domingo, 28 de agosto de 2011

Taxez-nous - III - Correção: o senhor presidente...

Correção:  o senhor presidente da República não pretende que o esforço fiscal seja apenas sobre o IRS. Também discordou da abolição do imposto sucessório. Nalguma coisa havia este blogue de concordar com o senhor presidente da República.
No entanto, continuam as reflexões sobre o assunto.
Por exemplo, este blogue não quer participar no que os comentadores já chamam "caça aos ricos". Apenas defende que não deve haver isenções.
Já se sabe de há muito que a taxação dos ricos não resolve as dividas (já Rotschild dizia que a sua fortuna não resolvia a pobreza), embora o mesmo não pudesse dizer-se da taxação do capital especulativo.
Que diabo, custa assim tanto flexibilizar os preconceitos de cada um?
Por exemplo, o tea party acha que os impostos se deviam reduzir.
Este blogue tambem concorda, mas enquanto o tea party taxa o trabalho em favor do capital, recorda-se aqui a linha divisória entre o setor público e o privado de Melo Antunes.
Dir-se-ia que o Estado não precisaria de tantos impostos se tivesse empresas públicas lucrativas, mas em Portugal entende-se que elas devem ser vendidas, mesmo que o momento do mercado esteja em baixa.
Melhor para a Petrobras, que se declara francamente interessada nos 20,4% da EDP.
É uma pena, porque muitos cidadãos e cidadãs portugueses também gostariam que os lucros da EDP ajudassem a minorar os impostos e, ironia, a Petrobras é uma sociedade de economia mista, cujo acionista maioritário é o governo brasileiro.
Conceções diferentes da realidade, dum e doutro lado do Atlantico.

PS - A Eletrobras manifestou o seu interesse em adquirir os 20,4% à venda. É também curioso, respeitando a devida economia de escala,  ver quem é a Eletrobras. É também uma companhia de capital misto, de maioria do governo brasileiro, com 39.000 MW instalados, responsável pela produção de 38% da energia produzida no Brasil, com um fator de produção de gases de efeito de estufa de cerca de 50 gr/kWh! Principais centros produtores: 30 centrais hidroelétricas, 15 termoelétricas e 2 nucleares. Sem os condicionalismos que ignorantes da eletricidade (não é ofensa nenhuma, ninguém é obrigado a estudar de tudo) e adeptos do mercado cego impuseram na Europa às empresas que assim não podem simultaneamente produzir, transmitir e distribuir a energia.
Conceitos diferentes de um e outro lado do Atlântico.
Conceitos diferentes do que é servir o interesse público.

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