domingo, 20 de julho de 2014

Descarrilamento no metro de Moscovo

Impressiona a busca de bodes expiatórios para o acidente de Moscovo. Presos o supervisor chefe e o adjunto da via férrea com a justificação de que usaram um cabo de 3 mm para fixar a lança da agulha, o qual se partiu, deixando a lança movimentar-se.
Ver
http://en.wikipedia.org/wiki/2014_Moscow_Metro_derailment

Porém, o acidente ocorreu numa zona em obras, na instalação de uma agulha de ponta para ligação a uma linha nova ainda incompleta. As agulhas de ponta devem ser evitadas por serem zonas de risco: se não estiverem bem apoiadas no leito de via pode partir-se e  soltar-se uma peça que pode desviar um rodado para fora da via. São intervenções que devem ser planificadas com calma e executadas sem cortes de economia.
De notar que poucos dias antes o metro de Moscovo tinha respondido a uma reclamação sobre agulhas garantindo que todas as especificações de segurança eram cumpridas.
A sobranceria e a prepotencia de quem se julga senhor das coisas... e imprudentes também, quando respondem que está tudo bem.
Recordo que estivemos perto de um acidente quando se se soltou um pedaço da cabeça de um carril na Praça de Espanha, fragilizado porque o empreiteiro da remodelação da sinalização tinha feito soldaduras deficientes, com excesso de calor, para soldadura dos cabos de continuidade e de delimitação dos circuitos de via. Felizmente o primeiro maquinista que passou sentiu o abalou e reportou imediatamente.
Como nunca gostei de secretismos, apresentei as fotografias na reunião seguinte do subcomité da UITP, concordando todos que não devem soldar-se cabos aos carris,  mas sim furar e encasquilhar a alma dos carris, que é o que se faz agora no metro de Lisboa, onde aliás se evitam o mais possível as agulhas de ponta.

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