quarta-feira, 30 de julho de 2014

Gaza

Ferreira Fernandes, cronista no DN, leiam bem as suas crónicas, , com calma quando caso disso, escreveu uma, há muitos anos, felizmente muitos, sobre a guerra civil em Angola.
Pode ser que tenha escandalizado almas piedosas ou perfeitas de espírito, mas dizia que o que mais o impressionara no cenário de guerra foi ver uma burra sofrendo junto do cadáver do seu burrito morto por uma mina.
Na verdade, a estupidez e a ignomínia infinitas da guerra, a incapacidade de alguns fanáticos ou fundamentalistas com acesso a armas se adaptarem à evolução da espécie no sentido do bem estar, possibilitam isso, a prevalência da imagem dum pormenor sobre o conjunto.
Assim este blogue, talvez por solidariedade com o técnico que serenamente explicava ao repórter de TV  que a sua central elétrica, a única da cidade de Gaza, alimentava hospitais e escolas, e mesmo assim apenas 3 horas por dia, estava agora destruída, e os seus tanque de combustível a arder.
Escrevo solidariedade com um técnico porque continuo com a frase de um colega francês de há muito anos, mas bem viva: “nós, técnicos de vários países, fazemos mais pela compreensão entre os povos do que os políticos e os generais, porque trabalhamos para o seu bem estar”.
A imagem   da central elétrica destruída sobrepõe-se no meu cérebro ao horror das crianças mortas e mutiladas, muitas na praia, nas ruas, em escolas,  longe de depósitos de armamento dos fanáticos e fundamentalistas do Hamas.
Ninguém acredita que houvesse depósitos de armas ou munições junto dos tanques de combustível da central elétrica da cidade de Gaza, pois não?
Algum general israelita, fanático e fundamentalista, terá dito, temos de destruir a  fonte de energia deles, é um objetivo estratégico.
E com esta ideia boçal reconstituia da forma mais fundamentalista porque é a letra da Bíblia,  a ordem cumprida de Josué, destrui todos os habitantes de Jericó. Incapazes, os políticos e os generais, de entenderem que a espécie humana,  para sobreviver, tem de se adaptar à paz e á não violencia.
Deixem-se de desculpas, a dos escudos humanos desaparece no meio dos mortos inocentes e da raiva dos palestinianos que queriam trabalhar, mesmo em solo israelita, e agora não podem.
Claro que os fanáticos do Hamas não têm o direito de disparar rockets e mísseis que matam civis, mas contra isso há mediações e negociações e planos de paz, não violência.
A  avó de quem escreve este blogue tinha Silva no apelido, o que numa região rural indiciava antepassados judaicos.

Tal como Eisenhower ao pisar solo alemão, também digo, tenho vergonha do que descendentes de antepassados comuns tenham feito isto.

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