sexta-feira, 4 de novembro de 2016

A web summit e o metro

No meio da euforia jornalística sobre a web summit de novembro de 2016 em Lisboa, leio que o metro vai reforçar o serviço mantendo as composições de 6 carruagens durante todo o horário, criou um passe a preço razoável para o metro, Carris e CP Sintra/Cascais e ... vai melhorar a limpeza das estações.
Aplausos para as primeiras medidas, a que penso se juntará alguma condescendência para o trabalho extraordinário. Aplaudo apesar de confessar que o entusiasmo pela web summit me parece um pouco de provinciano novo rico, embasbacado com as potencialidades da internet e do microprocessamento. Mas sou eu que sou velho,que acha que a comunidade perde mais do que ganha desprezando os velhos, especialmente quando vêm com inovações que ignoram principios básicos da industria e da segurança de exploração de equipamentos. Terão ensinado aos designers da Samsung as leis da mecânica quantica que relacionam a libertação da energia ao nível do átomo com o movimento dos eletrões? e explicado que a concentração de matéria na miniaturização dos circuitos gera calor que por o volume ser pequeno não pode ser dissipado? e que por isso a temperatura sobe e o lítio das baterias (será que querem substituir a mineração do petróleo pela mineração do lítio? é que há mais vida para além do lítio, isto é, há outros elementos que servem de cátodo e que têm bom rendimento, e há a possibilidade de carros elétricos com células de combustível alimentados por hidrogénio; as eólicas pode,alimentar instalações de eletrólise espalhadas pelo país...) tem um ponto de fusão muito baixo, 180º, e quando derrete combina-se com o material do ânodo e simplesmente explode. Qual será a idade média dos projetistas dos smartphones que explodem e qual será a idade média dos responsáveis pela segurança aérea que puseram uns avisos nos aeroportos que dispositivos eletrónicos com baterias não podem ser transportados no porão? (convinha divulgar a lista de acidentes e incidentes em aviões com origem nas baterias de lítio...).
E quanto à limpeza, os visitantes da summit merecem mais limpeza das estações do que os habitantes da cidade? ou doutro modo, os habitantes da cidade, os produtores de mais valias ou os jovens que se preparam para produzir ou emigrar, merecem menos limpeza do que os visitantes? porquê? faz-me lembrar as visitas do coronel da arma nas suas inspeções, tinha de se limpar tudo na véspera, o que confirmava aquela velha lei que ainda não foi alvo de tratamento inovador, o comportamento do observado deponde do observador.
Votos de boa, produtiva e segura  summit

PS em 5 de novembro - pouco depois de escrever este texto, li a notícia de mais um incêndio das baterias de um Tesla. O acidente desta vez poderia ter-se  dado com qualquer tipo de carro, dada o excesso de velocidade, mas o que impressiona é a explosão da bateria devido ao impacto. Uma explosão consequencia de um impacto violento pode acontecer com carros de gasolina e de gasóleo; até num posto de abastecimento, saltando uma faísca e estando a mistura do vapor de gasolina com o ar dentro dos índices de explosividade. Parece ainda que o Tesla não levava o piloto automático ligado (não confundir com condução autónoma).
Sem querer acusar os carros da Tesla de menos seguros, conviria que a fábrica esclarecesse melhor os outros casos de incêndio (no choque com um camião por deficiência dos sensores óticos do piloto automático; num teste drive em França, desculpando-se a Tesla com uma ligação mal apertada, saltando uma faísca - ora se a ligação estava mal apertada era porque o circuito não foi testado e a bateria não estava protegida, além de que pode acontecer ao longo da vida do carro; num  posto de carregamento rápido, que se sabe provoca uma grande sobrecarga nas baterias). Isto é, para proteger as baterias lá se vai o rendimento volumico e de peso (atualmente 200 - 250Wh/Kg). E não será melhor rever o fabrico dos elementos da bateria, que se sabe serem pequenos cilindros (demasiado pequenos?), com o cátodo e ânodo demasiado próximos? Ou mudar para baterias de zinco, ou de cátodo de ar, ou para carros de hidrogénio. Salvo melhor opinião, claro. Um dos problemas das tecnologias novas é por vezes serem lançadas sem estarem completamente estudadas.


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