Transcrevo do Jornal de Negócios a notícia do lançamento do livro de Rui Peres Jorge. Penso que os senhores da troika, de forma sobranceira, mostraram grave ignorancia das condições reais das empresas e das pessoas em Portugal. É típico provocar estragos quando se ignora a realidade. Uma das mais eficazes formas de destruir uma empresa, ou um país, é substituir ou marginalizar os recursos humanos com o pretexto de que funcionam mal. É com as pessoas de que se dispõe e não com super-trabalhadores ou super-técnicos que se melhora uma empresa ou os seus processos de decisão e produção. Mas para aplicar isto é preciso ter experiencia do mundo real, coisa que os burocratas do FMI, BCE e CE não terão, pelo menos da realidade portuguesa (se duvidas houvesse, por mais que o sr Draghi diga que não, a ignorancia do caso do BES, quando já corriam investigações nos USA e no Luxemburgo, é o melhor exemplo).
Os resultados do programa de ajustamento negociado na Primavera de 2011 com Comissão Europeia, FMI e BCE ficaram aquém do previsto: a recessão foi maior, o défice e a dívida também. Boa parte do mau desempenho deve-se a erros na estratégia desenhada pelo governo português e pela troika, analisa Rui Peres Jorge, jornalista do Negócios, que acompanhou o programa nacional desde o início, numa obra intitulada "Os 10 erros da troika em Portugal", onde se contam a austeridade excessiva aplicada no País e na Europa, passando por um tratamento privilegiado do sistema financeiro, pela reforma do Estado que não aconteceu, ou pela guerra ao Tribunal Constitucional que por estes dias tem novos episódios.
Rui Peres Jorge começa a viagem nos primeiros meses de 2011, com o chumbo do PEC IV, o documento que levou à demissão de José Sócrates e que moldou parte da estratégia orçamental da troika. Identifica depois dez erros de um programa que nasceu em poucas semanas, a partir de uma percepção da crise ainda deficiente. "Fraco conhecimento da realidade económica portuguesa e da verdadeira extensão da crise a nível europeu condicionaram à partida as regras de um programa que se revelou desajustado, aplicando medidas de contracção similares para todos os países resgatados. O tratamento privilegiado das instituições financeiras, a reforma do mercado de trabalho, que deu primazia à redução de salários em vez de promover soluções estruturais. Um desafio permanente aos limites constitucionais. E a chegada tardia e tímida de políticas virtuosas, como o combate a lucros excessivos de grandes empresas. Estes são alguns dos erros abordados nesta obra essencial para reflectir sobre o Portugal que a Troika nos deixa e pensar em soluções para o futuro", lê-se na sinopse do obra.
Para a Troika nós somos uma mercearia da esquina...!!!
ResponderEliminar2 +2 são 4 e está ... tudo feito..!!!
O incrível é alguem levá-los a sério...!!
!!!