Agora, que o governo se congratula com a subida de 15 lugares no ranking da competitividade, cujo primeiro lugar é ocupado pela Suiça, o país em que o sigilo bancário se opõe ao progresso das populações mundiais, reproduzo as palavras de Batista Bastos que exprimem o que se passa em Portugal, país em que por estas ou aquelas razões a dívida e o défice públicos sobem, a dívida privada apesar de enorme mantem-se oculta, continua a dependencia do exterior em energia e alimentos, e as "elites" se regozijam com a solução inovadora dos bancos bom e mau:
"...o que está a acontecer na nossa pobre terra é a repetição das deformidades que nos têm marcado desde a nascença. Agora, porém, o travo é muito mais amargo porque perpetrado com estudada ciência, e outrora apenas aplicado pela intuição, embora malevolamente..."
Ou dito sem a elegancia literária de Batista Bastos, ao longo da nossa história sempre as elites usaram sem pudor as populações, mantendo uma taxa de analfabetismo elevada, uma estrutura juridica deformada só corrigida pelas revoluções de outubro de 1910 ou abril de 1974, diversões alienantes da realidade, dificuldades de acesso aos mecanismos de produção de bens que permitiriam a independencia do país.
Parafraseando Victor Hugo (le roi s'amuse), as elites divertem-se.
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