros mais aproximados; tlavez partindo dos números do IRS.
Porque uma distribuição assim é como se fosse uma lente para observar a realidade.
De que faixas vêm os impostos, as mais valias das exportações, em que faixas habita o desemprego, a contribuição para os suicídios, para a mortalidade, para os diversos tipos de doença, para a toxico-dependencia., qual a percentagem do rendimento nacional em cada faixa de população, em que faixa está a pessoa que se sentou à nossa frente no banco da carruagem de metro?
A largura das faixas está a variar em que sentido? isto é, que transferncias entre faixas estão a ocorrer?
Que correlações existem, por um lado, entre a largura das faixas e sua variação, e, por outro lado, os níveis de rendimentos e sua variação , de desemprego, de níveis de preços, e as medidas de austeridade?
Com números mais proximos da realidade compreendia-se melhor a dita realidade.
Seria vantajoso compará-los com os indicadores de qualidade de vida, nomeadamente o coeficiente das desigualdades de Gini, e seguir a evolução da distribuição ao longo do tempo.
Mas é dificil ver isto tratado na comunicação social e nos livros editados; a tradição portuguesa não gosta de números.

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