Tudo é subjetivo, a gestão de bancos, por exemplo, mas a subjetividade tem nuances e limites.
Tambem porque as opiniões das pessoas são subjetivas, discordo de muitas das posições de Vitor Bento.
Mas agradeço-lhe ter-me ensinado que um dos maiores males do país foi ter-se desenvolvido o setor não transacionável de serviços e de bens não sujeitos à concorrencia, face ao setor transacioinável de bens e serviços.
Assim uma espécie de privilégio dos colarinhos brancos relativamente aos colarinhos azuis.
E isto desde há muito, contribuindo para o desequilibrio da balança de pagamentos.
Desde há muito, mesmo, a avaliar pelos relatos de como os nobres falidos do século XVI se empenhavam para comprar as sedas importadas das Índias.
Isto a propósito da sua demissão do novo banco.
Ilustra-o porque prova a sua ética.
E prova tambem o já afirmado neste blogue, a incompetencia do senhor governador do BP (repito o fundamento da minha observação: afirmar no fim de julho que havia uma almofada de 2000 milhões de euros para tapar o buraco que era maior baseando-se apenas no relatório do 1ºtrimestre da entidade prevaricadora, é incompetencia e desconhecimento dos procedimentos dos "artistas das finanças", agravada com a desculpa de que eram os ultimos elementos disponiveis).
Vitor Bento sai dignificado por ter pedido a demissão, não colaborando com incompetentes que, juntamente com o governo e a presidencia da República, estão prejudicando o país.
Ficou claro o desejo de vender rapidamente o novo banco, sem estarem resolvidas as questões do velho banco e do grupo financeiro (risco de contestação judicial). É a doença do herdeiro leviano que dissipa a herança com o critério unico de vender os aneis, tal como a doença das privatizações e concessões. Os estaleiros de Viana estão agora na posse de uma entidade ligada a um antigo concorrente (estaleiros Nova Ria), a receita parece que se pretende agora estender ao novo banco (grupo Melo? BCPs, BPIs e Santanders?).
Parece confirmar-se, o governo ao serviço de grupos económicos.
Mas isso já Marx dizia sem conhecer estes próceres.
Gravissimo, este caso.
Convem lembrar J.Morgan na crise de 1907 (que coisa, a bolsa está sempre em ciclos de crise e euforia), vamos ajudar o banco falido antes quetudo rebente e sejamos nós todos a precisar de ajuda. Mas não creio que o nosso provinciano fundo de resolução, mais interessado em abocanhar o vizinho do que em compreender o coletivo, concorde com a ideia de J.Morgan,
Tão grave este caso que parece que uma boa saída seria a demissão do governo, do senhor governador do BP e, de balanço, do senhor presidente da República.
Reset, como dizem os anglo-saxónicos, antes que piorem mais as coisas, por erros uns, e omissões outro.
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