segunda-feira, 7 de setembro de 2009

Gestionarium VII - E se a senhora dona Manuela Guedes fosse directora de engenharia numa grande empresa (ou mesmo média)?

Suponhamos, apenas como exercício postulador de ficções e de hipóteses de estudo - que é uma das capacidades que distingue a espécie humana de outras espécies - que a senhora dona Manuela Guedes não era directora de programas numa empresa de comunicação social, antes era engenheira e directora de engenharia numa grande empresa, mais virada para as melhorias nessa empresa do que propriamente para as grandes obras de fachada.
A senhora, suponhamos sempre, tinha um programa razoável de actividades e uma estratégia de aplicação desse programa que infelizmente não coincidia inteiramente com as ideias dos representantes dos accionistas nos órgãos de gestão da empresa.
Continuemos a supor que a opinião pública, perante os resultados da empresa no que para ela, opinião pública, era tangível, se dividia entre o apoio à senhora engenheira Manuela (pequena quota de apoio, esta, atendendo à pouca visibilidade das acções da direcção de engenharia) e o apoio às orientações dos accionistas.
E vamos que, no legítimo exercício dum direito discricionário e gestionário consignado na lei do trabalho (passe a redundância na construção da frase), os representantes dos accionistas na empresa desviavam a engenheira Manuela para funções mais pacíficas dentro dela (dela da empresa), ainda menos interferentes com a visibilidade pública, colocando-a, por exemplo, na sala dos elefantes brancos (sem desprimor), ou numa prateleira simples.
O exercício de ficção poderia ser este: seria que a opinião pública e os meios de comunicação social, e o órgão legislativo da República (para subir até este, pareceria que só se fosse o caso de se querer melhorar a lei do trabalho ou as regras de funcionamento das empresas) se deteriam a analisar e a perorar sobre o caso?
Mesmo que o programa da engenheira Manuela contribuísse para a qualidade de vida da comunidade em geral , e em particular através de maior comodidade na vida citadina, e que o seu não cumprimento a afectasse (à qualidade de vida)?
Seria que?
Ou, por simples inexistência de base de apoio ou de massa crítica o caso morreria à nascença no silêncio tumular da blogosfera?

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