segunda-feira, 6 de julho de 2015

Pobreza e efeitos nas crianças

No dia 2 de julho de 2015 a TVI24 apresentou um debate impressionante sobre a pobreza em Portugal:
http://www.tvi24.iol.pt/videos/proximo-governo-devia-ter-um-plano-contra-a-pobreza/5595b35b0cf2788e673775d7/3

Não me interessa agora argumentar ou apreciar as políticas do atual governo e da sua troika, ou as de qualquer partido.
O principal efeito da pobreza é sobre as crianças e consequentemente sobre o futuro.
Assim, se se pode contabilizar 20% de pobres ou em risco de pobreza em Portugal, o que é ainda mais grave é que 24% das crianças portuguesas vivem nessas condições. Como consequencia, o seu desenvolvimento intelectual fica afetado, e as diferenças entre classes sociais acentuam-se, contrariamente aos objetivos  internacionalmente aceites.
Se os setores conservadores acusam muitos portugueses de terem vivido acima das suas possibilidades e de defenderem com os seus sindicatos aquilo que podem, e assim terem conduzido o país à falencia, não podem de modo nenhum acusar as crianças de qualquer culpa.
Mas são as crianças que são castigadas, pelo menos 24% delas, o seu futuro condicionado e é a continuação do aumento das desigualdades.
Por isso, não parecem corretas as medidas de austeridade.
corre-se o risco, com a austeridade, de inverter a tendencia de melhoria na redução do abandono escolar, ao mesmo tempo que o desemprego jovem aumenta; Portugal não só está longe da meta como corre o risco de se afastar dela


Para sair disto, mais uma vez invoco a fórmula do saldo orçamental. Não é com poupanças que se pode melhorar a educação das crianças, a sua qualificação profissional e as condições sociais em que crescem.
É com investimento, e se esse investimento não vem de dentro do país, terá de vir de fora, sob a forma de fundos comunitários que exigem a elaboração de projetos concretos que o atual governo não quer fazer, com a desculpa de que se gastou demais em infraestruturas de transportes (é mentira, utulizaram-se mais fundos comunitários em telecomunicações, ou em saneamento e redes de águas). Ou sob a forma de investimentos como a Auto Europa, a Grundig, a Boch, a Continental, a Siemens. Perdemos soberania e PNB, mas combatemos o desemprego. Ou sob a forma de um mini plano Marshall. Substituindo importações de energia primária e de alimentos.
Mas parece que os partidos estão pouco virados para isto, e não ajuda nada o crescimento da venda de automóveis, com a autoridade tributária a encher os seus cofres com os impostos sobre veículos e combustíveis.
Repito a fórmula do saldo orçamental:

saldo orç.= investimento estrangeiro/fundos comunitários/inv.privado - poupanças +exportações - importações

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