Email dirigido ao GISAF, gabinete de investigação de acidentes
Exmos Senhores
Consultando hoje o vosso site
verifica-se que não está a
decorrer nenhum inquérito á morte das duas adolescentes em Vila Nova de Anços
em 7 de dezembro de 2016.
Dada a gravidade do acidente,
parecerá que deverão ser analisadas em profundidade as circunstancias e as
causas do acontecido, e elaboradas recomendações para tornar segura a
exploração com comboios de elevada velocidade.
De facto, a comunicação social
criou a ideia de que o acidente foi causado pelo uso de auriculares, o que
poderá ter sido uma circunstancia que favoreceu o acidente. Mas a tónica poderá
ser os riscos de sucção pelo deslocamento de ar em velocidade elevada (criação de uma depressão junto da parede do comboio), o que
implicará a divulgação pública da distancia de segurança aos comboios com essa
velocidade, nomeadamente nos bordos dos cais. Recordo o acidente que vitimou 2
agentes da polícia em Santa Iria da Azoia, em zona de elevada velocidade.
A ocorrencia de acidentes
semelhantes, nomeadamente junto da estação do Fogueteiro, justifica uma análise
rigorosa das condições em que um comboio pode parar fora do cais da estação ou
apeadeiro ou em que a separação entre a zona de paragem e a via não é clara.
Pessoalmente, conheço vários casos na linha Alfarelos-Figueira em que o acesso
à via nãoestá devidamente sinalizado. Em caso extremo, poderá propor-se a
instalação de detetoes de descida à via nas extremidades dos cais.
Esta problemática está
relacionada com as travessias pedonais das vias férreas, mesmo as protegidas
com semáforos para peões, uma vez que velocidades superiores a 40 m/s são
incompatíveis com o tempo de reação e a velocidade de deslocação de uma pessoa
idosa ou com deficiência motora.
As recomendações saídas desses
inquéritos contribuiriam assim para o aumento da segurança das circulações dos
comboios de velocidade elevada.
Com os melhores cumprimentos
Fernando Santos e Silva
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