sábado, 13 de novembro de 2010

Planeamento e gente estranha

Como disse o embaixador de Filipe II de Espanha quando regressou de Lisboa, aonde tinha ido apresentar a candidatura de Filipe ao trono de Portugal, e apresentou o seu relatório ao rei - os portugueses são uma gente estranha - assim o embaixador marroquino talvez tenha escrito o mesmo no seu email para Rabat dando conta da sua visita às obras do metropolitano.
Que os portugueses tinham feito uma obra bonita, demonstrando a sua capacidade para fazerem a linha do TGV entre Tanger e Casablanca, na nova linha de metropolitano para o aeroporto de Lisboa. Mas que o aeroporto iria sair dali. Daí talvez o embaixador achar que os portugueses são gente estranha.
Embora talvez sejam mais estranhos, não por haver um projeto para o aeroporto sair de um local depois de ter servido de fundamentação para a aprovação do traçado de uma nova linha de metropolitano. Mas porque muitos portugueses dizem agora com candura que talvez o aeroporto não saia dali.
Talvez não saia, mas é uma pena, depois de todo aquele processo, e depois dos lisboetas que ainda moram em Lisboa terem suportado tanto o ruido ilegal de aproximação dos aviões à pista.
Estranha, muito estranha  gente a que diz isto (o que não significa nenhum elogio para Filipe II de Espanha ou para os eventuais clientes marroquinos das obras do TGV ).
Porque se combinam as coisas e depois se descombinam, com o mais completo desprezo por um conceito: planeamento. Problema de conceito, pois.



PS - Correção: Filipe II de Espanha, e não I.

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