terça-feira, 25 de janeiro de 2011

O estranho caso dos SMS, do portal, do email e do call center

As possibilidades tele-informáticas eram muitas e vistosas.
Os senhores do ministério da Administração interna gostam que a televisão faça reportagens com muitos computadores no campo de visão.
O sistema tão bem descrito no portal do eleitor falhou no dia das eleições.
Possivelmente porque se espera muito de uma coisa que funciona muito bem em condições normais, mas que não se sabe como funciona em situação de sobrecarga de procura.
Ou como se costuma dizer, é uma questão de dimensionamento como, por exemplo, quando se constroi uma urbanização sem prever as vias de comunicação para os modos de transporte dos habitantes.
Mas podemos estar descansados: o senhor ministro já exarou um despacho para um inquérito que apure as causas, de forma científica, exaustiva, pormenorizada e profunda  do mau funcionamento dos SMS; dos emails, do portal , do call center (palavras do senhor ministro); e diz com ar muito zangado que só depois de concluido o estudo falará sobre o assunto. Mas ficou-lhe bem apresentar desculpas.
Estariamos todos perfeitamente descansados se uma duvida atroz não tivesse ficado latente: será que a entidade que foi contratada para apurar a verdade, a Universidade do Minho, o foi de acordo com o código da contratação pública? Bem, não é bem esta a duvida, porque certamente que foi. A duvida é se a razão eventualmente invocada para um eventual ajuste direto, terá sido eventualmente o interesse público. Porque se o foi deixa-me noutra duvida, que é a de que eu, tendo sido funcionário de uma empresa que presta serviço de interesse público, nunca vi aprovado esse argumento quando entendi que tinha justificação. Realmente, ser-se ministro é outra coisa, ainda que a questão dos blindados nunca mais esteja esclarecida, que continue sem se ver na televisão uma campanha que ajude à mudança comportamental dos condutores portugueses, e que o nivel da criminalidade continue inaceitável.
Entre outras razões, porque estas coisas são encaradas com demasiado formalismo jurídico e, a avaliar pelos resultados finais,  pouca atenção à observação científica dos técnicos da polícia, da GNR, da ANSR, da Segurança.

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