sábado, 16 de fevereiro de 2019

A dispersão ajuda a anestesiar a opinião pública


Minha cara amiga

Pergunta-me como vai a minha "luta" pela revisão do projeto de expansão do metropolitano de Lisboa.
Lá vamos fazendo umas sessóes públicas, umas com uns deputados à AR de um partido, outras de outros partidos, outras com vereadores de câmaras ou de juntas de freguesia, também de um ou outro partido. Umas bastante participadas, outras menos.
O relatório sobre a petição com 31000 assinaturas por iniciativa da Camara de Loures tem o relatório concluido (relator: deputado Carlos Silva do PSD) mas aguarda agendamento para debate em plenário, não se sabe para quando. 
Também deputados do PCP informaram  que vão apresentar na AR um projeto de resolução para reconsideração da revisão da opção da linha circular e sua substituição pela expansão a Alcântara e Loures, mas ignoro quando. 
A imprensa não dá o devido destaque a esta questão. 
No fundo, só depois dos factos evidenciarem as suas consequencias existe interesse jornalistico, até porque a dispersão é enorme, desde o caso do miradouro de Santa Catarina, o projeto imobiliário da colina de Santana, o projeto da praça do Martim Moniz, o projeto da praça de Espanha, mais os projetos do Time Out para Lisboa, a que se junta o impasse do PNI2030, o atraso do programa ferrovia 2020, as dúvidas sobre o EIA do aeroporto do Montijo, sobre o terminal de contentores do Barreiro, mais os mediáticos lançamentos de concursos para 14 automotoras do metro, 22 para a CP, mais 10 barcos para o Tejo,
Temos de reconhecer que a acumulação de acontecimentos serve para anestesiar a opinião pública.
E tudo num país em que uns clamam não haver dinheiro, outros importam num só ano 4.000 milhões de euros de automóveis e outros ainda, discretamente, fazem por que não se saiba que as receitas liquidas da câmara de Lisboa subiram no último ano para 700 milhões de euros. Como dizia o comentador, há que temer o que vai fazer-se com estes 700 milhões (curioso, nos anos de defice das contas públicas que antecederam a descoberta de ouro no Brasil, a câmara de Lisboa também tinha excedentes...)

Um beijo



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