sexta-feira, 13 de janeiro de 2017

as baterias da Samsung

Notícia: a Samsung anunciou que em 2021 comercializará baterias para automóvel para 600 km de autonomia.

http://zap.aeiou.pt/samsung-apresenta-bateria-revolucionaria-carrega-500km-20m-145109


Eu corro o risco de ficar mal visto se a Samsung cumprir o prometido (não sei se cá estarei em 2021, e mesmo que esteja ninguém se vai lembrar do que eu disse).
Em primeiro lugar, a Samsung está fazendo o mesmo que os fabricantes de automóvel: mentem aos compradores com consumos que os seus automóveis não podem cumprir em condições reais. E mentem com a cumplicidade dos senhores das "regulações" que se permitem definir testes em condições fora da realidade (antigamente chamava-se a isto "alienação").
A Samsung, por experiencia própria, tinha obrigação de saber que o lítio funde a 180º . Uma pequena sobrecarga durante o carregamento, então se for rápido, ou um pequeno defeito de fabrico  (os eletrodos e a camada de eletrólito estão comprimidos, por mais estável que esteja o grafeno, é uima situação de risco) põe o cátodo em contacto com ânodo e dá-se a explosão quer seja a bateria dum smartphone fininho para vender mais, quer seja uma bateria de tração. Bom, então a Samsung abandona o litio e vai para outras baterias. Muito bem, mas essas baterias não são de carregamento, são de substituição de ele´trodos, ou de usar e deitar fora, quase como as pilhas. Em 4 anos acham que vão descobrir a pólvora? Ou então a mecanica  quantica precisa de ser corrigida, com aquela história toda das camadas de eletrões e quarks. 
Bom, convinha saber qual a longevidade prevista, o seu peso,  específico e total e naturalmente a composição dos eletrodos e eletrolito (se tem terras raras mesmo raras não resolve, não é?).
Quanto a números, 80% de 8x24 são 150 kWh. Isto é, em 20 minutos tem de se meter dentro da bateria à volta de 200 kWh. Ou por outras palavras, tem de pôr em jogo 600 kW durante 20 minutos. Nada mau. À volta de 3,5 MW se estiverem 6 manos a carregar.
Quanto à autonomia, um carro elétrico não pesa menos de 2 toneladas, e em utilização normal, incluindo viagens com o carro carregado e em dias de chuva, ventos contrários e temperaturas longe do ponto de rendimento ótimo da bateria, contemos com 0,3 kWh/km. Os 192 kWh anunciados darão portanto para mais de 600km. Aí não parecem mentir. Quanto ao peso, contando com 200Wh/Kg (a tal mecânica quantica não deixa comprimir mais, a menos que se aumente a taxa de explosões), temos aproximadamente 1900 kg de bateria. Imagine-se a companhia permanente de 2 equipas de futebol no nosso carrinho de passeios de fim de semana. Ora bolas.
Depois quando a bateria explodir o fabricante diz que foi o utilizador que fez mau uso, não ventilou, não deu atenção à subida de temperatura, etc. Como se eu não conhecesse as desculpas dos fabricantes. Viram o video do chapanço do Tesla? o fogo de artificio que a bateria fez?
Porque andam com estas tretas em vez de promoverem o sistema rápido de troca de baterias de 100 em 100 km? Ou um gerador rebocável para viagens longas, ou simplesmente tração por hidrogénio e células de combustível como o Toyota Mirai (com as eólicas que temos podia-se fazer como na Califórnia, produção descentralizada de hidrogénio - haverá correlação na Califórnia entre o desenvolvimento de renováveis  e o voto contra o Trump?)

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