sábado, 8 de janeiro de 2011

Inside job I - Os ladrões de bancos

Com a devida vénia ao DN e ao seu cronista Jorge Fiel e à sua crónica “Os ladrões de bancos”, registo os filmes sobre assaltos a bancos, a partir do interior, que é donde se consegue mais sucesso na tarefa de gestão danosa de um banco:
Inside Man de Spike Lee com Clive Owen, Denzel Washington e Jodie Foster, e Inside Job de Charles Ferguson.
Tambem se pode assaltar um banco a partir do exterior, com uma boa planificação das ações. como no caso da Kim Basinger e do Alec Baldwin, mas é mais fácil apanhar os artistas.

1 – o que é inside job? Consultada a wikipédia, verifico que “inside job” significa:
Referencia coloquial a um crime, usualmente  roubo, apropriação fraudulenta, desfalque, cometido por pessoa com posição de confiança, com acesso aos bens imoralmente transacionados, com pequena ou nenhuma supervisão, por exemplo, um diretor ou um gerente.
Este foi o título escolhido para o filme –reportagem sobre a crise financeira do Outono de 2008 que o cronista Jorge Fiel recomendou.
Passe a publicidade, está em exibição em Lisboa neste Janeiro de 2011 com o título A verdade da crise.
http://www.youtube.com/watch?v=X2DRm5ES-uA
Não foi realizado por Michael Moore, mas podem experimentar ver o filme para ver se ele, Moore, terá exagerado no seu filme Capitalism, a love story, em que tão delicadamente se refere à Goldman Sachs e à sua influencia no governo dos USA.


2 – uma das consequências da globalização, se globalização é o que é decidido ou o que acontece nos antípodas repercutir-se no meu ambiente, é eu estar autorizado a pronunciar-me sobre o que se passa nos antípodas. Por exemplo, se as inundações em Quennsland na Austrália paralisaram a extração de carvão e se em consequência o preço dos combustíveis e do aço no meu país sobe, o meu país tem o direito de perguntar por que razões as  inundações são catastróficas. O desastre de New Orleans revelou ao mundo inteiro a fragilidade da estrutura económico-política da Luisiana e que entre as causas estava a deficiente manutenção dos diques. Então a pergunta agora é: quais as causas do estado de Queensland não suportar a precipitação acima dos valores normais? Está o problema  a ser estudado por métodos científicos? Faz-se a pergunta porque há poucos anos houve na Austrália a catástrofe dos incêndios sem que os meios de comunicação social nos tenham transmitido a análise científica do fenómeno e das recomendações  a aplicar; e porque se fez a mesma pergunta para o caso da Madeira, sendo certo que há pessoas habilitadas para fazer o estudo com conclusões, embora se receie que não as tenham deixado aplicar os métodos científicos. Isto é, a probabilidade de repetição não é desprezável. Isto a propósito do que fizeram os banqueiros do Lehman Bros  e companhia no Outono de 2008. Embora tenhamos a tentação de culpar quem está mais próximo de nós, políticos e banqueiros, alguns dos quais com razão para serem responsabilizados,  dificilmente a economia portuguesa poderia resistir. Então os referidos banqueiros e companhia prejudicaram-me, e se me prejudicaram, tenho o direito de saber porque os deixaram fazer aquilo (resposta de elevada probabilidade: porque prevaleceu a teoria económica neo-liberal de desregulamentação reaganiana e tatcheriana). Muita pena ver-se agora o esforço da austeridade centrar-se nas faixas sociais de menores rendimentos, para que os senhores banqueiros e companhia possam continuar os seus negócios, no bom estilo das teorias neo-liberais. Ver os anteriores “post”:



3 – acreditar nas próprias convicções é bom, mas qual é a medida do universo dessas convicções? Se eu não conhecer o Tejo, o rio da minha aldeia pode ser para mim o maior rio. Se eu conheço apenas os meus argumentos e desconhecer os argumentos dos outros, terei sempre razão. Se repetir muitas vezes aquilo a que eu chamo os meus ensinamentos, então o que acontece tem de ser interpretado de acordo com esses meus ensinamentos e, se necessário, deve ser reinventada a realidade. Isto é, se for eu a medida do universo, e se agir de acordo com as minhas regras, como posso ser acusado seja do que for? Há aqui um grande problema. Têm de ouvir-se as opiniões de todos, têm de se debater as questões e tirar a resultante. Não deve haver verdades únicas, mas tem de se pôr a ciência na equação, como diz o professor Carvalho Rodrigues. O que continua a não se ver.

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