O ruido dos aviões a ganhar altura era assim ampliado.
Quando o vento está de sudoeste os aviões sobrevoam-no na descolagem.
Quando o vento está de norte passam na sua rota de aterragem.
Contraria a lei do ruido transposta a partir das diretivas europeias.
É razão suficiente para mudar o aeroporto.
Não é só a saturação de um aeroporto de uma pista só.
Dir-se-ia que era urgente negociar com a Comissão europeia o financiamento da mudança, por fases simplificadoras.
Mas só pode haver financiamento se os projetos estiverem concluidos.
A ideia pre-concebida de anular os investimentos publicos e de querer um aeroporto low cost prevaleceu.
Os decisores não são afetados pela passagem dos aviões.
E a conversa das low-cost facilmente ilude os decisores.
Vá lá que já chegaram à conclusão que as rotas dos outros aeoportos colidiam com as da Portela.
Simples, acaba-se com o tráfego militar do Figo Maduro, fazem-se as obras para evitar o cruzamento do "taxi way" (o que efetivamente aumenta a capacidade da pista por a libertar mais cedo), inaugura-se a estação de metro e põe-se no jornal que o aeroporto da Portela ainda vai aguentar mais umas décadas.
O teto das nuvens está muitas vezes baixo.
O barulho ensurdece, a atmosfera deprime.
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