terça-feira, 19 de junho de 2012

Critica de cinema - O cavalo de Turim

Durante 2horas e três quartos o filme mantem-nos agarrados numa ação lenta, obssessiva e repetitiva com o fundo da musica minimalista e do ruido do vento no exterior da quinta decadente.
O episódio de Nietzsche abraçado ao pescoço de um cavalo que o cocheiro maltratou em Turim, antes de entrar em loucura, é apenas referido.
O filme mostra a decadencia do talvez cocheiro e da filha na quinta, a insustentabilidade do modo de produção, a falta da água, a mono-alimentação, a proximidade da morte da égua.
Dois episódios interrompem a não ação: uma trupe de ciganos de que um velho deixa delicadamente um livro como paga da água (era uma biblia de que é lido um texto  ambíguo, como se fosse um apelo à ilusão e à fuga da triste realidade que é insuportável para toda a humanidade, como decadentemente Nietzsche considerava as religiões) ; e a visita declamatória do vizinho que despeja o pessimismo de Nietzsche sobre o tampo da mesa, culpando "eles" por tudo destruirem, por criarem máscaras de preconceitos e de moral que ocultam a realidade dolorosa.
Dizem os críticos que a mensagem do realizador Bela Tarr é difícil de entender e que é muito próxima da de Nietzsche.
Pode ser, o pessimismo que advem de, ao fim de  tantos séculos, depois de tanta conquista tecnológica, a forma de produção e de vida ainda ser insustentável para a humanidade e a vontade do poder se sobrepor ao objetivo do bem comum.
Será mesmo que só alguns podem ter vida desafogada?

http://www.trailers.com.pt/o-cavalo-de-turim/

http://visao.sapo.pt/o-cavalo-de-turim-e-o-vento-la-fora=f669530

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