1ª citação, de Arianna Huffington fundadora do The Huffigton Post, por sua vez citada pela jornalista Ana Rita Guerra, em Los Angeles, no DN de 10 de janeiro de 2017:
"O sono é um intensificador de desempenho não negociável". A articulista aplicou a sentença a outros casos, mas eu lembrei-me logo dos acidentes ferroviários nos USA com maquinistas que sofriam de perturbações de sono ou faziam turnos noturnos de mais de 9 horas.
Recordo também que um dos fatores de sucesso de muitos profissionais é precisamente a capacidade de dormir poucas horas. Estamos caídos na questão de John Nash, a probabilidade do profissional capaz de trabalhar mais horas ser tambem o mais eficiente é inferior à probabilidade de outros profissionais (em maior número porque o normal é precisar de mais horas de sono) serem mais eficientes. Em resumo, os gestores do pensamento dominantes, que por vezes até precisam de dormir pouco, deverão fazer o favor de compreender que o aumento da produtividade tem limites, e que aproveitar o progresso da tecnologia para reduzir o horário semanal para 35 horas não é assim tão irresponsável (idem para horário reduzido para grávidas, doentes e pessoas com limitações).
2ªcitação, de Maria Flor Pedroso, da comissão do congresso de jornalistas: "Não estamos bem em coisa nenhuma...por um lado somos uma classe muito criticada, por outro é vista como muito corporativa" . É verdade que os jornalistas têm às vezes o defeito de terem sempre razão e de terem a última palavra. É frequente não publicarem as referidas críticas e não corrigirem erros em questões em que não têm de ser especialistas. Mas se é verdade que são corporativos, talvez por isso tenham compreendido o caso dos reformados a quem o XIX governo cortou os complementos de reforma e outros rendimentos. E contudo, só se deve ser corporativo até ao limite em que deve passar a ter-se uma visão integrada e alargada, com predomínio do interesse do conjunto da comunidade e não de uma parte. O que implica abertura de espírito e capacidade de convivencia e organização em trabalho de equipa, com aplicação, sempre que possível, dos princípios do método científico (dúvida, observação, experimentação, recolha de dados, tratamento de dados, colocação de hipóteses, sínteses, referendo). Interessante observar que "não estamos bem em coisa "nenhuma" revela principalmente uma grande desmotivação quando o momento requereria muita organização de trabalho em equipa. Vejo isso também nos meus colegas do metropolitano. Por um lado o senhor ministro anuncia 22 milhões de euros para requalificação dometro de Lisboa, e mais 216 milhões para expansões (incluindo o erro horrível de fechar a linha amarela sobre alinha verde, no Cais do Sodré). Mas não vejo os meus colegas a organizarem-se em equipas de projeto, em debate aberto de hipóteses e soluções. Receio que os estudos prévios, os programas base e os anteprojetos estejam sendo desenvolvidos apenas por alguns, em secretismo (o segredo não é a alma, é a morte do negócio), no caminho para factos consumados, e consequente e evidentemente soluções ineficientes, como parece ser a ligação da linha amarela ao Cais do Sodré.
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