quarta-feira, 10 de setembro de 2014

Os comissários da Comissão Europeia

Os comissários da Comissão Europeia desempenham funções de elevada importancia.
Não sendo eleitos diretamente, são nomeados por forças políticas que receberam a maioria dos votos.
De acordo com os princípios democráticos e as análises matemáticas que nos últimos séculos foram sendo aplicadas à questão da representação e da delegação dos cidadãos, dir-se-ia que a constituição deste executivo (porque com a nobre missão de propor medidas concretas no sentido do progresso e bem estar dos europeus no seio dos outros povos) deveria espelhar a diversidade dos votos dos eleitores, sem prejuízo dessa representação no parlamento europeu.
Isto é, a partilha segundo métodos proporcionais e preferenciais, abarcando comissários sem representação partidária mas apenas competencia técnica nos assuntos que gere, deveria ser uma obrigação perante  o eleitorado.
Ao invés da manutenção de um statu quo o servço das forças mais votadas.
Não sendo este o entendimento dos decisores (que o mesmo é dizer, sendo limitado o entendimento democrático da questão por quem decide) assistimos a episódios lamentáveis como a nomeação do senhor engenheiro Moedas para a Investigação, ciencia e inovação.
Começa por ser chocante a indicação de um representante do partido mais votado nas eleições de 2011 para comissário, sem se saber que pasta iria gerir.
O pressuposto é que o voto em 2011 conduz à escolha de um representante de acordo com a vontade popular e com competencia para tratar os assuntos da área.
Trata-se porém de uma relação imaginária, uma espécie de pensamento mágico sem correspondencia com a realidade.
Nada relaciona a votação de 2011 (20% dos eleitores inscritos votaram no partido mais votado) com a competencia técnica do senhor engenheiro em assuntos cientificos e de investigação.
A relação entre as duas entidades é a mesma que entre o direito divino de Bossuet e o poder absoluto de Luis XIV.
Nãi há uma relação mágica entre elas.
Por isso falei na teoria matemática da representação e da delegação.
A ideia de que uma pessoa ligada a um partido e com capacidades de gestão (que ninguem negará ao senhor engenheiro, com um curriculo rico na Goldman Sachs, na Lyonesse des Eaux (especialista na privatização de um bem de todos, a água) e nas empresas próprias financeiras e de aconselhamento imobiliário) será boa gestora em qualquer negócio é responsável pelos maiores erros verificados ao longo da história das empresas públicas em Portugal, desde erros de traçado de auto-estradas à tragédia do Atlantida.
Estes erros são assim generalizados a toda a Europa com tai critérios de nomeação para  a Comissão.
Tambem choa saber-se que  no próprio partido havia uma pessoa com mais experiencia e conhecimentos na área a gerir pelo senhor engenheiro Moedas, a tambem engenheira Graça Carvalho, a quem possivelmente o partido pedirá que explique ao novo comissário o que deverá fazer no ambito do Horizonte 2020.
Mas será diferente, O senhor engenheiro depressa esqueceu o que aprendeu na alma mater de engenhearia, que é essencial aproveitar e transformar a materia e a energia para obter bens e serviços uteis às comunidades. Não é esse o objetivo dos financeiros, dos laureados do Harvard Business School e da Insead das privatizações a tout prix.
Por isso choca tudo isto e se lamenta as ameaças que pairam sobre o Horizonte 2020, nomeadamente o beneficio dos mais fortes, como foi apanágio do senhor engenheiro enquanto serventuário da troika em Portugal.
Assim como choca o provincianismo dos aplausos do seu partido, que o senhor engenhiro tinha ganho experiencia transversal enquanto trabalhou no acompanhamento da troika.
Como? Aprendeu investigação, inovaçao e ciencia com os cortes da troika?
Reparam na barbaridade do que dizem?
Sabem algma coisa de ciencia, inovação e investigação?
Se sabem mostrem com documentos dos trabalhos feitos, que é o que nós, em ciencia, ou em  inovação ou em investigação, fazemos.


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