terça-feira, 2 de abril de 2013

Adília Lopes, de José Tolentino de Mendonça

Chamo-me Adília Lopes
sou a casa inseto
a mulher osga
uma colher transformada em faca
para minusculos riscos
sou uma constante cosmológica
de acelerar galáxias 
um telegrama sinfónico
na ausencia de tudo

sou a verdade que prefere não sair
do bairro


Poema de José Tolentino de Mendonça,  em "Estação Central", ed.Assírio e Alvim, visto em "Resumo - a Poesia em 2012" ed.Sistema Solar, CRL (Documenta)

Chamou-me a atenção no poema o último verso, a verdade que prefere não sair do bairro.
É como a democracia, podiamos fazer uma revolução e triunfar no nosso bairro.
Mas poderiamos chamar a isso voluntarismo adolescente.
Podemos também calmamente ir tentando disseminar a ideia do debate e da organização das ideias e das propostas concretas.
Digo calmamente porque pensar é essencial, embora a psicologia com base experimental diga que por vezes é melhor seguir a intuição.

Referencia ao livro "Resumo - a poesia em 2012": trata-se de uma antologia de poesia publicada em 2012, comemorativa dos 15 anos da FNAC. O produto da venda destina-se a apoiar a AMI. É um livro encadernado e a contenção de custos da sua produção (preço de venda 4 euros) deve-se também à editora ser uma cooperativa (CRL). Está em segundo lugar nas vendas da FNAC.

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